17 abril 2009

Atividade Maçónica III

Há muito tempo, vários anos, que defendo a existência da Maçonaria tão à luz do dia quanto possível.


Tão à luz do dia quanto possível porque entendo que há aspetos (de facto aspetos menores, mas ainda assim importantes) que devem manter alguma discrição.
Aquilo que defendo parte do princípio de que não tenho nada que me envergonhe na minha atuação como maçom e isso leva-me a que não encontre qualquer razão para viver escondido.
Esta posição não autoriza, seja quem fôr a retirar conclusões diferentes do que aqui fica, exatamente ! O facto de pensar assim, e de o declarar publicamente, não me autoriza ao incumprimento dos juramentos feitos ou ao não cumprimento das normas regulamentares da Ordem Maçónica a que pertenço. Mas há um raciocínio básico sobre o qual alicerço esta opinião. e esse raciocínio é:

- Não sou ladrão, não matei nem prejudiquei quem quer que fosse, pelo menos conscientemente, não tenho nada de errado suficientemente forte para deixar de dormir descansado, então escondo-me de quê ? e de quem ? e porquê ?
É por isso que entendo trazer ao blog algumas (apenas algumas !) realizações da Maçonaria Regular, tentando ajudar à desmisticação do muito que por aí anda como "papões" para meter medo a meninos.
Comecei em "Atividade Maçónica" há cerca de um mês, trouxe depois um desafio daquilo que deve ser ação integrante do dia a dia dos maçons em "Atividade Maçónica II" e dou agora continuidade, esperando trazer ainda mais algumas realizações no futuro próximo.
Para hoje, véspera de fim de semana e portanto dia para trabalho leve, trago um exemplo que chega da Índia.
Devo alertar que o texto original é inglês e a tradução é de minha responsabilidade.












A Maçonaria é construída sobre 3 grandes princípios, Fraternidade, Solidariedade e Verdade. A característica que distingue um coração maçónico é a Caridade.
Perseguindo esses ideais, nós, os Maçons de Coimbatore decidimos fazer alguma caridade e o resultado é este Masonic Medical Centre.
Com um toque dourado do nosso querido Fundador e Administrador Dr.G.K.Devarajulu e o toque mágico do nosso atual Administrador Executivo Dr. D. Jayavarthanavelu, estamos crescendo degrau a degrau ao longo das últimas duas décadas. Em 1978 comprámos um espaço próprio com cerca de 8 mil metros2 com um grande edifício que recuperámos completamente. O edifício original é utilizado para os cuidados de convalescença e para doentes ambulatórios. Construímos um novo edifício hospitalar com 4 pisos acimo do piso de entrada no qual acomodamos 90 camas, bloco operatório, uma Unidade de Cuidados Intensivos para 10 doentes e uma unidade de raiosX. No último andar há um salão de conferências e seminários com ar condicionado e projetor de slides.

Em 1982 iniciámos o Hospital para Crianças no edifício antigo, com um médico e uma equipa de enfermagem. Esta clínica foi inaugurada pelo nosso R.W. Regional Grand Master of the Regional Grand Lodge of Southern India R.W. Bro A.S. Rajasabai.
Os cuidados clínicos que prestamos atraíram mais crianças para tratamento pelo que fomos obrigados a admitir mais 2 médicos e o correspondente staff paramédico.
O aumento do número de doentes tornou as instalações do edifício primitivo pequenas. Então planeamos um novo edifício separado do primeiro para integrar o nosso projeto médico. Com o aval firme de alguns amigos não-maçons como os Sri G. Vekatraman e Sri. V. Jagannathan, arriscámo-nos à construção de um novo edifício hospitalar.
Com a bênção do nosso Administrador Dr.G.K.Devarajulu, a cooperação do nosso Diretor Brethren e alguns benfeitores, pudemos juntar os donativos necessários ao desenvolvimento deste projeto.
Os 2 primeiros pisos do novo edifício do Hospital foram inaugurados em Setembro de 1985.
Este novo edifício dispõe de enfermarias gerais com 30 camas, enfermarias particulares com 10 camas, um bloco operatório completo e um centro de raios-X.
Todas as enfermarias são equipadas com um sistema centralizado de oxigénio de auxílio às equipas médicas.
No princípio de 1990 para poder atender convenientemente todos os doentes, o 1º piso do edifício antigo foi convertido para apoio aos doentes ambulatórios. Com essa recuperação aumentou-se para 90 camas a capacidade para doentes internados.
Mesmo com o tempo a fazer caretas cá ficam os votos de bom fim de semana.
Aproveitem para recuperar o excesso das amêndoas...
JPSetúbal

16 abril 2009

LINGUA – 2

Irei hoje regressar ao tema da língua sob estudo do Roberto Moreno.
Se derem uma passadinha pelo “Língua-1” recordar-se-ão que “a coisa” anda à volta dos conceitos de “bilinguismo” e, como consequência, de “iberofonia” em contraponto à Lusofonia, Francofonia e Anglofonia.
E partimos do princípio da necessidade de uma língua, dialeto ou o que se quiser para entendimento global.

Pensemos então no seguinte:
- A adoção do português como 2ª língua é uma decisão natural em França onde há 1 milhão de lusófonos e onde o português é a 2ª língua mais falada;
- E em Itália, porque o português entende 50% do italiano e porque o Brasil é a maior colónia de italianos no mundo;
- Há uma afinidade natural entre Português e Castelhano;
- Há uma aproximação natural entre as línguas latinas, (Português, Castelhano. Francês,
Italiano e Romeno às quais ainda podemos juntar o Catalão) da qual o Português tira a
vantagem enorme do seu poder de adaptação;
- Poder-se-á afirmar sem grande margem de erro que saber Português significa saber
também 90% de Castelhano, 50% de Italiano e 20% de Francês.

Bom, quem leu até aqui concordou ? Há aqui alguns axiomas que ou são aceites ou a teoria vai por água abaixo, mas se pensarmos um bocadinho nos aspetos da prática do relacionamento dos portugueses com o mundo não me parece difícil aceitar grande parte destes pontos de partida para o resto que aí vem (isto é uma ameaça !).

Então lá vamos.
Na politica de língua do Mercosul os países hispânicos já tem o português como 2ªlingua por efeito do Brasil ter adotado o castelhano também como sua 2ª língua, o que reforça claramente a Iberofonia.
Boutros Ghali já se mostrou favorável à Franco-Iberofonia.
O Português é língua oficial de 8 estados em 4 continentes, é língua de comunicação num grupo enorme de organizações internacionais (UE, Unesco, Mercosul, Organização dos Estados Americanos, União Latina, Aliança Latino-Americana de Comércio Livre, União Económica e Monetária da África Ocidental, obrigatório nos países do Mercosul e língua oficial da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral)

Nos EUA há 50 milhões de falantes de Português e Castelhano e a ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas) é impensável sem o Brasil, que fala português, obviamente !
Se por estes 2 efeitos os EUA adotarem o português para 2ªlíngua ficarão 1 bilião de pessoas entendendo-se em Português.

Agora entramos na parte mais… “virtual” da teoria !

Mais adoções da língua portuguesa como 2ª língua.

Na China. Já fizemos uma aproximação em “LINGUA – 1”. A comunicação interna é muito difícil pelas diversidades linguísticas que já referimos, há uma clara aproximação ao Brasil que com a Rússia e a Índia representam a nova “ordem mundial” nos aspetos comercial, científico e geopolítico (dizem eles…). Além disso há uma tradição de mais de 400 anos de contactos com o português, em Macau. Se a China aceitar o português como 2ª língua ficaríamos com mais 2.300 milhões de falantes em português.
Na Índia, onde a diversidade de comunicação também já foi referida (23 línguas e 1000 dialetos) a adoção de uma 2ª língua, externa, facilitaria toda a relação. De resto há regiões na Índia onde ainda se ouve falar português (Goa, Damão e Diu, pelo menos). Na Índia ficariam mais 1.100 milhões de falantes.
Na Indonésia, por razões semelhantes às da China e da Índia e ainda por ter fronteira com Timor Leste. A Indonésia acabou de pedir a entrada, como observadora, na CPLP.

Por que razão a insistência em que a 2ª língua seja o português e não outra qualquer ?
Porque quem aprende português faz um negócio tipo pague 1 e leve 2.
O bilinguismo é uma característica do lusófono e é única do mundo.
Essa característica é o resultado visível (audível…) da riqueza da sua arquitetura fonética baseada em 7 fonemas orais e 5 nasais.
Português é já a 2ªlingua dos paises (30) hispânicos.

E agora o “morango” que faltava:
“A língua portuguesa é como o software Linux, pois pode ser usada e praticada a custo zero, basta assistir a uma telenovela brasileira na sua língua original”.
Confessem que esta não vos passava pela cabeça.

Bem, a Fundação Geolíngua está mesmo a trabalhar neste projeto.
A imaginação e o Marketing brasileiros dão força ao projeto. E nem lhe falta o argumento Fernando Pessoa:

O PROBLEMA DAS LÍNGUAS
“Se ter uma grande literatura fosse, por si só, suficiente para impor, não a mera sobrevivência, mas
a vasta e duradoura sobrevivência de uma língua, o grego seria hoje a segunda língua da civilização. Mas nem sequer o latim, que também chegou a ser a segunda língua da civilização, conseguiu manter a sua supremacia. Para assegurar a sua permanência no futuro, a língua tem de ter algo mais do que uma grande literatura: ser dona de uma grande literatura é uma vantagem positiva, mas não efectiva, pois salvará a língua da morte, mas não garantirá a sua promoção na vida.
A primeira condição para uma ampla permanência de uma língua no futuro é a sua difusão natural, o que depende do simples factor físico do número de pessoas que a fala naturalmente.
A segunda condição é a facilidade com que poderá ser aprendida; se o grego fosse fácil de aprender, todos nós teríamos, hoje, o grego como segunda língua.
A terceira condição é que a língua terá de ser o mais flexível possível de modo a poder responder na íntegra, a todas as formas de expressão possíveis, e de consequentemente ser capaz de espelhar com fidelidade, através da tradução, a expressão de outras línguas e assim dispensar, do
ponto de vista literário, a sua aprendizagem.
Ora, falando não só do presente, mas também do futuro imediato, na medida em que este possa ser considerado como factor de desenvolvimento das condições embrionárias do nosso tempo, só há três línguas com um futuro popular - o inglês (que já tem uma larga difusão), o espanhol e o português.
São línguas faladas na América, e como Europa significa civilização europeia, a Europa tem-se radicado cada vez mais no continente ocidental.
Assim línguas como o francês, o alemão e o italiano só poderão ser europeias: não têm poder imperial.
Enquanto a Europa foi o mundo, estas dominaram, e triunfaram mesmo sobre as outras três, pois o inglês era insular e o espanhol e o português encontravam-se num dos seus extremos. Mas quando o mundo passou a ser o globo terrestre este cenário alterou-se. Será, portanto, numa destas três línguas que o futuro do futuro assentará.”

Fernando Pessoa
pág. 148 do livro, A Língua Portuguesa.

E pronto, aqui têm com que se entreter. Não quero que vos falte nada !

Como vês, caríssimo Zé, não se trata de te pôr a falar "espanhol", pelo contrário, trata-se de pôr o mundo a falar português... Um pouco louco, verdade ?

JPSetúbal

15 abril 2009

THE CASTRATION OF FREEMASONRY

An American Point of View
BY
Wor. Frederic L. Milliken

For the past several decades, Freemasons worldwide have been preoccupied about the decline in membership. All sorts of reasons have been advanced for this decline and many different solutions have been tried to stop it, but to no avail. The line on the graph of Masonic membership continues its steady downward trend.

Lost in the turmoil of argument of reasons and solutions has been the realization that Freemasonry has developed a schism and that breaking apart is in reality about who has the best way to rebuild The Craft. It’s almost as if the Antients and the Moderns were back at it again, but this time it is not over ritual but practice.

Today’s Antients assert that Freemasonry is a personal journey of moral improvement that prepares a man to re-enter society as an individual providing to the outside world an example or role model of one who has taken the high road in life.

Speaking for Today’s Antients is Provincial Grand Master Lord Northamton, UGLE, who tells us that Freemasonry has no role in society. Speaking for the Grand Lodges of England, Ireland and Scotland he states, “Freemasonry has no role outside Freemasonry and that the only influence it should be seeking is over itself and its members.” He goes on to say that Freemasonry is simply a matter of self improvement through self discovery and education with The Craft pointing the way and that a man who brings the lessons and virtues of Freemasonry into his heart would then be expected to be an arm of improvement for society as an individual operating as such outside the Craft. But never should Freemasonry as a fraternity take any position on any public issue, he asserts. “Freemasonry is not, and should never be allowed to develop into being, a lobby group - no matter how universal and noble the cause.”(1)

Today’s “Moderns”, strongest in the U.S.A., promulgate the practice of “community Freemasonry” whereby Freemasonry as a unit has undertaken a vow of charity for all mankind and then enters society as a collective force to uplift the less fortunate.

This view is aptly put forward by MSANA’s Executive Secretary, Richard Fletcher, who acknowledges the Crafts roots in the Enlightenment but then “modernizes” that heritage into community action and involvement, code words for Institutionalized Charity. He tells us, “In my judgment there is nothing Freemasons could do that would be more important than undertaking the role of unity builder by being seen in our communities, by doing community outreach, and showing by example what it means to be part of a family, not only our own family, but the family of our state, the family of our nation. Without fully realizing it Masons used to do these things. But like the rest of the country our ‘sense of purpose’ had eroded.”(2)

Another Masonic commentator, Tony Fels, reaffirms this position on increasing Masonic membership when he says, “There seems to be much talk within the Masonic order about what it might take to spark a revival of interest, especially among younger people, in the principles and practice of fraternalism. Certainly the ongoing tendency among many Grand Lodges and local lodges to become more visible in their local communities through sponsoring scholarship funds, clean-up campaigns, and other benevolent activities will help bring the Masonic brotherhood to the attention of people who may wish to join in the fellowship of the lodge.” (3)
Absent from this tug of war over Freemason’s hearts is the fact that Freemasonry consists of
two distinct divisions of actualization and that both are equally valid and both are absolutely necessary for the Complete Mason. Simply stated these two parts of the whole are:
1) That private and personal journey whereby a Mason reads and studies on his own and then applies the virtues and lessons of the Craft into his daily life, building that Temple within.
2) That gathering into Masonic community whereby Masons initiate new members, exemplify rituals and customs, cement the bonds of fraternalism through Masonic fellowship and interact with the greater community at large.

Freemasonry is then both public and private, singular or group, open or closed. It is not fair to say that the Craft is exclusively one or the other. It is a mixture of practice much as a person’s church is. One may read his Holy Book privately away from church and then apply the lessons of his religion to everybody he meets and he may privately offer his adorations to deity in the solitude of his aloneness. Or one may go to church and pray and worship in the community of believers. And one may participate in a church supper, Bible study or mission work with others, even going forth into the streets and avenues of the public at large. To say that one’s church is only about changing the heart of each individual member and does not involve the reception of spirit or transformation in group interaction is as wrong as to say the same thing about Freemasonry.

Yet we are not here to take sides and declare a winner, rather to declare that neither Today’s Antients nor Today’s Moderns have the answer, both are wrong.

The Antients have totally misinterpreted the prohibition of the Lodge involvement in politics. Politics and religion can be discussed in Lodge and Freemasonry as a fraternity can engage in politics and religion publically. It is only partisan politics and sectarian religion that are banned. That it is to say it is not the general but the specific application that leads to proselytization and the problem. This misinterpretation has caused the Antients to practice only half of Freemasonry. The half they do practice is entirely correct but half a loaf is not the whole thing, it’s like trying to walk with only one leg. Freemasonry is not designed to be practiced like Monastic Christianity with no concern or relationship with the outer world. We as Freemasons are not Monks of the Craft.

Yet the Moderns, mainly Americans, fare no better in this analysis because not only have they so downplayed the importance of instruction, education and private research and study in Freemasonry as for it to be virtually nonexistent but they have then taken the public charge as to be one that places Freemasonry’s primary role as savior of the world’s poor and less fortunate. The societal mission has been corrupted by Grand Lodges who have turned American Freemasonry into a Service Club in the name of “Masonic Awareness” whereby Masons spend all their time, money and talent on Institutional Charity whose primary purpose is Masonic publicity and the marketing of Freemasonry. This is not caring for society or an attempt to support society’s leaders in their quest for a better nation. Rather it is an attempt to buy or bribe friends. And in so doing Freemasonry, which touts itself as a noble and virtuous society, comes across as being hypocritical. It certainly isn’t a path Dale Carnegie would have chosen. Today’s Antients would say that the virtues and lessons of Freemasonry teach an individual Brother to be charitable but they do not teach a Lodge how to be the same.
To look at the traditional true path of Freemasonry regarding its role in society one only has to look at its practice shortly after its formal chartering in 1717 and the high preponderance of society’s most prominent leaders who were Freemasons. For you see there was a time when American Freemasonry counted within its ranks professional, intellectual and government leaders as well as owners and managers of businesses. Prominent men, the makers and shakers of society, were Freemasons. It must be remembered that Freemasonry was a product of the Enlightenment and the early practice of the Craft involved directly influencing society. Freemasons then had no qualms about advocating and working for democracy, separation of church and state, religious freedom and public school education for everybody. Ben Franklin, Paul Revere, John Hancock, George Washington, and a host of others, were intimately involved in the American Revolution and thus the remaking of the society of their day. The leaders of society joined Freemasonry because Freemasonry was involved in working for the betterment of society. Was that politics and religion or was it merely an expression and implementation of those inalienable rights given to all mankind by their Creator?

Today under a strict misinterpretation of the politics and religion ban, American Freemasonry does not have anything to do with the workings of society nor will it even comment on any of the freedom and rights violations made by different nations around the world or advocated by various groups here and abroad. This has made the practice of Freemasonry so bland that it has discouraged society’s leaders from becoming members. If American Freemasonry chooses not to be concerned with society why should society be concerned with Freemasonry? If Freemasonry supported society’s leaders in making a freer, better America then those leaders would once again be part of Freemasonry.

RW Brother A Goncalves of the Grand Lodge of Portugal states this case quite clearly. “We regular masons don't live in caverns or ghettos, out of society. We live within society; we are an intimate part of it. We have special responsibilities that we assume as privileges, because they are moral and ethical obligations”. Masonry is not and cannot be passive,” he says. He goes on to assert that the problems of the individual and the problems of society meet in the commonality of freedom. Freemasonry is forever linked to The Enlightenment, the American Revolution, the Charter of Human Rights, the United Nations Charter, UNICEF and many more. He talks about The Grand Master of Chile, addressing a United States Masonic audience, emphasizing that Freemasonry is not a spokesman for any political party nor should there be any political proseltization in Lodge, yet “Grand Lodges should share some common concepts like: opposition to any tyranny that denies or restricts, in any way, human equality and individual freedom to a complete performance of democratic rights; a clear support to the right of expression and to a fair existence; the respect to the sovereignty of nations; recognition of democracy as system of government and individual aspiration to cultural improvement of any society. Democracy and masonry are substantial and active systems of social progress of Peoples, because both act as source of liberty of speech and conscience and as ferme4nt to interior and external peace».”(4)
The path to Masonic Renewal and Growth leads through a reconnection with society through a constant affirmation of its most humanitarian goals. There are four main areas that I would like to point out where Freemasonry can return a sense of purpose in its role with society.
DISCRIMINATION
As a world leader in toleration and acceptance of many different cultures and peoples this is an area where American Mainstream Masonry needs to get its entire house in order. There is no room in a fraternity that espouses equality among all men, for race, religious, cultural or economic discrimination to exist. Nor is there any room in American society for it either. Prince Hall Masonry has for years been a big supporter of the Civil Rights movement. They have the same prohibition in their Lodges against partisan politics and sectarian religion as Mainstream Masonry does. Yet they see no violation of that tradition by working for the same equal treatment of all men. Championing fully, anti discrimination principles will go a long way in convincing leaders of society that Freemasonry is sincere in its support.

LIBERTY

American Masons have long been the champions of liberty. It is no coincidence that the phrase “Liberty, Equality & Fraternity” was penned. And advocating the pursuit of happiness unfettered by abridgements to God given freedoms is never unmasonic. American Masons fought to free us from British rule and then played an important role in the framing of the structure and the government of the longest running free society in the history of the world.

“To avoid politics did not mean to deny the civic. The enjoyment of social harmony by the Lodge members relied upon peace and freedom as guaranteed by the civil authorities. Each Lodge was intended as a microcosm of the ideal society.’ A Mason is a peaceable subject to those Civil Powers that guarantee the expression of fundamental freedom,’ says Giuliano Bernardo. Without Liberty, Freemasonry cannot exist.”(5)

Freemasonry was not allowed to exist under Hitler, Stalin, Mao and other despots. All tyrants have recognized that the principles of Freemasonry undermine their rule of total control. That being so, it would not be inappropriate for Freemasonry to let the world know that it is actively supporting the freedoms of all peoples. And in cases of extreme suppression and ruthlessness Freemasonry is as obligated to speak out and work for Liberty as it did during the Enlightenment for the democratization of government.

HUMAN RIGHTS

Imprisonment without cause, torture, denial of due process, enslavement, ethnic cleansing, prohibition of free speech, refusing freedom of religion and freedom of association and terrorism are just a few of the violations of human rights that can be mentioned, all of which run counter to Freemasonry’s belief in the worth of the individual, thus totally incompatible with Freemasonry. So why not say so? There is nothing politically partisan about basic human rights and the dignity of man.

Renowned historian and Masonic chronicler Dr. Margaret Jacob, recently considered a question as to what she thought would be the cause Freemasonry should champion to restore a sense of purpose to the Craft and regain its role in society.(6) She was very reluctant to answer as she said she was not a Mason but when pressed she said her choice would be Human Rights.

PEACE

Freemasonry seeks to unite diverse people not divide them. It abhors coercion and the use of force except in self-defense. It does not advocate one political cause over another, one religion over another nor one race over another. Every Lodge room is an oasis of peace where peace and harmony flows. When you enter a Lodge room you leave all your differences outside the door. Freemasonry is the only organization in the world that brings together in peace and harmony men of different cultures, creeds, races, religions, economic circumstances and political persuasions. It is the biggest hope for peace the world has.
This is a favorite subject of Paul Bessel who regards Freemasonry’s role in society to be one that is a vocal proponent of the inalienable rights of man endowed by his Creator.
“This idea of Masonry's role being to uplift society, and support democracy and freedom, is not such a radical concept. In the early 1900s it appears to have been a dominant concept in American Freemasonry. Mainstream Masonic writers spoke about Freemasonry working for the good of society, bringing men of all races, religions, and backgrounds together and promoting world peace.” (7)

Bessel reminds us that Roscoe Pound was adamant in his belief that Freemasonry must promote the universality of mankind and that H.L. Haywood regarded the important byproducts of Freemasonry to be equality, liberty and democracy. And then Bessel delivers his ringing rally cry of allowing Freemasonry to be all it can be.

Freemasonry could be, and could have been in the past, the only institution in the world that at all times in every way promotes tolerance and meeting on the level. We could be the leaders in seeking racial harmony, religious ecumenism, cooperation among men and women, civility between people who believe in different political philosophies, and friendliness among those who choose to live their lives differently from others. We could be better than the United Nations, Amnesty International, and interfaith organizations, all together, because we could be the prime organization supporting tolerance for all, everywhere, in all circumstances. This would be a unique role for Freemasonry.” (7)

By actively working for and speaking out for the elimination of discrimination, for liberty and freedom for all, for human rights and for world peace, Freemasonry can regain the respect and the involvement of the leaders of today’s society. It can interact with society as a partner in promoting what is noble, just and right, furthering the dignity and worth of each individual rather than using society to further its own ends. Freemasonry’s greatness will be acting as a vehicle through which society can improve itself, individually and collectively, for no man is an island and no institution exists in a vacuum. We are all traveling this journey of life together; we are all one.

BIBLIOGRAPHY


(1) Lord Northampton
MW The Pro Grand Master
The Most Hon. the Marquess of Northampton, DL
at the European Grand Master's Meeting on 5th & 6th November 2007 http://www.ugle.org.uk/news/european-speech.htm

(2) Franklin, Freemasonry and the Enlightenment by Richard E. Fletcher – SHORT TALK BULLETIN, March, 2009

(3) Is Freemasonry A Religion? Learning From A 19th-Century Masonic Debate by Tony Fels – HEREDOM, Volume 15, 2007 – page 175

(4) Freemasonry Role On The 21st Century by RWB A. Gonçalves, Secretary of Morning Star Lodge No 7, Grand Regular Lodge of Portugal

(5) The Masonic Concept of Liberty, Freemasonry and the Enlightenment by W. Bro. Alex Davidson http://www.freemasons-freemasonry.com/Davidson.html

(6) Masonic Central Radio Podcast 3/12/09, part of the mega Masonic site Freemason Information, http://www.freemasoninformation.com/
(7) Masonic Traditions In Our Past And Our Future by Paul M. Bessel, Presentation at La France Lodge #93, F.A.A.M., Washington, D.C., September 8, 2000

14 abril 2009

Autores Convidados


O A Partir Pedra foi criado com o objectivo de escrever sobre maçonaria. Tem sido animado por Mestres Maçons da Loja Mestre Affonso Domingues. Por muito diversa que seja a maneira que estes Mestres pensem, ela acaba por ser também muito parecida pois tiveram mais ou menos a mesma escola e todos têm uma concepção de Maçonaria muito similar.

Modéstia à parte, o trabalho produzido até hoje tem sido notável e tem contribuído para que muitos leitores tenham aumentado o seu conhecimento sobre a Maçonaria.

É nosso objectivo continuar a proporcionar mais, e se possível melhor, informação sobre Maçonaria.

Uma das formas que encontrámos para tal foi a de tentar ter diferentes maneiras de ver o tema, tendo para tal criado o conceito de “ Autor Convidado” ou se quiserem “Guest Writer”.

De entre as várias possibilidades para concretizar este desígnio, escolhemos fazer alguns convites a Maçons de outros países e de consequentemente de outras Grandes Lojas e Lojas para que numa base regular nos enviassem textos de sua autoria para publicação.

Os textos serão sempre publicados na língua em que forem escritos e sem qualquer edição, representando a opinião e o ponto de vista do respectivo autor.

De entre os convites que fizemos, e ainda faremos alguns mais, já nos transmitiram a sua aceitação os seguintes escritores:

Frederic Milliken do blog: Bee Hive


http://beehive135.blogspot.com/

Michael Halleran do blog: Audi Vide Tace
http://www.freemasoninformation.com/category/aude_vide_tace/
e
http://audevidetace.blogspot.com/

Estes dois autores juntaram-se no projecto Freemasonry Information mas os seus blogs constituem e contêm um excelente acervo de textos.

Nick Johnson do blog : Millennial Freemason
http://www.millennialfreemason.com/

Chris Hodapp do blog: Fremasons for Dummies
http://freemasonsfordummies.blogspot.com/


Assim e dando inicio a este novo ciclo publicaremos amanhã um artigo de Frederic L Milliken, cujo biografia apresentamos é a que segue:

Frederic L. Milliken III

  • B.A. in Government & History, Minor in Economics from Boston University.
  • Past Master Councilor Battle Green DeMolay, Lexington, Massachusetts 1964
  • Raised in historic Plymouth Lodge AF & AM, Plymouth, Massachusetts – where the Pilgrims landed – 1989
  • Worshipful Master of Plymouth Lodge 1994
  • Candidate Instructor for The Plymouth Masonic District
  • Affiliated with Paul Revere Lodge AF & AM 1991
  • Worshipful Master Paul Revere Lodge 1999 & 2000
  • Shriner and 32 degree Scottish Rite Grand Lodge of Massachusetts
  • Master in the East for the 2nd degree One Day Class held at the Grand Lodge of Massachusetts 1999
  • Member of the Paul Revere Colonial Degree Team performing the 3rd degree in the dress of the 1700s with an added patriotic message at the end. A traveling Degree Team.
  • Booked the Paul Revere Degree Team for a performance in Bloomington, Indiana 2001
  • Squire Bentley in the Masonic play “A Rose Upon The Altar” – performed by the traveling Fellowship Masonic Players
  • Moderator on the former Masonic Internet Forum Lodgeroom.com
  • Moderator on the Masonic Internet Forum http://mastermason.com
  • Regular column called “The Beehive” for 2 years for Masonic Magazine
  • Moved from Massachusetts to Texas late 2004
  • Invited by the Yellowhead MasonicDistrict, Alberta, Canada in 2005 to make a one-week speaking tour at various Lodges. Delivered two lengthy papers – “World Peace Through Brotherhood” & “Native American Rituals and The Influence of Freemasonry”
  • Affiliated with East Trinity Lodge #157, Rockwall, Texas, Grand Lodge of Texas 2005
  • Demitted from East Trinity Lodge #157 2006
  • Joined Pride of Mt. Pisgah #135, Dallas, Texas, Prince Hall Grand Lodge of Texas 2006
  • Addressed Prince Hall Texas Grand Lodge Session 2007
  • Knight Templar, York Rite Prince Hall Texas
  • Masonic blog “The Beehive”- http://beehive135.blogspot.com
  • Moved “The Beehive” blog to the mega Masonic site Freemason Information with a consortium of Masonic writerswww.freemasoninformation.com
  • Executive Director of the Internet Masonic museum and library Phoenix Masonry – www.phoenixmasonry.org
  • On Facebook as Frederic L. Milliken
  • On Twitter as Lexlib
  • Operate a political blog – http://lexingtonlibertarian.blogspot.com


Esperamos assim dar corpo a um dos desígnios da Maçonaria e que consiste numa verdadeira fraternidade Universal.

O A Partir Pedra inicia assim mais uma etapa que se espera venha a contribuir para uma melhor e mais diversificada comunicação sobre Maçonaria.

JPSetúbal
A.Jorge
José Ruah

13 abril 2009

Leçon d'un Maitre à ses Compagnons



Mes très chers Frères … Compagnons !

Con panis ! Qui partage le pain ; Le copain, comme nous disons aujourd’hui. Quel beau nom pour un grade qui, souvent, et à tort, est dénigré.

Au grade de Compagnon, l’équerre et le compas se presentent de façon differente. C’est-à-dire que vous avez atteint l’équilibre entre la matière et l’esprit. Le travail que vous avez accomplit lors de votre apprentissage, a permis de vous libérer des préjugés qui sont l’apanage des profanes.

La pierre sur laquelle vous avez travaillé, comme Apprentis, était brute et informe. Vous l’avez nettoyée et dégrossie et nous, les Maîtres de cette Respectable Loge, nous avons observé avec attention vos efforts et les progrès que vous avez faits.

Satisfaits de votre travail, nous vous avons accordé le juste salaire que vos efforts vous ont mérité.

La moitié de votre cheminement vers la lumière est achevée.

Rien ne sera plus comme avant car vous avez changé, mes Frères, depuis votre admission en notre sein. Et même si vous en avez peu la conscience aujourd’hui, vous n’appréhendez plus le monde, les hommes ni même les concepts comme autrefois.

Mais ne vous réjouissez pas trop vite, le chemin qui doit mener le Compagnon vers la Maîtrise comporte mille détours, mille difficultés.

Cette pierre, qui est symbolique et qui est vous-même, devra être travaillée, encore et toujours, sans la moindre complaisance ni répit, jusqu’à ce que vous deveniez « os de vos os et chair de votre chair », ainsi que nous l’enseigne la Genèse.

Car c’est par le travail sur soi, et en soi, que l’on progresse sur le chemin qui mène à la lumière.

Nous venons de vous fournir de nouveaux outils avec lesquels vous venez d’effectuer vos voyages symboliques.

Efforcer vous de méditer sur leur signification réelle. Essayez de comprendre la manière comme vous allez vous en servir afin de polir cette pierre qui est votre propre existence.

S’il vous arrivait de faiblir ou peiner sur le chemin, levez les yeux vers le ciel, vers la lumière de l’Etoile Flamboyante : elle dirigera votre marche, elle soutiendra vos efforts et vous guidera inlassablement vers votre destin, vers l’au-delà du miroir, et vous fera découvrir que le centre de l’univers repose dans le cœur de l’homme.

Mais surtout, pour reprendre ce qu’a dit Pythagore « N’espérez pas des choses inespérables et plus rien ne vous sera caché ».


Bonne chance et bonne route, mes Frères.



Jean-Pierre GRASSI

09 abril 2009

A Arte da Amizade

Desta vez deixo-vos um desafio.
Estão de férias (os que estão, claro...) e precisam de algo para se entreterem (a V. imaginação é uma lástima...) pelo que Vos deixo algo para tentarem.
É aliciante, mas é preciso ser Artista. Também compensa, mas não é fácil. Como diz o outro, 90%de trabalho + 10% de habilidade ! Ocupem o V. tempo e tentem fazer um Amigo. Vá, mexam-se !
Este vídeo não é propriamente uma novidade. Circula por aí, mas... Amigos a sério não há muitos. Vale a pena tentar sempre mais um.

Boas férias e divirtam-se.

JPSetúbal

08 abril 2009

Às Senhoras !

De entre os brindes tradicionais há um que se destaca porque não tem muito a ver com a Maçonaria, ou se calhar tem.

Falo do Brinde às Senhoras, sejam elas a nossa mulher, mãe, irmãs ou amigas.

Este brinde através do qual os Maçons homenageiam as senhoras, e reconhecem a sua importância na estabilidade da vida da família, é talvez o mais significativo de todos.

Os deveres associados à família são muito importantes para a Maçonaria, e sobrepõe-se aos deveres para com a Loja.

Por isso mesmo hoje o meu post é para homenagear a Senhora que faz o favor de ser minha mulher que festeja nesta data aniversário importante.

Requisito assim para mim o 6º Brinde.

“Meus Irmãos, por ordem do Venerável peço-vos que levanteis os vossos copos e me acompanheis neste Brinde:

ÀS SENHORAS !!!!! “

José Ruah

07 abril 2009

Leçon d'un Maitre à son Apprenti


Mon très cher Frère

A l’instar de millions de Francs-Maçons qui, au long des siècles passés, ont été initiés sur les 5 continents, tu viens de renier ta vie profane pour partir à la recherche de la lumière.

Je dois te prévenir que ce sera un chemin long à parcourir, parfois monotone, parfois exaltant, mais ce sera surtout un long travail personnel d’étude et de recherche sur toi-même afin d’atteindre ce que chacun de nous recherche.

Ne te décourage jamais, il y aura toujours une main fraternelle qui sera prête à t’aider à franchir les obstacles que tu pourras rencontrer. Notre Ordre est ainsi fait que, où que tu sois, l’universalité de la Maçonnerie sera toujours présente. La Fraternité n’est pas, pour nous, un vain mot, une valeur sans fondements.

Aujourd’hui, tu viens d’être reçu Apprenti Maçon. C'est-à-dire que tu vas apprendre pourquoi et comment sera ta nouvelle vie. Le terme « Apprenti » n’est pas péjoratif, loin de là. D’ailleurs, un de mes maîtres en Maçonnerie me disait qu’il était toujours un apprenti, après tant d’années passées en Loge, car tellement éloigné de la connaissance. Tu vas donc apprendre et c’est ici, dans ce lieu que nous dénommons « Loge » que se fera ton apprentissage.

J’ai le devoir de t’informer que tu ne pourras pas exercer le droit de parole lors de nos tenues, avant que nous jugions que tu sois apte à recevoir le 3ème et dernier grade de la Franc-maçonnerie qui est celui de Maître Maçon. Les Frères Apprentis et Compagnons se taisent en Loge. Donc, regarde et écoute, et nous t’aiderons à comprendre et à progresser dans ton travail.

Tu dois savoir que nous sommes actuellement dans ce que nous appelons « une tenue de loge », c'est-à-dire, une session de travail rituel qui réunit tous les frères de la Loge. Un mot important, « Rituel » !

Le déroulement de nos travaux de loge dans notre Rite, qui est le Rite Ecossais Ancien et Accepté, respecte une tradition immuable depuis les premiers jusqu’aux derniers mots prononcés par le Vénérable Maître. C’est le Rituel des Travaux.

La tenue peut être plus ou moins longue, en fonction de l’ordre du jour, mais elle obéira toujours à la même liturgie. C’est pourquoi, lorsque tu assisteras dans le futur à une tenue d’une autre Loge, ici ou ailleurs dans le monde, tu ne seras jamais dépaysé car, si la langue parlée sera différente, le Rituel, lui, sera toujours le même.

Pour terminer, je vais te lire le texte suivant :

« Les dernières qualités que nous exigeons encore de toi sont une discrétion à toute épreuve sur tous les secrets qui te seront révélés ; une volonté ferme et constante d’aimer tes Frères, de les protéger, de les secourir dans leurs besoins, de les éclairer de tes lumières, de les édifier par tes bons exemples, de sacrifier tout ressentiment personnel et de rechercher, en un mot, tout ce qui peut contribuer à la paix, à la concorde et à l’union de la Société. »

Tu vois, ces phrases on été écrites en 1772 et ont été prononcées, elles aussi, par l’Orateur, lors de l’initiation d’un profane, tel que tu l’as été aujourd’hui.

Ce texte contient la référence de toutes les valeurs morales qui, aujourd’hui encore, sont exigées des Francs-maçons. Et je ne doute pas, en te regardant, d’avoir en face de moi un homme qui respectera, tout au long de sa vie, ces valeurs fondamentales.

Mon très cher Frère , au nom de tous, je te souhaite la bienvenue au sein de la Maçonnerie Universelle, en général, et parmi nous, dans notre Loge, en particulier.



Jean-Pierre GRASSI

06 abril 2009

Da Loja - Capitulo I

Artic Lodge Temple
Em Novembro de 2007 escrevi um post a a que chamei “ Da Loja – Prefácio” e que pode ser lido aqui .


Por uma razão ou por outra não escrevi de então para cá qualquer outro capítulo sobre este tema.

Maçonaria, já foi dito aqui no blog inúmeras vezes, é intemporal pelo que os 16 meses que passaram não significam nada em termos relativos, é como se tivesse sido a semana passada.

Retomo portanto o tema que abordei há uns tempos e que pretende analisar as Lojas nalgumas das suas vertentes.

Hoje falarei do percurso no tempo.

As Lojas como qualquer organismo societário têm várias fases de vida, a saber:

Constituição, Instalação e Levantamento de Colunas.
Os primeiros anos.
A Velocidade de Cruzeiro.
O Declínio.
O Abate de Colunas.

Todas estas fases são importantes e decisivas.

Constituição, Instalação e Levantamento de Colunas

Começa aqui uma Loja. Alguns Irmãos juntam-se e tomam a decisão de formar uma nova Loja. Reúnem a documentação necessária, seguindo o estipulado no regulamento geral e fazem a petição de Constituição.
Esta petição é analisada e a respectiva autorização concedida ou não pelo Grão-Mestre, que para tal emite um decreto de Constituição.
É convocada então uma sessão extraordinária de Grande Loja, com o objectivo único de instalar a nova Loja e simbolicamente fazer o Erguer Colunas. Esta Cerimónia, cheia de simbologia se bem executada é de uma beleza fantástica transportando-nos a eras míticas.

Nesta altura são investidos os 3 Oficiais principais da Loja ou seja o Venerável e os Vigilantes.

Os primeiros Anos

São fundamentais para a consolidação da Loja. É nesta altura que o entusiasmo é maior e que se torna necessário estabelecer as bases do projecto. Toda a gente quer fazer coisas e a estruturação das actividades é importantíssima para que os esforços não se dispersem e a frustração pelo não acontecimento não sobrevenha.
Nestes anos o trabalho ritual de iniciação e de subidas a companheiro e a mestre assume uma grande importância e ocupa a maior parte das sessões.

A Velocidade de Cruzeiro

Esta fase que se quer a mais longa é a da implementação do projecto que foi decidido nos anos anteriores.
Nesta fase a Loja já estável no que a quadros e membros diz respeito pode dedicar-se a melhorar a instrução, a discutir assuntos mais delicados, e sobretudo a manter viva a chama.
As iniciações continuam, eventualmente a ritmo mais lento e com um maior escrutínio dos candidatos, não porque antes o processo fosse leviano, mas porque agora os mestres também estão mais seguros de si e são mais experientes. O grau de exigência aumentou, não só para a escolha de novos membros mas essencialmente para o tipo de trabalho que permite a progressão até ao grau de mestre.

Uma das coisas que é normal acontecer é a Loja aumentar de tamanho e dentro dela nascerem projectos alternativos que levam a que uma parte dos Irmãos se congregue para iniciar outro caminho ou seja fundar uma nova Loja, que será “filha” da primeira.

Nesta fase é fundamental prestar atenção à motivação, pois se ela desaparecer a Loja perderá pujança.


O Declínio

É isso mesmo. A assiduidade começa a decrescer, o interesse dos membros diminui. Não se fala do assunto, deixa-se ir. Os projectos são abandonados.
É frequente acontecerem desentendimentos, há sempre quem não aceite a derrota facilmente e queira lutar por encontrar um novo caminho que relance a Loja.
Pode acontecer ou não. Quando acontece a Loja recomeça o ciclo como se fossem os primeiros anos, quando não acontece é o fim.

O abate de Colunas

Voltamos ao processo administrativo. Aplicam-se o regulamentos e a Loja cessa de existir. Os seus activos passam a ser da Grande Loja. Os membros vão para outras Lojas ou abandonam a Ordem.
É o fecho de um ciclo.


Como se pode ver uma loja, do ponto de vista evolutivo, não é muito diferente de uma qualquer sociedade, associação, grupo formal ou informal. Nasce, desenvolve-se, atinge a maturidade e termina.

Todavia uma loja é muito diferente de uma sociedade, associação ou grupo, porque uma Loja é mais que um aglomerado de pessoas.


Mas isso fica para um próximo artigo.



José Ruah

05 abril 2009

Ética e intuição - Intuição e maçonaria


Eis aqui uma bela parceria, Intuição e Maçonaria. Quando se busca autoconhecimento, a Filosofia e o desconhecido unem-se de mãos dadas com os Símbolos e com tudo aquilo que conhecemos. No entanto, muito do que nos surge em pensamento ou palavras, e que nos faz reconhecer aquilo que há muito já sabíamos ou ainda sensações que nos surgem quando precisamos de respostas internas rápidas, nada mais são do que nuances da tão propalada Intuição.

No princípio do século passado, expoentes das ciências fizeram uma desconcertante afirmação: A maioria de nós passa a vida e morre sem haver desenvolvido mais do que 10% da nossa capacidade mental.

O objectivo deste trabalho é trazer algumas reflexões sobre a iluminadora capacidade mental, o dom chamado Intuição, analisada no ambiente de conhecimento das instituições iniciáticas, dando aos nossos Irmãos a oportunidade, quer seja através de debates, de reflexões ou estudos sistemáticos. Isso é Maçonaria, pensar e estimular o outro a também pensar.

A intuição humana é matéria altamente instigante, maravilhosa e ao mesmo tempo importantíssima para o desenvolvimento do homem no encontro com seu verdadeiro destino.

Ela parece trazer as mesmas características do ar: é eflúvia, fluídica, é impossível de se tocar com a mão. Nós sentimo-la, mas não a podemos ver, é transparente e subtil como uma leve brisa. Por isso abordar este assunto é um trabalho relativamente delicado, visto que se pode vaguear para o campo da imaginação.

Despida do seu traje supersticioso, a intuição não é somente uma ferramenta no caminho da sabedoria emanada do coração - consciência, mas uma actualíssima matéria no mundo da gestão dos altos negócios, um precioso instrumento nas mais variadas áreas de pesquisas e nas descobertas e invenções mais avançadas das ciências modernas.

Não é sem razão que a intuição é hoje objecto de altos estudos em centros avançados do primeiro mundo, como o IMD (International Institute for Management Development) da Suíça, ou da Stanford Busines Scool, ou do Instituto de Tecnologia de New Jersey, ou a Koestler Fundation de Londres, só para citar alguns exemplos.

Cientistas e pensadores sérios e do mais alto nível debruçam-se sobre esta realidade em todo o mundo, revitalizando um saber que os antigos mestres já haviam utilizado. Por tudo isso não é sem propósito prognosticar que após a era da razão estaríamos entrando na era da intuição.

O que é intuição

A primeira coisa que vamos fazer é desmistificar a intuição. Devemos tratar essa poderosa capacidade sem preconceitos e sem superstição. Clarividência, premonição, psicofonia, daemon, musas, visões, misticismo, percepção extra-sensorial, tais termos, na maioria das vezes insuficientes, procuram denominar as potencialidades intuitivas e necessitam ser desmistificados, estudados e encorajados em nós.

É um fenómeno psíquico muito natural e presente no quotidiano de nossas vidas. A palavra "intuição" é derivada do termo latino intueri (in+tueri), que significa "olhar para dentro". É sempre uma linguagem interna que facilita o "insight" (inspiração).

"Conhece-te a ti mesmo e aumentarás a tua intuição"

O mergulho interior é uma forma de ampliar a intuição.

Não se pode complicar uma coisa simples, porém, regra geral, quando se aborda esta esplêndida dimensão humana, encontramo-nos a utilizar palavras com significados obscuros e muitas vezes ambivalentes como, por exemplo: intuição é revelação, metafísica, fé, êxtase, premonições, sexto sentido, percepção extra-sensorial, clarividência etc.

O sistema intuitivo é como uma grande antena, que recolhe informações não-verbais. É importante entendermos desde já que a intuição se expressa por uma linguagem não-verbal, isto é, geralmente a sua comunicação não se faz através de palavras, mas de símbolos e sensações.

Qual de nós já não teve uma premonição que nos salvasse de cometer algum erro; que não se sentiu inspirado a escrever uma poesia, um texto ou uma pintura? Qual de nós já não descobriu a solução de um problema por pura intuição; que percebeu uma coincidência que teve dificuldade de atribuí-la ao acaso? Qual de nós que não ouviu aquela voz interna que nos impeliu em algum momento de nossa vida e, depois de agir sem ter uma explicação lógica, viu que foi acertado?

A intuição de algo é um conhecimento que parece chegar até nós sem sabermos de onde vem. É uma percepção súbita. A intuição nunca adormece.

O átomo, por exemplo, foi intuitivamente conhecido na Grécia há milhares de anos e só há algumas décadas passou a ser objecto de experiências dos cientistas.

Einstein já afirmara que as verdades elementares do universo somente são alcançadas através de nossa intuição.

O que é a ética?

A ética é uma característica inerente a toda acção humana e, por esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando as suas acções para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a óptica do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos.

A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros, relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas ideias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

Nas nossas relações quotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo: Devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? Será que é correcto tomar tal atitude? Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de vida? Existe alguma ocasião em que seria correcto atravessar um sinal de transito vermelho? Os soldados que matam numa guerra podem ser moralmente condenados pelos seus crimes ou estão apenas a cumprir ordens?

Diante dos dilemas da vida, temos a tendência de conduzir nossas acções de forma quase que instintiva, automática, fazendo uso de alguma "fórmula" ou "receita" presente em nosso meio social, de normas que julgamos mais adequadas de serem cumpridas, por terem sido aceitas intimamente e reconhecidas como válidas e obrigatórias. Fazemos uso de normas, praticamos determinados actos e, muitas vezes, servimo-nos de determinados argumentos para tomar decisões, justificar nossas acções e nos sentirmos dentro da normalidade.

Ética é um conjunto de valores que deve orientar o nosso comportamento em termos sociais e no nosso relacionamento com os outros. A ética pode ser interpretada como um termo genérico que designa aquilo que é freqüentemente descrito como a "ciência da moralidade"; o seu significado derivado do grego, quer dizer 'Casa da Alma', isto é, suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

Em Filosofia, o comportamento ético é aquele que é considerado bom, e, sobre a bondade, os antigos diziam que: o que é bom para a leoa, não pode ser bom à gazela. E, o que é bom à gazela, fatalmente não será bom à leoa. Este é um dilema ético típico.

Portanto, de investigação filosófica, e devidas subjetividades típicas em si, ao lado da metafísica e da lógica, não pode ser descrita de forma simplista. Desta forma, o objetivo de uma teoria da ética é determinar o que é bom, tanto para o indivíduo como para a sociedade como um todo. Os filósofos antigos adoptaram diversas posições na definição do que é bom, sobre como lidar com as prioridades em conflito dos indivíduos versus o todo, sobre a universalidade dos princípios éticos versus a "ética de situação". Nesta, o que está certo depende das circunstâncias e não de uma qualquer lei geral.

Ética e intuição na Maçonaria

Se os segredos menores são acessíveis a qualquer um, bastando a utilização da capacidade racional, sem a consideração ética do carácter do homem que busca, o mesmo parece não acontecer com os grandes segredos atingidos pela nossa capacidade intuitiva. A falta de ética é um obstáculo intransponível para quem quer atingir as verdades somente visíveis através do olho intuitivo. A imoralidade é uma venda negra que encobre a visão do homem impuro.

Sem ética não há intuição, sem intuição não há revelação.

Neste caminho há um lema que deve ser considerado: Antes de tudo, honestidade consigo mesmo e para com os outros!

Se há um ponto em comum entre todas as grandes doutrinas sapienciais e as milenares religiões são a insistente pregação da sensibilidade e prática do bem por parte do homem.

Nas instituições místicas filosóficas não poderia ser diferente. Não é sem razão que as escolas de ensinamentos reservados em círculos restritos, após um julgamento do Profano, introduz o iniciado no estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. E para tal mister se utiliza também da sua intuição, quando lança mão de Ritos e Símbolos, portadores de maravilhosas mensagens como o esquadro e a pedra bruta, só para exemplificar.

Para poder evoluir nos mistérios, o Iniciado necessita de ter o espírito sensível ao bem, entendido como uma qualidade atribuída a acções e a obras humanas que lhes confere um carácter moral.

Esta qualidade anuncia-se através de factores subjectivos, como o sentimento de altruísmo, fraternidade, utilidade, o sentimento de dever, a disposição da alma que nos induz a praticar o bem, o combate constante ao vício e o trabalho para acostumar o nosso espírito a curvar-se às grandes afeições e a não conceber senão ideias sólidas de Bondade e de Virtude. Isto porque é só regulando os nossos costumes pelos princípios eternos da moral, poderemos dar à nossa alma esse equilíbrio de força e de sensibilidade que constitui a sabedoria, ou antes, a ciência da vida, como ensinam as lições das veneráveis instituições.

Esta é uma das condições sine qua non para o desenvolvimento de uma ampla visão por parte do Iniciado.

Adaptação livre de texto de Autor Desconhecido

BIBLIOGRAFIA:

  • "INTUIÇÃO E MAÇONARIA" de Fernando César Gregório - Editora "A TROLHA"
  • "O QUE É ÉTICA" de Álvaro L.M. Valls - 7ª edição - Editora Brasiliense.
  • Berrett Koehler - The Moral Advantage - How to Succeed in Business by Doing the Right Thing
  • IRM Press - Contemporary Issues in Ethics and Information Technology
  • Wikipedia

04 abril 2009

Atividade Maçónica II


Então que temos nós para este fim de semana ?
Bom, aparentemente, pelo menos, bom tempo. Já não é mau !
Hoje prefiro retomar o tema “Atividade Maçónica” para moer o juízo aos leitores que não nos deixam sem uma visitinha diária.
Um Amigo e Irmão que ainda não escreve no A-Partir-Pedra mas que é responsável involuntário por vários textos que aqui trouxe, mandou-me mais uma mensagem cujo conteúdo eu aproveito para hoje.
Devo dizer que o aspeto focado é um dos que mais realce merece, diretamente e profundamente relacionado connosco e com a nossa atitude perante a vida e os que nela nos acompanham. A situação aqui ensaiada deverá ser uma das preocupações permanentes do Maçon. Como escrevi no post temático anterior, ao Maçon cabe “fazer” (um “fazer” substantivo, não o fazer, verbo). No que se refere à sociedade e ao relacionamento com essa mesma sociedade, ao Maçon compete “fazer”, “fazer” pura e simplesmente, “fazer” sem retribuição, sem alardes, sem holofotes. “Fazer” o melhor esperando o pior, e não se contentando quando aquele “fazer” não resulta. Nessa altura terá de “refazer” !
O relacionamento social humano é complicado, apenas porque os humanos são complicados. mas não há grande esperança numa sociedade que vive de costas voltadas para os seus integrantes. A floresta de costas voltadas para a árvore vai a caminho do fim. Vai levar tempo mas o caminho será esse, árvore a árvore, cada uma se isola, murcha e morre. E quando a última árvore tiver caído, não haverá mais floresta e, o que é pior, não haverá possibilidade de recuperação.
O que aqui se conta ter-se-á passado durante uma tese de mestrado de um curso de Psicologia, no Brasil. E choca que hajam tantos “transparentes” à nossa volta.
Saltou-me de imediato à ideia os “intocáveis” na Índia… Na verdade também os temos por cá !
Certamente o termo é conhecido de todos mas, pelo sim, pelo não, sempre esclareço que “gari”, no português do outro lado do rio Atlântico, significa “Varredor de rua”, “Almeida” como se diz em Lisboa.
“A palavra gari vem do nome de Pedro Aleixo Gari que, durante o Império, assinou com a Corte brasileira o primeiro contrato de limpeza urbana no Brasil. Aleixo costumava reunir no Rio de Janeiro, cidade onde morava, funcionários para limpar as ruas após a passagem de cavalos, o que nessa época era muito comum.” (Yahoo-Brasil)

'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'
-'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível.'
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'.
Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde se enxerga somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:
-'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador (Psicólogo).
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano.
-'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.

- No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
1. O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
-Uma vez, um dos garis me convidou para almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro académico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

2. E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
-Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma ideia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
3. E quando você volta para casa, para seu mundo real?
-Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença Burguesa. Esses homens hoje são meus amigos, Conheço a família deles, frequento a casa deles nas periferias. Mudei, nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'. Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida! HOJE MUDEI E AGRADEÇO AO MEU MESTRADO.
Fernando Braga da Costa

Ser “ignorado”, “ ser “esquecido”, ser “deixado para trás”… Meus Irmãos e então para que serve a nossa Cadeia de União ? Cadê os nossos invisíveis, as nossas sombras sociais… ? Que fazemos com eles ?
Deixo a pergunta para se entreterem durante o fim de semana. Aproveitem e digam pelo menos “bom dia” à sombra que ali vai…


JPSetúbal

03 abril 2009

A língua – 1


O primeiro texto “A língua” foi o pontapé de saída para Vos trazer uma experiência pessoal que considero muito curiosa e que quero partilhar convosco.
Claro que o facto de Portugal ter entrado em campanha eleitoral ajudou a recordar aquela anedota do português “vernáculo”, mas não só !

De Espanha nem bom vento, nem bom casamento… e muito menos boas laranjas !
Parece um começo esquisito para um texto escrito por um Maçon… e, como de costume, o que parece é !

Como é devido segue-se a explicação.

Há poucas semanas (meia dúzia, se tanto) tomei contacto com um estudioso da língua portuguesa (Roberto Moreno), homem possuidor de um curriculum e tanto, Professor universitário em Universidades várias em Portugal e no Brasil, Palestrante pelo mundo fora, Licenciado e Doutorando em Comunicação Social, Mestre em Ciências da Comunicação, Marketing e Economia...
Digo-vos que o RM circula com um "camião" para poder transportar os títulos todos (para desespero do ZéRuah só não inclui o tal de “par de botas”…).
Foi um contacto giríssimo e eu, pobre analfabeto e gago quando chega a hora, fico sempre de beiço quando me aparece alguém que fala durante uma hora, como se fosse um minuto. Fico mais ou menos anestesiado !
Esta declaração de interesses serve principalmente para os leitores tomarem a cautela necessária aos descontos de entusiasmo.

Pois bem, ouvi em auditório uma dissertação sobre o tema “linguística portuguesa, lusófona e (aqui o grande achado) iberófona” !!!
Linguística Iberófona… Nunca me tinha passado pela cabeça, e se isso não constitui nenhuma surpresa tratando-se da minha, já é de tomar alguma atenção quando a esta se juntam mais umas dezenas que também estavam no tal auditório.
Após a sessão entendi que devia perceber melhor a coisa e fui falar com o “desafiador”.
E aqui estabeleço o contacto com a Fundação Geolíngua !

Maravilhoso o conceito, e tão irritantemente simples que até eu, há anos que ando a dizer o mesmo (bem, quase o mesmo…), mas sem o saber.
A base é um axioma: - Os espanhóis são broncos a falar seja o que for diferente do castelhano.
Há uma dificuldade natural resultante da estrutura mental/falante dos “hermanos” que lhes retira todo e qualquer ginástica mental/falante capaz da adoção de estruturas linguístico/gramaticais diferentes das deles.
Isto é bastante claro no dia a dia prático, mas acontece que nesta teoria da Geolíngua, este facto é teorizado constituindo a base de todo o pensamento daí decorrente.
Uma 2ª parte completa aquele axioma: - Os portugueses tem uma capacidade natural para adoção de soluções mental/falantes diferentes das suas originais.
Como bem se percebe uma teoria completa a outra. É a base de uma língua de cultura aberta, bilingue como diz o autor (o português) e uma língua de cultura fechada (o castelhano).

Agora há que acrescentar as quantidades, isto é, para a “caldeirada” os ingredientes já estão ! Agora é só uma questão de quantidades e de mais algum temperozito para animar o sabor.
Na 1ª parte do axioma podemos juntar naturalmente todos os países de língua oficial espanhola (a América Central e do Sul quase toda, o que significa cerca de 480 milhões de pessoas) e na 2ª parte desse axioma os países de língua oficial portuguesa (África, América do Sul, Ásia,… o que significa mais cerca de 220 milhões pessoas).
Ora vejamos, se fizermos as contas encontramos cerca de 700 milhões de seres falando estas duas línguas base (castelhano e português).

Bom, mas o autor dá mais um passo e acrescenta que na verdade falar português não se fica por falar TAMBÉM 90% do castelhano. A esta operação pode-se juntar como verdadeira (a prática o confirma) TAMBÉM 50% do francês e TAMBÉM 25% do italiano.
Somem tudo e ficamos com meio mundo a entender-se em português, pelo menos do ponto de vista geográfico.
Ora isto é particularmente interessante, tanto mais que a tentativa de construir uma língua universal (o Esperanto) fracassou por completo e está arrumada na gaveta de baixo das ciências que tratam estas coisas.

Outras achegas para esta teorização.

A China tem 2 500 milhões de humanos, habitando um território útil razoavelmente reduzido, com dezenas de etnias (56 reconhecidas oficialmente) e dezenas de dialetos incompreensíveis entre si (o mandarim está muito longe da generalização).
A Índia tem 1 100 milhões de pessoas espalhadas por 28 estados, 6 territórios e 23 línguas oficiais (vinte e três) faladas por dezenas de raças, castas e religiões.

Estas são as duas maiores estruturas nacionais a nível mundial, que em termos do que interessa ao nosso assunto reforçam o peso da relação bilingue daquele.
“Apenas” mais de… 700 milhões de falantes que se entendem, só com o português...
Já alguma vez tinham feito esta conta ?

Bom, talvez se perceba agora que esta coisa da “Língua e Cultura Iberófona” tem pernas para andar, por contraposição da “Língua e Cultura Lusófona”. Mas há mais qualquer coisa a dizer sobre isto.

JPSetúbal

02 abril 2009

L’égalité est la base de toute liberté






Ou serait-ce le contraire?
Ou bien alors, est-ce que l’un de ces mots a-t-il un sens sans le second?
Ou bien encore, est-ce que ces mots, égalité et liberté, ne sont-ils pas dénués de sens? Du moins dans l’absolu.

Serait-ce une hérésie que de dire que Egalité et Liberté sont en soi deux mots abstraits? Voyons.

La définition de l’égalité est relativement simple, c’est l’absence complète de distinction entre les hommes sous le rapport des droits: égalité civile, sociale, politique, ... Or nous savons que cet état d’égalité n’existe pas. Qu’elle soit naturelle, acceptée ou imposée, la différence entre les hommes a toujours existée.

La liberté, par définition, est l’absence de contrainte; mais il n’existe pas de liberté absolue. Que se soit la liberté de conscience, la liberté morale, la liberté du culte, la liberté de la presse, la liberté syndicale, ... elle sera toujours limitée, ou conditionnée, par des règles établies par la communauté à laquelle on appartient.

En définitive, la liberté, telle qu’on l’entend, est de pouvoir faire tout ce qui n’est pas interdit. Et si ce n’était pas le cas, ce serait l’anarchie, la démocratie directe, comme l’exposait Platon. Cette doctrine qui libère l’individu de toute forme de contrainte. Nous revenons à l’abstraction. Alors?


Alors remontons dans le temps, plus précisément les 20, 21, 23, 24 et 26 août 1789. Que se passa-t-il alors?

Les représentants du peuple Français, constitués en Assemblée Nationale, ont résolu d’exposer, dans une déclaration solennelle, les droits naturels, inaliénables et sacrés de l’homme.

Ce fut la “Déclaration des Droits de l’Homme et du Citoyen” dont la première phrase de l’Article premier est:

Les hommes naissent et demeurent libres et égaux en droits.
En théorie, cette simple phrase constituée de dix mots résolvait un problème aussi vieux que l’homme est homme. En réalité, et justement parce que l’homme est homme, il n’a pu réaliser les idéaux contenus dans cette phrase, tout au moins jusqu’en cette veille du XXIème siècle.

Et cela malgré cette autre grande affirmation que fut la “Déclaration universelle des droits de l’homme”, adoptée et proclamée le 10 décembre 1948 par l’Assemblée Générale des Nations Unies, et dont l’article premier est:

Tous les êtres humains naissent libres et égaux en dignité et en droits. Ils sont doués de raison et de conscience et doivent agir les uns envers les autres dans un esprit de fraternité.

Remarquons au passage que, dans ce premier article, apparaît le mot “Fraternité” qui, lié à “Liberté” et “Egalité”, constitue non seulement la devise de la France mais aussi, depuis le milieu du dix-neuvième siècle, le ternaire sacré de la Maçonnerie.

Traditionnellement en France, on a toujours opposé la Liberté de 1789 et l’Egalité de 1793. L’égalité de droit a sans cesse progressé. Ce progrès continue, mais semble presque au bout, à son terme, en tout cas dans nombreux pays.

Dans le même temps où l’on est arrivé presque à la perfection de l’égalité de droit, on a vu s’aggraver les inégalités de fait.

Il y a d’abord les handicaps naturels, ils sont normaux et il ne faut pas chercher à les nier en essayant de cloner les gents intelligents! Il existe et il existera toujours des différences.

D’ailleurs, quand Plantagenêt disait que “l’égalité n’implique pas le nivellement des valeurs”, il sentait bien ce qu’il y avait d’absurde dans cette notion trop absolue d’«égalité».

Ces inégalités sont de sources diverses; l’intelligence de l’individu, son hérédité, ses conditions familiales, son aptitude à la scolarisation, sa citoyenneté, la localisation géographique de son habitat et, principalement, ses revenus!

Les inégalités sociales sont dramatiques, l’écart entre les revenus les plus élevés et les plus modestes se creuse chaque jour plus, et les inégalités deviennent de moins en moins supportables car le fatalisme n’est plus de mise, les écarts sociaux sont consciemment perçus.

Sans compter que d’autres inégalités se sont sans doute aussi aggravées, ce sont les inégalités entre peuples. Jusqu’à présent, on a largement raisonné en termes d’égalité au sein d’une nation, c’est oublier les inégalités entre les pays riches et les pays pauvres, en Europe et dans le Monde, et celles là sont gigantesques.

Il suffit de se pencher sur le phénomène européen qui prône la liberté de circulation à l’intérieur de ses frontières mais qui interdit, en même temps, son accès aux gens du Sud. Ce n’est ni l’égalité des droits, ni l’égalité des conditions.

C’est également oublier le préambule de la Déclaration universelle des droits de l’homme qui rappelle que les peuples ont proclamé leur foi dans les droits fondamentaux de l’homme, dans la dignité des valeurs de la personne humaine, dans l’égalité des droits des hommes et des femmes, et qu’ils se sont déclarés résolus à favoriser le progrès social et à instaurer de meilleures conditions de vie dans une liberté plus grande.

Cette vision, lorsqu’elle est appliquée, a normalement un caractère fonda- mentalement nationaliste, même si notre Europe joue un rôle positif par sa redistribution et ses fonds de péréquation. Dans ce cas précis, l’Europe est l’image d’une nation globale, limitée à l’espace géographique de ses états membres.

Des étudiants portugais écrivaient dans une thèse sur la Révolution Française:
“Au long des 200 dernières années, l’égalité, par le biais du développement social, n’a fait que augmenter les inégalités, et la fraternité a été abandonnée en un monde qui a placé l’affirmation des Etats Nationaux au dessus de la solidarité entre les peuples.”

L’égalité est-elle la base de toute liberté? Qu’est-ce que l’on entend par «liberté»?

Ce qui consiste à faire tout ce qui ne nuit pas à autrui? L’exercice des droits naturels de chaque homme qui n’a de bornes que celles qui assurent aux autres membres de la société la jouissance de ces mêmes droits?

L’égalité des conditions est une utopie; elle n’est ni possible, ni d’ailleurs souhaitable car, paradoxalement, négatrice de la liberté.

Ce qui pourrait être même dangereux, c’est l’accent mis sur la liberté; la liberté absolue tue l’égalité de même que l’égalité absolue tue la liberté. Personne n’a encore trouvé le bon point d’équilibre sans que l’un détruise l’autre.

Les bornes de cette liberté ne peuvent être déterminées que par la loi. Et la loi, par définition, est égale pour tous.

Donc, une certaine égalité est la base d’une certaine liberté. Il n’existe pas d’absolu.

Ce qui est souhaitable, comme le réfère la “Déclaration universelle des droits de l’homme”, c’est que ce concept soit humanisé par un sentiment qui parait indissociable de son contenu: la fraternité.

Et afin qu’elle prenne tout son sens et qu’elle soit réellement applicable, et appliquée, la devise Maçonnique, “Liberté, Egalité, Fraternité”, devra être toujours associée à la solidarité, à la tolérance et à l’universalité.

Mais même en Maçonnerie l’égalité n’est pas la base de la liberté. Du moins, l’égalité n’est pas toujours synonyme de liberté.

Dans un Ordre qui prône la Tolérance, il existe des règles auxquelles les Maçons doivent se soumettre. Ce sont les Landmarks (ou Règles, ou Statuts, ou Limites) qui dictent quelle doit être l’attitude du Frère dans la Maçonnerie, et par extension, dans le monde profane.

Même si, comme le dit Jean Boucher, “En Maçonnerie, contrairement à ce qui a lieu dans la plupart des autres groupements humains, chaque Frère garde une liberté entière; il ne peut ni ne doit recevoir aucun mot d’ordre susceptible d’influencer ses actes”, le Maçon devra respecter néanmoins les règles édictées par les règlements de sa Loge et de sa Grande Loge. Il ne pourra évoquer “au dehors” ce à quoi il a participé “à l’intérieur”, sa conscience étant liée, dans ce cas, au jurement qu’il fait lors de la fermeture des travaux de sa Loge de Saint-Jean.

L’Initié, lorsqu’il est fait Maçon, cet homme «libre et de bonne renommée» s’entendra appeler “Frère” par ses nouveau correligionaires. Il pourrait imaginer que, de ce fait, il sera leur égal et qu’il jouira des mêmes libertés qu’eux. Il n’en est rien. Il lui faudra attendre d’être Maître pour pouvoir user de la parole en Loge, à l’instar de tous les Apprentis et Compagnons.

Pour conclure, rappelons que l’égalité absolue entre les hommes existe, une fois et une seule, au long de leurs existences. Le jour où le Grand Architecte de l’Univers nous appellera auprès de lui, à l’Orient Eternel, le jour où, effectivement, nous ne serons plus libre de notre choix. C’est l’heure du Jugement Final où l’homme n’est plus maître de son destin

Ce jour-là, cette égalité totale finalement obtenue sera synonyme d’absence totale de liberté, quelle qu’elle soit.

Jean-Pierre GRASSI

01 abril 2009

Pequena nota explicativa

Antes de proceder à publicação do próximo post, que será amanhã dia 2 de Abril, importa fazer o enquadramento do mesmo.
O seu autor, Mestre Maçon e Antigo Veneravel da Loja Mestre Affonso Domingues, é para mim um marco na minha vida maçónica e na vida da Loja.
Corria o ano de 1993 e o VM I.P.C. encarregou-me de fazer uma inquirição a um profano. Era a minha primeira inquirição.
Por questões de agenda ficou marcada para o almoço de 22 de Outubro de 1993, num restaurante em Cascais.
Deparei-me com um homem muito experimentado em conversas e reuniões e o inquirido fui eu e não ele. Convem juntar que eu ainda nao tinha 30 anos de idade e quem estava a minha frente era administrador de uma empresa muito conhecida.
A empatia foi enorme.
Em 1996 convidei-o para ser o 1º Vigilante no meu Veneralato. Foi quem me sucedeu e completou o meu mandato de Março de 1997 até ser re-eleito e instalado novamente em Setembro para aquele que seria de facto o seu mandato, como poder ser lido aqui
Por razões profissionais teve que ir desempenhar funções fora de Portugal, longe da sua loja mas e mais dificil para ele longe da sua familia.
Continua, ele que sendo francês se radicou em Portugal há muitos anos e aqui constituiu familia ( ja tem netos), a ser um emigrante e está actualmente em países do Leste Europeu, com maior incidencia na Polónia.
Maçon convicto e assumido integrou uma Loja na Polónia a Respeitavel Loja La France que trabalha em lingua francesa.
Estou para quem não o conhece a falar do, e escrevo o seu nome porque para tal ele me deu autorização, Jean-Pierre Grassi.
Contactei-o recentemente incentivando-o a participar neste blog, a relatar-nos a sua vivencia maçonica longe da SUA Loja mãe.
Respondeu-me que o iria fazer. Disse-me que era Orador na Loja La France e que me mandaria as suas pranchas.
Já começou a mandar. E nos vamos publicar. A prancha está em Francês e a maioria dos seus textos também o serão.
Os comentários poderão ser em Português ou Francês.

José Ruah

A língua


Temos por aqui alguns leitores, acompanhantes, comentaristas que mostram dificuldade, objeção, resistência às alterações trazidas pelo novo acordo, convénio, convenção estabelecida quanto à nova forma, maneira, configuração de escrever o "português de Portugal".

Pois dando satisfação, alegria, deleite a esses espíritos retrógrados, antiquados, ultrapassados trago aqui a este nosso cantinho, recanto, pedacinho um texto em estilo, feição, modo mais vernáculo, puro, genuíno desse mesmo português... portuguesíssimo.

Este texto é dos melhores registos de língua portuguesa que eu tenho lido sobre a nossa digníssima 'língua de Camões', a tal que tem fama de ser pérfida, infiel ou traiçoeira.

Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade, subiu para o palanque e começou o discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município...

De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?

E o candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui; A terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.

De imediato, o alcoólico levanta-se a cambalear e 'atira':
- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância ou razão pela qual me encontro num estado etílico, alcoolizado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com toda a reverência, estima ou respeito que o senhor me merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou à p... que o p.... (hic)!!

Disse, terminei, finei.
Por hoje !

JPSetúbal