31 julho 2017

A ORIGEM DA DESIGNAÇÃO “LISBOA”

Base: Livro “FOI ASSIM MESMO QUE ACONTECEU?
de Sérgio Luís de Carvalho, 2ª Edição.

Nota prévia (de esclarecimento): Em azul está o que respiguei com rigor do livro referido 
       e a preto os meus comentários
                                        
No caminho da lenda de ULISSES

ULISSES, rei de Ítaca, foi incorporado no exército grego quando estes desencadearam a guerra contra Tróia. Esta guerra durou 10 anos, acabando com a célebre artimanha do “Cavalo de Tróia”, atribuída ao próprio Ulisses.

Nota: O dito ULISSES terá sido um bom terrorista da época (a chamada artimanha do Cavalo tem todas as característica dos actos terroristas actuais – entrada dissimulada numa zona defendida pelas “legítimas autoridades governantes”, com a execução de actos de guerra subversiva (morte dos habitantes e saque) executados durante a noite, mas como “navegador” parece que deixava muito a desejar.

No seu regresso a Ítaca, numa viagem que se revelou atribulada e perigosa, Ulisses demorou mais de 10 anos, tendo passado por vários perigos em muitos e desvairados territórios.

Nota: Para ir de Tróia a Ítaca, que era quase ali ao lado e era a ilha de onde saiu 10 anos antes como rei, perdeu-se e acabou por navegar todo o Mediterrâneo oriental, médio e ocidental, até chegar às colunas de Hércules, depois chamadas colunas de Gibraltar, com a mudança temporal dos heróis, continuando para noroeste e aportando a Lisboa.
Quem lhe terá dado a carta de navegador? Como era rei, talvez se a tenha atribuído autonomamente. Pois se era rei, sabia navegar. Os reis achavam que sabiam tudo, ou não fossem reis por graça divina. 

De acordo com um velho mito, no seu atribulado regresso a Ítaca, ULISSES terá passado por Lisboa, onde encontrou um povo que falava uma língua não muito deferente da grega.
Os habitantes do lugar chamavam a si mesmos “lusitanos”, pois se consideravam descendentes de “Luso”, filho do deus Dionísio.

Nota: Descendentes (netos directos) de um deus grego, falariam naturalmente uma coisa parecida com “a língua grega”. Presumo que o próprio Ulisses falaria pelo menos grego, além do itaquês.
Ulisses aportou (não lisboou) num local que se veio a chamar Lisboa. Mais uma guerra para os morcões.

Ulisses ergueu (ou mandou erguer ?) um templo em honra de Pallas Ateneia, nele depositando muito do espólio trazido do saque de Tróia, e baptizou o sítio como Ulisseia.
Este nome viria a originar a designação greco-latina de Olissipo, génese do nome Lisboa.
A semelhança dos nomes Ulisses, Ulisseia e Olissipo, são inquestionáveis.

Nota: O Ulisses mandou erguer um templo num local que não conhecia, e chamou-lhe “Ulisseia”, o que no mínimo revela uma pobre imaginação onomástica.
Quem terá sido o ministro das finanças (ou da divida pública, que aqui se deveria dizer portuguesa, para que não venha a ser exclusivamente paga pelos lisboetas), que delapidou o saque de Tróia? Ou terá sido o engº Belmiro ?

Nas múltiplas variantes deste mito, uma diz que o herói grego teria chamado a sua filha Boa, para terminar a sua obra no sítio à beira-Tejo onde tinha aportado, uma vez que queria sobretudo regressar a Ítaca.
O nome da futura capital lusa seria assim uma conjugação dos nomes de Ulisses e Boa.

Nota: A designação de herói grego a um “rei de Ítaca” não sobreleva a questão do “mercenário” ?
Ainda bem que a rapariga se chamava BOA. E como seria ? Imaginem que se chamava má ou péssima ? O nome que teríamos como Capital poderia ser ligeiramente exótico.
Onde estava a Boa, quando o pai a mandou chamar ? Que idade tinha ? Era mesmo boa (filha de rei …) ou nem por isso. O que lhe aconteceu depois de acabar o tal templo ? Questiono esta mania dos historiantes só falarem dos reis,

Ainda no mundo dos mitos, outra lenda refere que Ulisses teria descoberto Achilles disfarçado de menina, nos arredores do estuário do Tejo, onde mais tarde nasceria Lisboa. Em homenagem a Aquiles, deu-se a este lugar o nome de Chelas.

Nota: Aquiles (ou Achilles, o tal do calcanhar) disfarçado de menina? Que coisa esquisita para um herói. Seria bichóide ?
Dizem mesmo alguns autores da antiguidade que a sua amizade por Patrocle, seu companheiro de armas, morto por Hector, se poderia considerar excessivo.
Nesta parte da lenda as incongruências são demasiadas, uma vez que o Achilles morreu em Tróia, durante a guerra, quando foi atingido por uma flecha, no único ponto vulnerável do seu corpo. O disparador da tal flecha foi Páris, irmão de Hector, morto em combate por Aquiles. Então se o Achilles morreu em Tróia, como chegou a Chelas ?
Conclusão: O Hector matou o Patrocle, companheiro muito querido do Aquiles. O Aquiles matou o Hector, irmão do Páris. O Páris matou o Aquiles. Tudo gente de alma leal e pura.
Esta história de Chelas, lembra-me uma scooter recentemente tornada famosa, e cujo guiante tem um nome parecido com Ulisses.

Falando de outra lenda relacionada com Lisboa, o nosso Padre António Vieira acusou Ulisses de usurpador, uma vez que para Vieira, Lisboa teria sido fundada por Elisa, bisneta de Noé, o que tornava a nossa capital 500 anos mais antiga que Roma.

Nota: Isto de ser mercenário e usurpador, com amigos também heróis disfarçado de menina causa-me muita estranheza.
Além do um ataque de nacionalismo do Padre António Vieira …

É óbvio que estamos no campo do mito, nada contando para aqui a realidade história. Ulisses é uma personagem mitológica e nem a Odisseia sugere em momento algum que ele por aqui tenha passado. É verdade que se trata de uma lenda bonita, como são sempre as lendas. Enfim, Ulisses nunca morou aqui. Mas é uma bela história, mesmo assim … 

Helder da Palma Veiga

24 julho 2017

FRATERNIDADE MAÇÓNICA

    Esta será a minha primeira colaboração neste “Blogue” que considero como um “esclarecedor”, para quem o frequenta e lê, do que é e deve ser a Ordem “Discreta” da Maçonaria em Portugal. Assim resolvi apresentar um pequeno “Artigo” sobre um tema que eu considero de possível interesse para um leitor interessado nestes assuntos. O titulo será:

FRATERNIDADE MAÇÓNICA


Quando se fala de “Fraternidade Maçónica”, para mim, tem um significado muito mais para “além” de considerarmos os maçons de: Todos Irmãos!

Consideramos como são “Irmãos”, porque foram “escolhidos” para tal, onde, alem do sentimento fraterno de irmão para irmão, como se tem com um irmão de família, neste caso são escolhidos, não por razões familiares, mas sim por poderem ter “potencialidades” de atuar, fazer, ou dar, não só “Amizade”, não só “Conforto”, não só ”Caridade”, não só “Amparo”, mas antes e ainda mais, que algo que está inerente a qualquer pessoa bem formada vivendo em comum! Devemo-nos lembrar dum lema, também utilizado num movimento de solidariedade e, emprestado aqui, que é: “Dar de si, antes de pensar em si”!

Não é fácil! É mais fácil dizê-lo, do que fazê-lo!

Por isso é que em Maçonaria, vai-se interiorizando, passo a passo, os conceitos de “fraternidade”, não só os discutindo, mas “estudando-os” sobre os mesmos, como ainda, desvendando os símbolos que são apresentados aos poucos na “loja” que é a sala em que se reúnem, de “Grau” em “Grau”, de modo a podermos melhor absorver, discutir e progredir!

É um “Caminho” longo, persistente, mas necessário! Motivo porque alguns dos “Irmãos”, desistem a meio ao se aperceberem que nas ditas Reuniões em Loja, as discussões que surgem, os passos com que se avança, são mais longos e complexos do que fossem simples reuniões de amigos que têm alguma coisa em comum como: pertencer ao mesmo clube desportivo, pertencer à mesma religião, ou pertencer à mesma política! Não,  é muito mais do que essas intenções associativas! Como tal, só alguns são escolhidos e só alguns é que permanecem nessa busca “mais elevada”, “mais profunda” e mais “responsável”!

A “Fraternidade” ensina-se, educa-se, responsabiliza-se e dá o fruto de se ser “Bom”, “Saudável de Espírito”, “Útil para a Sociedade” onde se vive e que nos rodeia e, ao mesmo tempo, dá o consolo de se ter sido escolhido como irmão “válido” durante o breve tempo que permanecemos neste Mundo que nos rodeia!

A autoanálise que se procura, auxiliada pelos ditos “Irmãos” mais antigos e experientes, vai ajudar nesta progressão de autoconhecimento, autoformação benéfica não só para o próprio mas também será compartilhada com todos os outros “Irmãos” e com a Sociedade onde se vive, incute uma “Sabedoria” progressiva, válida para o próprio e para quem se convive!

Lisboa, 24 de Julho de 2017

Luís Rosa Dias (Mestre Maçon)     

17 julho 2017

As Lojas e a Grande Loja: conceção simbiótica


Expus em dois dos últimos textos as conceções polarizadas que podem existir nas relações entre as Lojas maçónicas e a respetiva Grande Loja ou respetivo Grande Oriente, essencialmente a que dá prevalência àquelas sobre esta ou este e a que assenta no pressuposto precisamente contrário. Efetuei, ainda que brevemente, a crítica de uma e outra posições. É agora tempo de indicar a conceção que tenho por correta e que acho que deve enformar o relacionamento entre as Lojas e a sua estrutura agregadora. 

Conforme, em comentário a um dos textos, numa rede social, muito lucidamente escreveu Carlos D., um maçom que muito prezo e cujos escritos leio sempre muito atentamente, "efectivamente, a Loja constitui a base estrutural da Maçonaria" e, quer nas Grandes Lojas, quer nos Grandes Orientes, "ressalta a convicção da soberania das lojas, cabendo às "grandes" instâncias o exercício executivo dessa soberania colectiva". Efetuo estas citações porque resumem certeiramente os campos de atuação das Lojas  e das respetivas estruturas agregadoras.

Com efeito, para o trabalho do maçom, para se ser maçom, a Loja é indispensável. É na Loja, com a Loja e pela Loja que o maçom se faz, cresce e evolui. Portanto, naturalmente que a Loja é o polo essencial em tudo o que respeita à integração, formação e acompanhamento dos seus obreiros. E, assim sendo, é a Loja soberana quanto à forma como funciona, como organiza o seu trabalho e o trabalho dos seus obreiros. Enfim, o paradigma da muito batida frase que postula integrar o conceito de Maçonaria o princípio maçom livre numa Loja livre.

Mas, se no plano interno, o trabalho da Loja é soberanamente definido por esta, no plano externo, no relacionamento da Loja com outras Lojas, no relacionamento da Loja com obreiros de outras Lojas, nos contactos nacionais e internacionais, mas também na preservação comum dos princípios e boas práticas maçónicas e na organização da utilização dos espaços utilizados pelas várias Lojas, é indispensável a articulação efetuada pela estrutura agregadora. Neste plano, a primazia, digamos assim, deve ser dada às orientações e decisões tomadas a nível de Grande Loja ou Grande Oriente, não sendo admissíveis, por dificilmente acomodáveis, derivas estabelecidas a seu bel-prazer por uma (ou mais) Lojas. Isto é evidente quanto à gestão da utilização dos espaços, mas também na preservação do correto cumprimento das normas e comportamentos assumidos internacionalmente. E obviamente que o relacionamento entre Lojas e entre uma Loja e obreiro de outra deve seguir normas e padrões estabelecidos pela estrutura agregadora, por clara necessidade de prevenção de conflitos.

Estes dois planos - relação da Loja com os seus obreiros, gerida pela Loja, e relação da Loja com outras Lojas e obreiros delas e utilização de espaços, gerida pela estrutura agregadora - complementam-se e devem ser geridos por ambos os níveis das estruturas com respeito e aceitação das respetivas competências. São ambos indisopensáveis. São ambos harmonizáveis e devem ser sempre mantidos harmonizados.

A Loja maçónica existe por e para os seus obreiros. A Grande Loja ou Grande Oriente existe por e para as suas Lojas. A compreensão destes simples factos habilita a entender que a relação entre ambos os níveis de estrutura é simbiótica. Cada nível necessita do outro e deve, portanto, respeitar as competências desse outro nível.

As Grandes Lojas ou Grandes Orientes necessitam das suas Lojas para fazerem sentido. As Lojas agregam-se em Grandes Lojas ou Grandes Orientes porque necessitam de assim fazer para eficazmente poderem funcionar. Não tem, assim, lógica pretender-se estabelecer hierarquias de importância entre ambos os níveis. Ambos são igualmente indispensáveis. Cada um deles necessita do outro. Cada um deles tem tarefas importantes  a assegurar, para bem cumprir o seu papel. Em suma, são verdadeiramente simbióticos.

Não vale, pois, a pena complicar o que é simples, evidente e claro. Não se trata de quintas ou quintinhas de poder. Trata-se de estruturas, em diferentes níveis, de serviço. Se assim se entender, não faz então sentido a determinação de "quem é mais importante". Ambos os níveis são importantes, indispensáveis e nenhum funciona capazmente sem o outro. Isso é que interessa. O resto... são profanidades!

Rui Bandeira

10 julho 2017

Comunicação do Grão-Mestre por ocasião do solstício de verão


O mundo comemora III séculos de Maçonaria Moderna

Queridos II. em todos os vossos graus e qualidades, a todos saúdo: sede bem-vindos à casa dos valores, à casa dos irmãos, à nossa casa.

Hoje celebramos em Grande Loja o Solstício de Verão. O vocábulo solstício vem da palavra latina “SOL” a que se justapôs a palavra “SISTERE”, que significa não se mexer, designando o momento em que o sol, durante o seu movimento aparente inscrito na esfera celeste, atinge a sua maior declinação em latitude.

Um dia de solstício será eternamente uma grande e mágica aurora: límpida; resplandecente. No solstício de Verão, o dia mais longo do ano, a luz do sol triunfa sobre a escuridão da noite, e oferece-nos a luminosidade plena. E estamos aqui para mais uma vez velarmos meus irmãos. Velarmos juntos a luz absoluta dos ancestrais valores maçónicos, fazendo-a triunfar sobre os medos, sobre as trevas e os obscurantismos, sobre todos os totalitarismos.

Neste preciso dia 24 de Junho de 2017, dia de São João Batista, a maçonaria moderna e especulativa, celebra o seu terceiro centenário. A maçonaria mundial completa assim 300 anos, desde que se atreveu a sonhar e lutar por um ideal de Humanidade, suportado por princípios simples, mas fundadores: o direito de pensar e o dever de tolerar. Universalizando-se a partir de então, a Maçonaria Regular afirma-se através da sua dupla dimensão, humanista e espiritual: por um lado, defendendo uma visão do homem baseada na liberdade de consciência, do intelecto e da igualdade de direitos, e por outro, defendendo um deísmo que reconhece a existência de Deus, mas que deixa aberta a definição da sua identidade.

E foi nessa noite de 24 de Junho de 1717, no terceiro ano do Rei George I, que em Londres na Inglaterra, se realizou a primeira Assembleia de Maçons Livres e Aceites, tendo lugar a reunião no primeiro andar da taberna “Goose and gridiron” (Ganso e grelha). Foi essa também uma noite de aurora primordial para a maçonaria, parafraseando Sophia de Mello Breyner sobre outras livres madrugadas, “O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo”. Foi nessa noite de 24 de Junho de 1717, que quatro lojas inglesas fundaram a primeira Grande Loja Inglesa e elegeram o primeiro Mui Respeitável Grão Mestre da Maçonaria Moderna, Anthony Sayer, encarnando a sua função o Centro da União e da Harmonia Maçónica.

E trezentos anos depois, em pleno terceiro milénio, são ainda muito grandes as resistências a estes ideais de liberdade, simples e fundadores. Por isso estamos aqui todos juntos para velar, o que significa acreditar e defender sempre os princípios maçónicos da liberdade, preferindo ter a garganta cortada a renunciar a eles.

E temos que estar permanentemente em guarda meus irmãos, porque ainda hoje o planeta vive momentos de muitas incertezas na defesa dos valores maçónicos. A grande e nobre Inglaterra que há trezentos anos nos presenteou com a primeira Grande Loja Maçónica, o país que forjou uma das mais densas democracias do mundo, parece ter-se agora cansado da História e envia-nos sinais que vão no sentido de querer ficar fora dela, deixando o “Brexit” criar desunião, arrancando à Europa a democracia mais forte, e apoucando-se assim como nação.

Por outro lado, nos Estados Unidos da América, o seu presidente democraticamente eleito, alheia-se dos verdadeiros males do mundo e em jeito de avestruz, volta as costas ao tratado de Paris e à sustentabilidade ambiental do mundo: temos de estar bem conscientes que apenas temos este planeta, que na sua versão primeira não foi programado para ter segundas oportunidades. Mas mesmo assim acreditemos que a América é maior que o seu presidente, e a Inglaterra maior que o “Brexit”.

E avisa-nos um dos maiores pensadores do nosso tempo, George Steiner: “O nacionalismo é um veneno absoluto e encarna o maior veneno do nosso tempo”.

E sobre o mesmo assunto, nos alvores na Primeira Guerra Mundial, alertava já o grande estadista francês Georges Clémenceau: “Podemos ser patriotas, mas não chauvinistas. E é esta uma distinção muito importante, porque o patriotismo pode ser decente, mas o chauvinismo, o nacionalismo e o totalitarismo, são realidades que vão sempre fazer viver à humanidade tempos muito amargos e degradantes, em que a morte e o medo espreitarão em cada esquina”.

O domínio da retórica é uma das grandes artes maçónicas, mas cuidado com a retórica política malvada, porque pode matar e assassinar por meio da linguagem. O horror do movimento nazi foi largamente baseado na retórica e na propaganda. Muito mais poderosas do que qualquer exército são as mentiras dos totalitarismos, que funcionam através da linguagem: sempre em guarda meus irmãos.

O que caracteriza o mundo actual é o alcance, a amplitude e a rapidez das mudanças. E a sua cadência todos os dias se acelera. Agora já com algum recuo, começamos a perceber que a mundialização indubitavelmente beneficia a humanidade. Nunca a pobreza no mundo recuou tanto e tão depressa e nunca os valores maçónicos estiveram tão difundidos e universalizados. Ainda assim, numa boa parte da população dos países ocidentais, a mundialização está a provocar um grande stress cultural e económico, que veio criar muitos ressentimentos e muitos medos. E a melhor coisa para resolvermos os problemas, não é enfiarmos a cabeça na areia, a melhor coisa é ter consciências dos problemas e resolve-los dentro do respeito dos valores maçónicos, sem nunca cedermos à facilidade aparente e venenosa dos totalitarismos. E é por isso, que igual que da primeira vez há trezentos na “Taberna Ganso e Grelha” devemos continuar eternamente a juntarmo-nos em Grande Loja, para velar em uníssono meus irmãos: para nos fortalecermos na defesa dos valores maçónicos e da liberdade, porque tudo o demais é pura vanidade.

E trezentos anos depois, neste tempo de solstício, a União da grande família dos maçons regulares, é de rigor: façamos o mundo mais feliz, e por contágio, sejamos todos mais felizes.

E era esta a mensagem simples que hoje vos queria comunicar, e dela imbuídos, continuaremos o nosso caminho, humildemente, harmoniosamente, assumindo a plenitude universal dos valores maçónicos, a liberdade em Portugal, na Europa, no mundo, para continuar a consolidação e edificação da nossa Augusta Ordem, a bem da Humanidade, à Glória do Grande Arquitecto do Universo.

Júlio Meirinhos
Grão Mestre

Nota: O MRGM Júlio Meirinhos escreve segundo as regras de orografia pré-Acordo Ortográfico de 1990.

Rui Bandeira

03 julho 2017

Mário Martin Guia - maçom bom


Mário Martin Guia passou ao Oriente Eterno na madrugada da passada sexta-feira, dia 30 de junho de 2017. Ao princípio da manhã, alguém colocou a informação numa rede social. Ao longo desse dia multiplicaram-se as mensagens de pêsames e de homenagem ao extinto. O que impressionou não foi a rapidez e a amplitude da reação. Foi a forma como quase todos reagiram. Claro que todos manifestaram o seu pesar pelo acontecimento. Mas, sobretudo, celebraram a  vida e o caráter e a postura de Mário Martin Guia.

Comecemos pelo menos importante. Mário Martin Guia foi Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal entre 2007 e 2010. Passemos agora ao que mais interessa. Mário Martin Guia foi um homem bom. Muito bom. A sua simplicidade era tocante. O seu bom humor cativava. A sua disponibilidade para os demais exemplar. A sua bonomia aconchegante. O seu calmo sorriso a todos influenciava. Era simples e cordato sem deixar de ser firme, quando era necessário que o fosse. Foi tolerante com os outros e exigente consigo mesmo. 

Foi poeta. Publicou vários livros de poesia. Aqueles que os detêm guardam-nos ciosamente. Mais próximo de António Aleixo do que de Cesário Verde. Mais na linha do (justamente) bem mais conhecido José Fanha do que na de Antero de Quental. Dos clássicos, talvez tivesse alguma similitude com Guerra Junqueiro - exceto no anticlericalismo deste, que não compartilhava.

Mário Martin Guia, para muitos de nós era, simplesmente, o Tio Mário, alguém sempre disponível para uma opinião, um conselho, uma orientação - ou uma boa cavaqueira... Muitos de nós, volta e meia, passávamos pela Mexicana durante as manhãs, sabendo que o Mário normalmente ali estaria e sabendo também que estaria disponível para tertuliar connosco.

Enquanto Grão-Mestre da GLLP/GLRP, não me recordo de o ver ordenar fosse o que fosse. Mas lembro-me bem - como me lembro! - da forma como ele conseguia sempre aquilo que pretendia: limitava-se a pedir. às vezes, meramente a sugerir. Sempre sorridente. Mas, se necessário, mais tarde pedia de novo. E de novo. E ainda outra vez. Insistia até, se preciso fosse, vencer o visado pelo cansaço... Sei do que falo: este texto publicado aqui no blogue contém uma bem disposta referência a isso...

Enquanto Grão-Mestre da GLLP/GLRP, assegurou com aprumo e interesse a representação internacional da Obediência, tendo efetuado várias e cansativas viagens. Mesmo muitas vezes regressando derreado, nunca perdia o seu sorriso, justificado pela satisfação do dever (bem) cumprido. Nos seus contactos internacionais, nas suas presenças em cerimónias levadas a cabo por Obediências estrangeiras, ficou célebre a forma como se apresentava. Evidenciava-se do conjunto dos demais Grão-Mestres por usar, não um rico avental de Grão-Mestre, com seus dourados, mas um simples avental branco, apenas elegantemente bordado à mão nas suas extremidades, creio que por uma sua familiar. Com isso mostrava que, apesar de Grão-Mestre, se considerava sempre um eterno Aprendiz. Mas o certo era que - pela diferença da humildade - se evidenciava, se destacava entre os seus iguais. Se me for permitido aqui deixar um pedido à família do Mário, esse é que autorize que esse avental branco bordado nas orlas fique à guarda da GLLP/GLRP. Seria uma peça importante no seu museu. Dele deveria sair apenas em escolhidas ocasiões: para ser utilizado nas Cerimónias de Investidura dos futuros Grão-Mestres, assim lembrando ao investido que deve sempre manter o espírito de humildade do Aprendiz e que o seu ofício é um serviço, não uma honraria.

Celebremos, pois, a vida do Mário, um maçom - um homem - bom! Por mim, agradeço ter tido oportunidade de com ele privar e com ele aprender.. Repito aqui algo que várias vezes lhe disse de viva voz:

- Quando eu for grande, gostava de ser como o Tio Mário!

Rui Bandeira

26 junho 2017

As Lojas e a Grande Loja: conceção centralista - e sua crítica


A Maçonaria só se estabeleceu, expandiu e evoluiu a partir da criação de Grandes Lojas. O relacionamento internacional faz-se entre Grandes Lojas e ou Grandes Orientes, não diretamente entre Lojas. A estrutura logística de funcionamento e de reunião é assegurada pelas Grandes Lojas e são estas quem efetua a coordenação da utilização dessas estruturas pelas várias Lojas. São as Grandes Lojas que assumem a preservação da cadeia iniciática, a manutenção dos princípios fundamentais e a disciplina de comportamento de Lojas e obreiros. A unidade das práticas rituais necessita de coordenação e prevenção de desvios e alterações que só pelas Grandes Lojas ou Grandes Orientes pode ser assegurada.

Estas e outras afirmações - no essencial corretas, acentue-se - fundamentam a conceção centralizadora do relacionamento entre a Grande Loja, ou Grande Oriente, e as Lojas da sua jurisdição. Para esta conceção, as Lojas transferiram para a sua estrutira superior um conjnto de competências que originam também a transferência de uma gama de poderes que se consolidaram na esfera da Grande Loja ou do Grande Oriente e do Grão-Mestre, poderes estes que assumem natureza imperativa sobre as Lojas e os obreiros da respetiva jurisdição.

Com isso, o centro nevrálgico da organização maçónica transferiu-se da Loja para a Grande Loja ou Grande Oriente. As necessidades de coordenação, de prevenção de desvios, de disciplina e de organização impõem que a autoridade, o poder decisório essencial, se fixe na Grande Loja ou Grande Oriente e no seu Grão-Mestre, restando para as Lojas apenas poderes residuais e, mesmo assim, sob tutela da Grande Loja e do Grão-Mestre.

Esta conceção centralizadora do relacionamento entre a Grande Loja e as Lojas é errada, desde logo porque apenas burocrática, não atendendo à específica natureza da Maçonaria.

A Maçonaria é essencialmente voluntária. O maçom aceita cumprir determinadas regras, assegurar obrigações, cumprir a disciplina que lhe é indicada. Mas a ligação essencial do maçom não é com a Grande Loja ou com o Grão-Mestre. A ligação essencial do maçom é com os seus pares da sua Loja.  A ligação que se estabelece é uma ligação iniciática - e esta ocorre e alimenta-se entre o indivíduo e o grupo próximo onde se insere. A estrutura superior é alheia à mesma. O maçom faz-se maçom em Loja, forma-se maçom em Loja, cresce maçom em Loja, E, feito maçom, formado ou em formação, crescido ou em crescimento, vai à Grande Loja... Ou não... 

O trabalho da Loja relativamente aos seus obreiros e com os seus obreiros é insubstituível. A Loja não é uma mera correia de transmissão entre a Grande Loja ou o Grande Oriente e o obreiro. Nem sequer nada que se pareça a tal. Pelo contrário, a Loja é uma estrutura central e indispensável para o trabalho maçónico dos seus obreiros.

A Grande Loja pode e deve coordenar Lojas. Pode, mesmo, designadamente em assuntos administrativos, enquadrar o registo dos obreiros das Lojas e determinar procedimentos. Mas o relacionamento direto, pessoal, exclusivo e insubstituível entre o obreiro e a sua Loja ultrapassa e é completamente alheio à estrutura de enquadramento das Lojas.

Pode-se porventura objetar que não é bem ou não é absolutamente assim. Por exemplo, o Grão-Mestre tem tradicionalmente o poder de fazer maçom à vista e de dispensar prazos ou condições para aumentar o salário de maçom. É certo que sim. Mas não se esqueça nunca que ninguém é maçom, é-se reconhecido maçom! Reconhecido pelos seus Irmãos. Bem pode qualquer Grão-Mestre declarar que um qualquer elemento é maçom, no uso da sua prerrogativa para tal. Se nenhum outro maçom reconhecer o dito elemento como tal...ele não vai longe na sua vida maçónica. Com ou sem intervenção do Grão-Mestre...

Maçonaria não é profanidade e não se rege nem replica os princípios, regras, costumes e hábitos profanos. Desengane-se quem crer o contrário. Maçonaria pressupõe um laço, uma transmissão, um caminho feito de braço e abraço conjunto, que ultrapassa - e muito! - qualquer determinação regulamentar, qualquer norma, qualquer manifestação de poder.

A conceção centralista da Grande Loja pode porventura traduzir-se em regulamentos, em práticas, quiçá em profanidades. Mas, no que importa, na iniciática transfortmação do íntimo de cada um, não há decisões, nem regras, nem ordens vindas de cima. Aí, no que verdadeiramente importa, no que constitui ser maçom, ser reconhecido maçom e fazer realmente maçonaria, só dois planos importamn e estão presentes: a relação do maçom consigo próprio e a relação do maçom com o(s) seu(s) Mestre(s). E esse(s) inevitavelmente é (são) Mestre(s) na e da sua Loja!

Rui Bandeira

19 junho 2017

Tentar tirar sentido do que não tem sentido


Mais de seis dezenas de mortos. Mais de seis dezenas de feridos, alguns com gravidade. Mais de uma centena de pessoas que ficou com a sua casa destruída ou fortemente danificada. A maior tragédia do género de que há memória recente em Portugal. Um incêndio grassa desde sábado na zona centro de Portugal. Ainda não está debelado no momento em que escrevo. 

Todos os anos Portugal é assolado pelas chamas. Clama-se contra o eucalipro. Denuncia-se a falta de prevenção. Aponta-se o dedo a incendiários. Prometem-se medidas. Reforçam-se meios. Mas todos os anos recomeça o calvário.

No entanto, desta vez não há dedos a apontar, culpas a denunciar. Desta vez, pura e simplesmente aconteceu porque a natureza fez acontecer e nada nem ninguém podia ter evitado que acontecesse. Uma trovoada seca. Um raio que cai sobre uma árvore e a incendeia. Temperatura altíssima, da ordem dos quarenta graus centígrados. Humidade baixíssima. O incêndio que a natureza ateou propaga-se como um rastilho. Rapidamente atinge grandes proporções e espalha-se por quatro frentes. O vento atiça as chamas. As chamas aumentam o vento e tornam-no imprevisível nas suas mudanças de direção. O fogo parece ganhar vida e sanha destruidora. Avança por um lado, muda de direção, propaga-se pelas copas das árvores. Cerca gente que dele procura fugir e tira-lhe a vida que procurava salvar.

Mais de sessenta mortos. Mais de sessenta feridos. Destruição.

Tem-se a sensação que é mais uma tragédia sem sentido, que só podemos a ela reagir como pudermos e se pudermos.

Mas é importante que procuremos extrair algum sentido desta tragédia sem sentido. É importante! Mesmo que o choque nos aturda. Mesmo que não nos apeteça refletir sobre o que nos dói. 

Uma primeira conclusão que se deve tirar é que é tempo que o Homem e cada um dos homens e mulheres neste planeta cessem a prosápia de pretender que dominam a natureza. A natureza não se domina e não é dominável, a não ser na medida em que ela própria permita que a dominemos. Mas a todo o tempo pode mostrar-nos quem realmente manda. E quem relamente manda não somos nós, por muito que nos julguemos importantes e desenvolvidos e dotados de técnicas e de conhecimento... Tivemos o exemplo, a demonstração: uma simples trovoada seca, um banal raio, condições de temperatura e humidade alinhadas para que o maior dano acontecesse e... viu-se!

O pior é que - pese embora o que o loiro americano que agora dirige os destinos de uma grande potência afirma... - as alterações climáticas estão aí. Portugal vai ter cada vez menos chuva e menos humidade. Mais secas, mais fortes e mais prolongadas. Mais períodos de altas e muito altas temperaturas. Mais situações em que um banal rastilho natural pode criar cataclismos e perdas de vidas. Temos de chorar quem caiu. Temos de cuidar de quem se salvou, mas tudo, ou muito, perdeu. Mas temos de nos preparar e de nos proteger de eventos futuros que só não sabemos quando ocorrerão - mas não duvidemos que vão ocorrer...

A prevenção é necessária, mas não chega. A intervenção e o combate são necessários, mas não remedeiam tudo. Há que juntar à indispensável prevenção as não menos importantes medidas de minimização das consequências de eventos funestos que inevitavelmente vão ocorrer. Quanto mais previrmos o que de pior pode suceder e quanto mais medidas tomarmos para minimizar as suas consequências, mais vidas se salvarão. E uma só que seja já vale a pena...

A segunda conclusão que individualmente devemos tirar é recordarmo-nos de que a nossa passagem por este plano de existência pode literalmente terminar a qualquer momento. Agora estou bem e estou aqui. Daqui a cinco minutos (ou cinco segundos...) posso não estar - de todo... Cada um deve viver a sua vida com a noção de que esta pode terminar a qualquer momento e pouco podendo cada um de nós fazer quanto a isso. Cada um deve estar sempre preparado para a Grande Passagem que inevitavelmente nalgum momento ocorrerá. Cada um deve manter as suas mãos e o seu espírito limpos e leves para que no Além não nos pesem nem impeçam - para que possamos voar para onde ansiamos e não cair para onde não desejamos. Qualquer que seja a conceção de cada um do Além que nos aguarda.

Tiremos como lições de uma tragédia sem sentido que a natureza ou é respeitada ou far-se-á respeitar - contra tudo e contra todos - e que devemos manter-nos limpos, puros e eticamente completos sempre, em cada momento da nossa vida. Porque esta terminará a qualquer momento e não sabemos quando.

Este o sentido que tentei tirar do que não tem sentido.

Mas, por agora, ainda é tempo de chorar os que cairam, cuidar dos que sobreviveram, lutar contra a calamidade e, sobretudo, cada um de nós demonstrar verdadeira solidariedade.

Que assim seja!

Rui Bandeira

17 junho 2017

Goose and Gridiron

(sinal original da taberna "Goose and Gridiron")

É conhecido o relato segundo o qual, a 24 de junho de 1717, quatro lojas maçónicas se teriam reunido na taberna "Goose and Gridiron" (Ganso e Grelha) e aí constituido a primeira Grande Loja e eleito o seu primeiro Grão-Mestre. Este acontecimento é consensualmente considerado o "dia zero" da Maçonaria Especulativa. Não obstante a sua importância, não chegou aos nossos dias qualquer prova documental deste evento: nem uma ata (que só começaram a lavrar-se em 1723), nem uma lista, nem sequer um simples relato em primeira mão. De facto, o registo mais antigo de que dispomos são as Constituições de Andersen, na sua edição revista de 1738 - ou seja, 21 anos depois. Curiosamente, a versão original - de 1923 - nada refere a este respeito. Muito se especula, três séculos volvidos, quanto à precisão histórica da descrição de Andersen.

Armas da Worshipful
Company of Musicians
O que é certo é que, num local de Londres conhecido por St. Paul's Churchyard (Adro da Igreja de S. Paulo), houve um edifício de cinco pisos onde esteve sediada uma associação musical chamada "The Mitre" (A Mitra). Numa altura em que mesmo os ricos e nobres eram frequentemente analfabetos, era quase garantido que o fosse a maioria da restante população. Isso levou os fabricantes de sinalética a privilegiar o uso de sinais pictóricos; por mais belo e sóbrio que pudesse ser um sinal escrito, seria inútil se a maioria da população não soubesse lê-lo. Estaria, por isso, afixado sobre a porta do "The Mitre" o brasão da Worshipful Company of Musicians, com o própósito de identificar aquela como uma casa de música.

As armas desta antiga e prestigiada associação musical, fundada por volta de 1500 e hoje conhecida por The Musicians' Company, consistem num escudo encimado por uma lira, tendo o escudo, na parte superior, dois leões separados por uma rosácea, e na parte inferior um cisne de asas abertas. O cisne a a lira eram, nesse tempo, comummente adotados como símbolo pelas associações musicais.

Pelo início do séc. XVIII a dita associação terá entrado em declínio, altura em que no edifício passou a funcionar uma estalagem e uma taberna; esta adotou o nome de "Goose and Gridiron". Não sabemos, em absoluto, a razão deste nome, mas é clara a ligação entre o sinal que identificava a taberna e as armas dos músicos. No 1º volume de "Old and New London", de 1878, o autor, Walter Thornbury, sugere poder o nome ter sido concebido como uma paródia de "Swan and Harp", um nome popular na altura para casas de música. Mais prosaicamente, oferece a sugestão alternativa de que é simplesmente uma interpretação simplória do brasão da Companhia de Músicos pendurado por cima da porta do Mitre pelos pouco sofisticados frequentadores das lojas e tabernas.

Não me custa, no entanto, imaginar um muito britânico e corrosivo recém-estabelecido taberneiro, ainda sem nome nem símbolo à porta que não os dos anteriores ocupantes, quando indagado sobre se a sua casa era de música, responder que não, que aquilo era um ganso e uma grelha, e que entrassem e fossem bebendo uma cerveja enquanto esperavam pelo ganso...

O antigo edifício já não pode ser visitado: foi demolido no final do séc. XIX, época em que Londres assistiu a um grande aumento populacional. Já o sinal, de ferro e madeira pintada e datado do início do séc. XIX, pode ser visto no Museu de Londres.

Paulo M.

Fontes:
http://www.masonicsourcebook.com/grand_lodge_of_england.htm
http://www.thefraternity.info/the-original-tavern-sign-for-the-goose-and-gridiron/
https://en.wikipedia.org/wiki/Premier_Grand_Lodge_of_England
https://en.wikipedia.org/wiki/Worshipful_Company_of_Musicians
http://www.mqmagazine.co.uk/issue-14/p-32.php
https://books.google.pt/books?id=XrYKAwAAQBAJ&lpg=PA50&ots=-_ms4RgOmP&pg=PA50#v=onepage&q&f=false
http://www.madamegilflurt.com/2014/11/the-goose-and-gridiron.html

12 junho 2017

As Lojas e a Grande Loja: conceção basista - e sua crítica


Em 24 de junho de 1717, quatro Lojas maçónicas londrinas reunidas na taberna Goose and Gridiron decidiram associar-se numa Grande Loja e eleger um Grão-Mestre que a todos os seus obreiros representasse. Foi assim que, em síntese, James Anderson registou o nascimento da primeira Grande Loja macónica, hoje normalmente designada por Premier Grand Lodge. Este é o facto que se convencionou constituir o nascimento da Maçonaria Especulativa.

Foram quatro Lojas que se associaram e decidiram constituir uma Grande Loja. Foram essas quatro Lojas e os seus respetivos obreiros que decidiram eleger um Grão-Mestre. São as Lojas que dão origem às Grandes Lojas. São os maçons que escolhem o Grão-Mestre. Esta inegável verificação constitui a base fundamentadora da conceção basista do relacionamento entre as Lojas e as respetivas estruturas agregadoras (Grandes Lojas ou Grandes Orientes).

Para esta conceção basista, a origem do poder está nas Lojas e nos respetivos obreiros, tanto assim que são as Lojas quem cria as Grandes Lojas e os obreiros quem elege o Grão-Mestre, diretamente ou por representação das respetivas Lojas, consoante os sistemas de eleição do Grão-Mestre em vigor em cada Obediência maçónica. Em consequência, a Grande Loja só exerce as competências que lhe são delegadas pelas Lojas e o Grão-Mestre exerce apenas o poder que lhe é delegado pelos seus eleitores. O essencial da Maçonaria está nas Lojas. As Grandes Lojas são meras estruturas administrativas e de coordenação. Mas a prevalência está nas Lojas. Estas é que mandam na Grande Loja. Não o inverso.

Sendo histórica e iniciaticamente correto afirmar-se que são as Lojas que originam a Grande Loja e não o inverso, sendo inquestionável que a legitimidade dos Grão-Mestres assenta na sua eleição pelos Mestres de toda a Obediência, no entanto a adoção pura e dura desta conceção basista da subordinação das Grandes Lojas às Lojas não é razoável e conduz a resultados perversos. Como em tudo na vida, a absolutização desta conceção é perniciosa e - goste-se ou não - não espelha a realidade. Não se trata de conflito entre o que deve ser e o que é. Trata-se do respeito da natureza, do lugar e das tarefas que devem ser assumidas por uma e outra estruturas. 

Absolutizar a conceção basistas do relacionamento entre as Lojas e a Grande Loja conduz, por exemplo, à aceitação, quiçá promoção, da existência de Lojas selvagens. Se a legitimidade reside absolutamente na Loja, então esta pode, a todo o tempo, decidir desligar-se da Grande Loja e atuar por si só, em absoluta independência. No entanto, sabemos que - particularmente na Maçonaria regular - tal não é, hoje em dia, considerado aceitável.

Ao constituir uma Grande Loja, ao integrar uma Grande Loja ou ao criar-se no âmbito de uma Grande Loja, a Loja maçónica procede à tal delegação de competências suas na Grande Loja, mas simultaneamente renuncia ao direito de retirar as competências delegadas. As competências essenciais de regulação, de coordenação, de representação, de ordenação, que as Lojas delegam na respetiva Grande Loja ou no respetivo Grande Oriente, uma vez atribuídas não são retiráveis. 

Com a constituição de uma Grande Loja fez-se nascer uma nova entidade. Entidade detentora de direitos, obrigações, atribuições e competências que, uma vez originariamente nela objeto de delegação, quem assim delegou não tem já o direito de retirar.

Pelo facto de a Loja constituir, aderir ou criar-se no âmbito de uma Grande Loja, automaticamente renunciou à absolutização do seu poder, pois decidiu partilhá-lo com a estrutura que criou, a que aderiu ou em cujo âmbito se criou.

Assim, reconhecendo-se a natureza originária do poder residindo nas Lojas, não é, porém, correta a conceção basista do relacionamento entre as Lojas e a respetiva Grande Loja ou o respetivo Grande Oriente. A natureza da criação, existência e relacionamento de ambas as estruturas irrecusavelmente fez nascer uma mútua obrigação inderrogável de partilha de atribuições e competências. 

Na definição, fixação e medida dessa partilha é obviamente importante o reconhecimento de que a origem está na Loja, que a legitimidade assenta na escolha dos obreiros. Mas tal reconhecimento não admite a absolutização ou, sequer, uma insensata prevalência de um basismo, que seria inconsequente, inoportuno e, afinal, contrário aos interesses das Lojas e dos respetivos obreiros.

A pura e dura conceção basista do relacionamento das Lojas e da Grande Loja não é, assim, o entendimento acertado. No próximo texto, procurarei expor - e igualmente criticar - a conceção inversa.

Rui Bandeira 

05 junho 2017

O Venerável Mestre, o Grão-Mestre e os obreiros da Loja


O meu último texto, que intitulei A aventalite, mereceu vários comentários, quer neste blogue, quem numa rede social onde o mesmo foi publicado. Um dos comentadores fez uma afirmação que merece nela nos detenhamos. Rezava esse comentário, na parte que aqui interessa:

"(O Venerável Mestre) como todos sabemos e conhecemos pelo Regulamento Geral, é o único representante em Loja do Muito Respeitável Grão-Mestre."

Factualmente, e no que respeita à GLLP/GLRP, este comentador tem toda a razão no que afirma. O art. 64.º, n.º 3, do Regulamento Geral da GLLP/GLRP dispõe expressamente:

"O Venerável Mestre em Loja representa o Grão-Mestre."

Norma vigente é norma para ser respeitada - e ponto final! Mas tal não implica que não se possa - em bom rigor, mesmo, não se deva! - analisar a pertinência de uma norma, na perspetiva do aperfeiçoamento futuro da regulamentação. 

Do meu ponto de vista, esta norma vigora e, enquanto vigorar deve ser respeitada, mas será conveniente que, com calma e na altura própria, se analise se a mesma deve manter-se, no seu preciso teor.

É que, sendo norma em vigor (na GLLP/GLRP) que, em Loja, o Venerável Mestre representa o Muito Respeitável Grão-Mestre, uma serena análise permite-nos concluir que, na natureza da Maçonaria, não é isso que sucede, ou deve suceder. Eu diria até que... pelo contrário! Quem representa o titular de uma função? Naturalmente, que representa quem o designa ou escolhe para essa função!

Ora, o Venerável Mestre de uma Loja maçónica - excetuadas as situações, atípicas, de designação pelo Grão-Mestre até à realização, em prazo que não deverá exceder 180 dias, de eleição para o ofício, designadamente quando uma Loja levanta colunas e está em início de trabalhos ou quando atravessa uma crise que impõe a intervenção administrativa da Grande Loja - é eleito pelos obreiros da Loja! Portanto, em bom rigor, o Venerável Mestre só quando é designado, transitoriamente, pelo Grão-Mestre é que o representa. Só nestas particulares e excecionais circunstâncias, em que, seja no início da atividade da Loja, seja em face de circunstâncias anormais, o Grão-Mestre necessita de transitoriamente intervir na Loja e designar um seu responsável até à normalização da escolha por via de eleição pelos obreiros da mesma, é que se pode dizer que é natureza das coisas que o Venerável Mestre designado representa o Grão-Mestre.

E representa-o então, por natureza, apenas e tão só porque não dispõe de legitimidade conferida pelos seus pares e, portanto, necessita de exercer o seu múnus (transitório, repete-se) beneficiando da legitimidade do Grão-Mestre.

Mas, em situação normal, o Venerável Mestre em funções exerce as mesmas porque foi eleito pelos obreiros da sua Loja para assegurar esse exercício. Exerce, portanto, o seu ofício, em representação dos obreiros da sua Loja, que o elegeram para tal. Em exercício normal de funções, o Venerável Mestre da Loja não tem a sua legitimidade por designação do Grão-Mestre, obtém-na por manifestação da vontade coletiva dos obreiros da sua Loja. E, portanto, é a estes que representa.

Uma afirmação descritiva da Maçonaria de que gosto muito, e que frequentemente utilizo, é a que reza que Maçonaria é um maçom livre numa Loja livre. É uma conceção da Maçonaria que preza e afirma o essencial da Maçonaria e da trilogia que tantas vezes, e orgulhosamente, proclamamos: Liberdade - Igualdade - Fraternidade.

O maçom livre junta-se a outros maçons, também livres e, em conjunto, formam uma Loja livre. Livremente a formam e nela atuam. As limitações à liberdade de cada um são por eles fixadas e assumidas e aceites, em ordem à serena e cabal organização, decisão e atuação coletiva. No seio da Loja que todos livremente formaram ou a que livremente aderiram, todos têm um estatuto de perfeita Igualdade. E a sua atuação pauta-se pela indispensável Fraternidade. Quando isto está reunido, faz-se Maçonaria. E a lideraqnça que em cada momento é exercida resulta da Liberdade de todos, da Igualdade de todos, da escolha efetuada por todos em perfeita Fraternidade. O líder, o Venerável Mestre, no exercício normal de funções recebe a sua legitimidade de quem o elegeu e a quem, assim, representa.

Portanto, em bom rigor, a natureza das coisas é que, apesar de estar escrito em regulamento que em Loja o Venerável Mestre representa o Grão-Mestre, na realidade o Venerável Mestre representa os obreiros da sua Loja, designadamente perante o Grão-Mestre.

Porque existe então a mencionada norma regulamentar? Porque, tal como os maçons sabem que não são perfeitos e necessitam continuamente de se aperfeiçoar, também as suas obras, e escolhas, necessitam de constante aperfeiçoamento. Esta norma em concreto é um resquício de uma dada conceção de Grande Loja, que não é a única e que compete com outra conceção de Grande Loja. O regulamento da GLLP/GLRP, tal como - não tenhamos dúvidas! - os regulamentos de outras Obediências maçónicas, é o resultado de compromisso, balanço, evolução, equilíbrio entre duas conceções de Grande Loja ou Grande Oriente, uma mais centralizadora que outra.

Mas isso será tema para esmiuçar em mais um par de textos que hão de vir!

Rui Bandeira  

29 maio 2017

O Painel de Aprendiz

Tal como está no nosso ritual na página 15, vamos aborda-lo de baixo para cima e da esquerda para a direita
1.    Piso branco e preto
O pavimento, alternadamente em preto e branco, simboliza, os Princípios de Bem e do Mal, simboliza a guerra entre Miguel e Satanás, dos Deuses e Titãs, entre a luz e a sombra, dia e noite, da Liberdade e Despotismo;
O que é bom para mim pode ser mau para ti.
Neste Grau de Aprendiz, o pavimento mosaico representa o piso térreo do Templo do Rei Salomão.

2.   As Colunas, os 3 degraus e as Romãs
O local de reunião de uma Loja maçónica tem por entrada um espaço delimitado por duas colunas. Estas evocam as duas colunas que existiam no átrio do Templo de Salomão, descritas na Bíblia no 1.º Livro dos Reis, capítulo 7, versículos 15-22:

As Colunas “B” e “J”, estão presentes em todos os templos maçônicos e sua posição varia conforme o Rito.
Nos Ritos: Escocês, York, Schroeder, a Coluna “B” fica à esquerda e a “J” à direita. Nos Ritos: Francês e Adonhiramita as posições são invertidas.

Os Três Degraus antes do Pórtico, representam a idade do Aprendiz, correspondente ao tempo que os Maçons Operativos necessitavam para serem elevados ao Grau de Companheiro.

Somente após vencer os Três Degraus, isto é, o tempo de permanência no 1º Grau, é que o Aprendiz atingia o pórtico e entrava na obra que se estava construindo.

As romãs semiabertas nos capitéis das colunas, divididas internamente por compartimentos cheios de considerável número de sementes, sistematicamente dispostas e intimamente unidas, lembram a fraternidade que deve haver entre todos os homens e, sobretudo entre os Maçons.
As romãs representam assim, a família maçónica universal, cujos membros estão ligados harmonicamente pelo espírito da ordem e da fraternidade.

3.   O Nível
Sob o ponto de vista operativo, com o Nível é possível verificar, se uma superfície está livre de arestas, pois, a planificação do alicerce de uma obra é fundamental para sua correta sustentação

É a joia simbólica do 1º Vigilante, sendo aquele que em Loja, promove o igual tratamento, não se reconhecendo as distinções existentes no mundo profano. O Nível é o símbolo da igualdade, da igualdade fraterna, com que todos os maçons se reconhecem.

4.   Régua 24 polegadas
A régua, por excelência, é um instrumento de medida. Através dela é possível obter a informação sobre a longitude de uma dimensão espacial.
O número 24, associado à régua, é primeiramente referido às horas do dia. Em número de 24, divididas em três períodos iguais de oito horas, sugere que o homem deve ocupar com equilíbrio o seu dia em descanso, trabalho, e a serviço do seu Deus ou de um irmão necessitado.
A lição que o Aprendiz deve obter da régua de 24 polegadas é da proporcionalidade e retidão com que deve ocupar o seu tempo

5.   Maço e Cinzel
O Maço é a energia, a contundência, a força e a decisão necessárias para que o Aprendiz progrida no seu trabalho, não esmorecendo ao primeiro revés.
Quando utilizado de forma desordenada, o maço pode-se transformar numa poderosa ferramenta de destruição, porém, o seu uso disciplinado torna-o  num instrumento indispensável.

O Cinzel simboliza a inteligência que o Maçom deve empreender para desbastar a Pedra Bruta.
É um instrumento utilizado para trabalhos que exijam apuro e precisão, formado por uma haste de metal em que um de seus lados é perfuro-cortante e o outro apresenta uma cabeça chata onde recebe o impacto do Maço, dirigindo a força daquele de forma útil.

A associação do Maço com o Cinzel mostra-nos que a vontade e a inteligência, a força e o talento, a ciência e a arte, a força física e a força intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Cúbica

6.   Pedra Bruta / Pedra Cúbica Piramidal
A Pedra Bruta simboliza o Aprendiz, que nela vai trabalhar, desbastando e marcando-a, até que seja julgada polida pelo Venerável Mestre.
Ela representa o homem na sua infância ou estado primitivo, sem instrução, áspero e despolido, com as paixões a dominarem a razão e o que nesse estado se conserva até que, pela instrução maçónica, pelo estudo adquira instrução superior.

7.   A Lua, o Sol e as estrelas
Decoram o templo simbolizando o universo e os atros que iluminam a abóbada celeste.
O Sol, e a Lua representam o antagonismo da natureza, o dia e noite, a afirmação e a negação, o claro e o escuro, que, contraditoriamente, gera o equilíbrio, pela conciliação dos contrários.
As diversas Estrelas distribuídas irregularmente no Painel do 1º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceite simbolizam a universalidade da Maçonaria e lembra que os Maçons, espalhados por todos os continentes, devem, como construtores sociais, distribuir a luz dos seus conhecimentos a todos os que ainda estão cegos e privados do conhecimento da verdade.

8.   Olho que tudo vê
Os cristãos chamam-no de Olho da Providência e o representam-no dentro do triângulo que representa a Santíssima Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo. Para os cristãos esse símbolo representa a onisciência e a onipresença de Deus.
Este símbolo para nós maçons, alude ao “Grande Arquiteto” que observa e acompanha as ações dos membros da Ordem, com o intuito de que todos ajam de forma correta

9.   Esquadro e compasso
O Esquadro como joia do Venerável Mestre, indica que ele deve ser o Maçom mais reto e mais justo da loja, servindo como paradigma para todos os obreiros.
É símbolo da retidão, da moralidade, pois que conjuga, por sua forma, o Nível e o Prumo.
Enquanto a linha horizontal do Esquadro representa a trajetória a ser percorrida na terra, o determinismo, o destino, a vertical indica o caminho para cima, dirigindo-se ao cosmo, ao Grande Arquiteto do Universo

O compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral

A conjugação destes dois símbolos constitui provavelmente o símbolo mais conhecido da Maçonaria através de um esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.

10. 3 Janelas
Representam as 3 portas do reino de Salomão

11.  Pedra Cúbica
A Pedra Cúbica representa o Companheiro. É o material perfeitamente trabalhado, de linhas e ângulos retos.
Simboliza o homem desbastado e polido de suas asperezas, educado e instruído, pronto para ocupar seu lugar na construção de um mundo melhor.

12. O Prumo
O Prumo permite aferir a retidão de uma parede quando está a ser construída, de forma a garantir sua estabilidade
Simbolicamente, o Prumo possibilita a verificação correta e fundamenta o correto crescimento intelectual do maçon, trazendo o conhecimento necessário que possibilitará a aplicação precisa da força através da razão.
É simbolicamente a joia do 2º Vigilante e deve ser usada para verificar qualquer inclinação, qualquer saída do Prumo, que possa acontecer durante a aprendizagem, corrigindo-a a tempo.

13. Corda de 81 nós
Tradicionalmente, na Maçonaria, os operativos empregavam cordas com nós amarrados a distâncias iguais, para efetuar medições das distâncias no canteiro de obras e esquadrejar grandes ângulos. Isso permitia-lhes traçar os planos de construção das obras que realizavam.
Este método é utilizado ainda hoje por mestres de obra, quando precisam achar o esquadro da fundação de uma obra.

As catedrais antigas eram orientadas de modo que seus eixos ficassem no sentido Oriente-Ocidente e os mestres de obras dominavam as regras da astronomia que lhes permitiam determinar com exatidão a orientação deste eixo. Uma estaca era fincada no terreno, sobre este eixo, no ponto indicado pela seta da figura em baixo




Considerando o Teorema de Pitágoras, onde o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos temos:
 Hipotenusa = 5 segmentos ou  5×5=25
Cateto menor = 3 segmentos ou 3×3=9
Cateto maior = 4 segmentos ou 4×4=16
Considerando a fórmula de Pitágoras, o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos, temos:
25 = 9+16 e isso assegura que o ângulo tenha exatamente 90º.
Imaginemos que fossem construir uma grande catedral. Precisavam de algo mais que um metro para medir as grandes distâncias e assim utilizavam as cordas com nós atados a distâncias regulares e estacas, de acordo com a escala utilizada.

14. O Alfabeto Maçónico



Fontes:

RPGF