02 novembro 2006

A Maçonaria Hoje


Depois de ouvirmos e de lermos muitas opiniões sobre a Maçonaria, grande parte das quais elaboradas sobre preconceitos, em especial num País como o nosso onde durante décadas não foram consentidas instituições onde pudessem germinar ideias avessas ao poder dominante, formámos também as nossas opiniões. Estas eram, naturalmente as resultantes das informações tendenciosas transmitidas pelos meios que nos estavam mais próximos e eram, novamente, de esperança ou de suspeição, Se alguns imaginavam que a Maçonaria era uma escola de cidadãos perfeitos, outros garantiam que, quem nela entrasse tinha garantida a entrada no inferno com as mais vivas brasas.

Se os segundos se mantiveram, para tranquilidade dos seus votos, afastados da Ordem, alguns dos outros ousaram franquear as portas do Templo.

Aqui chegados, mantiveram as posturas que na vida profana vinham já adaptando: os que procuravam o aperfeiçoamento, estudaram, valorizaram-se, tornaram-se mais exigentes consigo próprios e tolerantes com os outros; perceberam que os textos rituais são inesgotáveis fontes de ensinamentos ainda que não entendessem facilmente todas as lições neles contidas. Os que, na vida profana se acomodavam e usavam a crítica como escudo, prosseguiram, apesar dos exemplos dos seus Irmãos, na mesma senda; e, porque lhes escasseia a capacidade para polirem a própria pedra olham com azedume a forma como os seus irmãos cuidam das suas. Nada dão de si próprios já que colocam à frente de quaisquer conceitos a defesa dos seus próprios interesses. E, o que não pode deixar de ser motivo de reflexão, estes que entraram, sem respeito, no Templo, viram as portas franqueadas pelos que já se encontravam no seu interior; buscavam favores profanos e, o que nos entristecia, em muitos casos, o reconhecimento obtido com a mais rica decoração de um avental que compensava uma vida profana apagada e triste.

Uns e outros, como que esquecidos de que são todos filhos da mesma sociedade levados por um imaginário que a História ajudou a construir e que não podemos desprezar, vieram para o nosso convívio, na expectativa de, num mundo diferente, encontrarem modelos culturais e sociais diferentes.

E novamente aqui a dicotomia se manifestou: os que sabem, e sentem, o que é a Maçonaria, encontraram muitas das respostas que procuravam; para tal estudaram, para tal trabalharam, para tal confiaram nos seus Irmãos, a tal se deram na percepção plena de que, efectivamente a Maçonaria é muito mais do que parece e de que, tudo o que nos pode oferecer é o resultado do trabalho de muitos que já não estão connosco e do trabalho solidário, fraterno e consciente de cada um de nós.

Naturalmente, e poderei dizer felizmente, para os que entram com a intenção de muito receberem sem quase nada darem, a Maçonaria não é a instituição que gostariam de encontrar. Uma instituição que, pela sua forma discreta de viver pelas relações nacionais e internacionais que possui, poderia constituir um veículo útil. De entre estes muitos afastam-se, enquanto outros permanecem, apaticamente, lendo mecanicamente rituais sem os entenderem, participando de iniciativas sem entusiasmo, no desejo de que algum Irmão os possa apoiar na vida profana ou de que as aparências o satisfaçam com aventais, colares, medalhas, diplomas, etc. etc. Ficarão sempre na convicção de que a Maçonaria é pouco, sem perceberem que eles são muito pouco.

Porque, quando falamos em aperfeiçoamento espiritual, e fazemo-lo sem reticências, sabemos que a pedra não é polida por outros: é polida, laboriosamente por cada um de nós, com a fraterna ajuda dos outros.

Na certeza de que cada Maçon está a trabalhar num momento em que a humanidade, cercada por angústias e incertezas, espera que ele cumpra a sua missão. Porque hoje, e verificamo-lo todos os dias, o homem deixou de confiar em muitos dos apoios a que se agarrou durante séculos e, numa deriva de confusões, em que se vê obrigado a correr no meio de uma turba sem saber para onde nem porquê, tenta evitar situações de desregulação psicossocial onde a esperança nele e nos outros já não existirá.

As agências de controlo social, a quem vinha entregando a responsabilidade de definir o que se deve fazer e o que não se deve fazer, no que devemos acreditar e no que não devemos acreditar, e às quais não eram feitas perguntas que não contivessem já as respostas acopladas, foram perdendo a função de bússola, impotentes que se foram mostrando face às novas avalanches de dúvidas e de contestações.

A Família já não representa o que representava, o Estado já não tem o poder que tinha, não se sabendo onde começa e onde acaba, desempenhando um papel crescentemente difuso, a Escola não logra emparelhar-se com a sociedade, a Religião, ainda que cada dia mais plurifacetada não é já respeitada nem temida como já foi, a Justiça perdeu credibilidade...

Mas o Homem, com as suas fragilidades carece, como sempre careceu, de se segurar em esperanças, pelo que é tentado a deitar a mão ao primeiro bote que passar desde que pareça sólido. Cedo se está a dar conta de que estes botes nenhuma confiança merecem e de que, afinal, é bem mais seguro procurar a segurança dos princípios, com outros homens, em lugares onde seja ouvido e respeitado.

E a Maçonaria oferece, de forma que continua a ser ímpar, a possibilidade de progredirmos espiritualmente sem perdemos o direito de pensarmos livremente. É um caminho bem difícil mas é, para nós, o que nos permite sermos melhores sem que seja menosprezada a nossa responsabilidade.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o terceiro de nove excertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicado em 31/10/2006, sob o título "Tópicos históricos"; o próximo terá o título "Maçonaria e Maçonarias").

Rui Bandeira

31 outubro 2006

Tópicos Históricos


Após terem sido apontados os seus objectivos, após terem sido laboriosa e persistentemente apurados os conceitos e os padrões que deveriam ser respeitados e após terem sido coligidos, burilados e aperfeiçoados os textos rituais que serviriam de referência e apoio, a Maçonaria foi estruturando, com a prudência que as evoluções da História sugeriam, formas de organização próprias.

Como se esperaria, os diversos poderes olharam-na com preocupação e desde há muito optaram por uma de duas atitudes: a hostilidade, que foi traduzida em perseguições, prisões, suplícios e até penas de morte, e a complacência desconfiada que levou, em especial no norte da Europa, a que várias cabeças coroadas se tivessem intitulado protectoras da Maçonaria e tenham, directamente ou através de familiares, desempenhado as funções de Grão-Mestres, de modo a melhor acompanharem e controlarem uma instituição que olhavam mais com desconfiança do que com apreço.

Se os poderes políticos bolinavam entre estas duas margens, os poderes religiosos ficavam sempre amarrados à margem donde a Maçonaria era vista com absoluta intolerância e inquietação.

A atitude dos poderes religiosos era de um necessário distanciamento, aliás a única que se poderia aguardar, e que se deveu a um alargado conjunto de circunstâncias: a Maçonaria falava em aperfeiçoamento espiritual, tema e prática que eram exclusivos dos que definiam o caminho a seguir pelas religiões; a Maçonaria apregoava livres formas de pensar, o que muito contrariava quem respeitava monólitos de certezas; a Maçonaria usava como usa, muitos conhecimentos, criteriosamente seleccionados e simbolicamente entrosados, contidos em livros sagrados, o que, para além de ser visto como um abuso sacrílego, poderia induzir interpretações e versões afastadas dos cânones; a Maçonaria, ainda que tal não estivesse de acordo com os seus princípios, poderia ser, e não poucas vezes o foi, ponte entre as forças dominantes da sociedade, competência que as instituições religiosas, também ao arrepio dos seus objectivos, muitas vezes utilizaram; a maçonaria cultivava formas de secretismo, para melhor se proteger, proteger os seus membros e as suas práticas, o que muito incomodava as forças da intolerância que assim tinham maior dificuldade em situar os seus elementos e calar as suas actividades, em particular quando estas se relacionavam com a luta contra injustiças sociais que eram ignoradas, quando não estimuladas, pelas estruturas que usavam as religiões como máscara, a exemplo do que sucede hoje ainda em muitas paragens.

Do trajecto feito, das lutas travadas e dos resultados obtidos outros textos poderão falar com mais a propósito.

São no geral bem conhecidos e sobre eles se debruçaram estudiosos de diversas áreas do conhecimento como historiadores, sociólogos, políticos, filósofos e religiosos.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o segundo de nove excertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicado em 30/10/2006, sob o título "A Maçonaria da Esperança"; o próximo terá o título "A Maçonaria hoje").

Rui Bandeira

30 outubro 2006

A Maçonaria da Esperança


Desde sempre que o Homem, por razões que a Genética poderá explicar, é impelido a valorizar-se, a aperfeiçoar-se, a procurar o mais e a tentar o melhor.

Depois de procurar a valorização no mundo material, e de ter concluído que por essa via só daria pequenos passos, olhou mais longe, para além dos limites que sentia e imaginou como poderia libertar-se e ganhar novos horizontes. Estruturou religiões, burilou filosofias, amparou-se em crenças. Todas datadas, todas caracterizando melhor as angústias e os desejos dos homens do que apontando soluções e tranquilidades.

Há milhares de anos que assim sucede.

Consciente de que sozinho não poderia ir muito longe, o homem juntou-se a outros homens e procurou, racionalmente, encontrar vias seguras por si escolhidas que o conduzissem para os mundos onde vivem as transcendências.

Uma via foi escolhida por homens que foram somando saberes oriundos de muitas áreas e de muitas paragens. Dos seus primeiros passos nenhuma História reza; podemos só imaginar como foram colocadas as primeiras pedras do Templo que queriam construir. E isto ocorreu, seguramente há muitas centenas – ousam alguns apontar milhares - de anos.

Grande é o espólio ao qual podemos ir buscar datas, factos, conceitos. Mais difícil é separar as pedras que, de facto, foram utilizadas na construção do Templo das que nós imaginamos ou gostaríamos que tivessem sido utilizadas.

Tendo esta via, a que chamamos desde há muito Maçonaria, transitado, como afirmamos hoje, de uma fase operativa para uma fase especulativa, é natural que, no afã de tudo justificarmos, inclusivamente pela via simbólica, entrelacemos as muitas achegas que nos chegam para que o edifício seja cada vez mais sólido e coerente.

Assim, podemos ir buscar raízes - para além das que são procuradas em textos incluídos ou não em livros sagrados – em corporações romanas, em ordens religiosas militares (e aqui julgo que é atribuído um protagonismo excessivo, de quase exclusividade, aos Templários), em associações de classe, como em documentos que vão de um Manuscrito Régio, que terá tido origem no final do século XIV, no Manuscrito Cook, do século seguinte, na “Old Charges” (Antigos Deveres), não falando já noutras, bem mais antigas que podem ser chamadas à colação como éditos de Numa Pompílio ou Sérvio Túlio, etc. etc. Este acervo de conhecimentos foi sendo progressivamente harmonizado e vazado em formas simbolicamente dramatizadas.

Importa porém salientar que esta transição da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa não define uma ruptura entre situações distintas; bem longe disso, já que no primeiro período muito do que se fazia tinha carácter e fundamento especulativo e no segundo também o inverso se verificou e verifica.

Porque só é entendivel o percurso feito se associarmos o gesto laborioso do pedreiro que colocava uma pedra na parede da catedral aos conceitos defendidos pelo catolicismo medieval maçónico e só se justifica a nossa acção actual se os estudos ritualísticos que promovemos se traduzirem em acções que, para além do aperfeiçoamento espiritual, se traduzam em formas concretas de beneficiar cultural e socialmente a humanidade de que fazemos parte.

A especificidade da cultura assim, criada, e permanentemente burilada, com a rigorosa apreciação e introdução de conhecimentos oriundos de paragens diversas e de saberes distintos, originou uma nova forma de intervenção na sociedade, com características que a tornaram uma figura ímpar que não andava com o passo rotineiro e inquestionado das figuras pares.

E é justamente o facto da Maçonaria impelir os seus Obreiros a buscarem o aperfeiçoamento sem terem a ousadia insensata de julgarem que um dia alcançarão a perfeição que os diferencia dos seguidores de certezas monolíticas.

Olhada por uns com grande esperança e por outros com negras suspeições, consoante queriam avançar com destemor na busca da justiça social, do livre conhecimento e da tolerância ou queriam parar, fechando as portas e as janelas com o receio de que novos tempos e novas ideias ameaçassem estatutos, privilégios e velhas construções feitas de toscas ideias.

Essa esperança e essas suspeições, permanecem vivas, ainda que assumam dimensões e expressões diferentes de país para país e até de região para região.

E de outro modo não podia ser, tão específicos são os passados históricos, as culturas, as economias e as formas de olhar o mundo.

E é daqui que temos de partir: somos uma Ordem Iniciática, criada pelos méritos e pelos defeitos dos homens que, independentemente do local onde vivermos e dos meios de que dispusermos, continua a lutar, coerente e persistentemente, pelos princípios que sempre respeitou.

A Maçonaria da esperança cresceu porque trouxe consigo formas de justiça social, independências de jugos ancestrais, e uma forte e pura articulação espiritual com formas culturais que até então estiveram muito dependentes de outras sedes.

É gritante, por exemplo, a profunda transformação sofrida na música onde os grandes temas todos de índole religiosa foram substituídos por grandes temas profanos por influência de compositores maçons. E aqui não resisto a evocar e a sugerir uma ponderada reflexão sobre um texto lapidar que ilustra este contraste e que foi escrito pelo actual Santo Padre, então Cardeal Ratzinger, na sua “Introdução ao Espírito da Liturgia”: “Ouvindo Bach ou Mozart na igreja – ambos nos fazem sentir de um modo magnífico o significado de gloria Dei – glória de Deus: nas suas músicas encontra-se o infinito mistério da beleza, deixando-nos, mais do que em muitas homilias, experimentar a presença de Deus de forma mais viva e genuína – todavia, aqui já se anunciam, perigos, embora o subjectivo e a sua paixão ainda disponham de docilidade (...). Mas as ameaças da virtuosidade e da vaidade do talento já se manifestam; elas já não expõem as suas faculdades ao serviço do todo, querendo elas próprias avançar para o primeiro plano”.

Creio que se todo este texto merece muito atenta leitura, é o final, com uma clara condenação do abrir das asas que suscita maior interesse nesta abordagem que fazemos.

Também durante séculos e em especial na taça que primeiro modelou o Império Romano e depois acolheu o Cristianismo que daí irradiaria para o Mundo, os textos escritos obedeciam aos ditames da religião dominante; só pouco a pouco e com larga influência de maçons – não tão evidente como na música – se alastraram para temas profanos.

Se de mais provas e exemplos precisássemos, iriam buscá-los a paragens como a pintura ou a escultura onde as aberturas verificadas seguiram passos semelhantes.

Isto é: só por teimosia poderíamos insistir em interpretações parcelares, quando todas estas transformações foram de facto só uma. E, se nem sempre foi determinante a intervenção dos maçons, ela esteve sempre presente e, na larga maioria das circunstâncias, com inegável coerência. 

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o primeiro de nove excertos que serão aqui publicados; o próximo terá o título "Tópicos históricos")

Rui Bandeira

27 outubro 2006

Livro sobre Municipalismo


José Oliveira Dias, um estudioso da política autárquica que faz o favor de ser nosso amigo, vai efectuar o lançamento nacional de um livro de que é autor, intitulado "O Municipalismo, em Portugal, Brasil e Cabo Verde", na próxima terça-feira, dia 31 de Outubro.

O lançamento terá lugar no Centro de Saúde de São Vicente, na Ilha da Madeira. E que melhor lugar para lançar um livro sobre este tema? É a descentralização levada à prática!

Impossibilitado de comparecer, por compromissos profissionais noutro ponto do País, não quero deixar de aqui divulgar esta iniciativa.

Para quem ainda tem uns restos de férias para gozar e as queira aproveitar em semana de feriado, é um bom pretexto para ir até à Madeira!

Para quem não puder ir, mas se interesse pelo tema, pode encomendar o livro (custo: 15 euros) directamente ao seu autor, através do seguinte endereço de correio electrónico: rajanioliveiradias@iol.pt .

E pronto! Numa semana em que decidi colocar no blogue vários textos sobre símbolos maçónicos, hoje achei por bem acabar com um texto que não tem nada a ver com maçonaria!

É que na maçonaria também se aprende que, como em tudo na vida, o equilíbrio é muito saudável e os excessos acabam por fartar. E, afinal, se é certo que em Maçonaria Regular não se discute política, isso não quer dizer que um maçon não se interesse pela Coisa Pública! E ler estudos sérios é uma boa maneira de manter sempre atento o nosso espírito cívico.

Rui Bandeira

26 outubro 2006

Beleza

O maçon procura revestir-se da característica da beleza. Não é, obviamente, a física que importa. Até porque essa não depende de si, antes da carga genética que lhe foi transmitida por seus ascendentes. A beleza de que o maçon se procura revestir é a interior, resultante da pureza de princípios, da firmeza de carácter, do aprumo moral e da tolerância para com os os outros que deve ser seu apanágio.

Pureza de princípios que constitui o pano de fundo de toda a actuação do Homem. Quem tiver adquirido e os viver como integrantes do seu ser os princípios básicos do respeito para com o Outro, que constituem os fundamentos da Civilização não cometerá agressões contra o seu semelhante. O respeito pela Vida, pela Integridade, pela Liberdade, pela Democracia, pela Igualdade são meros e naturais corolários desses princípios básicos, tão naturais como a faculdade de respirar!

Firmeza de carácter para moldar sua personalidade, combatendo suas fraquezas, mas também para arrostar com as inevitáveis dificuldades que a vida sempre coloca, sem nunca pôr em causa nem incumprir os princípios básicos que devem nortear sua conduta.

Aprumo moral como ferramenta para distinção entre o Bem e o Mal, em todas as suas manifestações e circunstâncias, em especial quando umas ou outras os tornam de difícil destrinça.

Tolerância para com os outros como contrapartida da necessidade de dos outros vermos toleradas nossas próprias imperfeições.

Quem interiorizar estas simples, mas tão exigentes, regras, poderá ser fisicamente horrível, mas acabará por ser reconhecido como Belo por todos aqueles que sabem ver para além das meras e efémeras aparências.

Mas o maçon não procura apenas ter a Beleza em si, procura que as suas obras sejam dotadas dessa característica. Isto é, suas acções, suas criações, suas obras, não basta que sejam sábias e fortes, devem também ser belas. É a beleza que aproxima da perfeição o que se construiu com Sabedoria e Força. Entre dois edifícios, ambos igualmente perfeitamente projectados e edificados, com o recurso a todos os conhecimentos da arte de construir, ambos firmes, fortes e duráveis, qualquer de nós preferirá o que é esteticamente bonito, agradável ao que não possua essa característica.

Buscar dotar as nossas obras de Beleza não é uma futilidade. É uma procura da perfeição possível na actividade humana.

O Belo é divino!

O Templo do maçon é assim sustentado também por esta terceira coluna, a da Beleza.

E assim, buscando nós próprios dotar-nos e dotar nossas acções de Sabedoria, de Força e de Beleza nos aproximamos tanto quanto ao Homem é possível, da Divina Perfeição.

Rui Bandeira

25 outubro 2006

MIA COUTO e o mendigo Sexta-Feira

O mendigo Sexta-Feira jogando no Mundial"(...)
O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um futebolista. As minhas mágoas que são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me atender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eu já tinha marcado contra o destino? (...)"
(Mia Couto, in O fio das Missangas)


Mia Couto é um dos nomes enormes da escrita de língua portuguesa e este texto que me chegou via mão amiga, é mais um terrível soco no estômago, só possível por quem tenha experiência deste pugilato da vida.
Diàriamente chegam-nos notícias assustadoras sobre a sensibilidade que os agentes políticos (que têm a responsabilidade de encontrar as soluções) mostram na abordagem aos vários temas reflectidos no texto.

O que vemos como propostas de solução para as inquietações que Mia Couto nos propõe ?

Na parte que toca aos futebolistas vemos o estatuto de excepção, absolutamente imoral, de que gozam e cujos dirigentes defendem com unhas e dentes, mostrando todo o desprezo com que olham para o mundo à volta e todo o embevecimento com que olham para o umbigo próprio.
Podemos pôr em equação a questão do tempo de vida profissional, o facto das situações mais chocantes serem uma minoria no “universo” do número de jogadores em actividade, e mais as razões extraordinárias que um político, dos actuais, apontou esta semana dizendo que “coitados dos jogadores a quem não são ensinados hábitos de poupança e que têm de deixar a escola muito cedo”, considerando a partir daí muito bem que os impostos que eu pago todos os anos com o fruto de muitas, muitas, muitas horas de trabalho sirva para compensar os “coitadinhos dos jogadores de futebol”.
Todas estas razões podem ser equacionadas porque o resultado final da incógnita será sempre a imoralidade total com que são gastos a maior parte dos muitos milhões que se gastam naquela actividade.
E quanto a estes aspectos é preciso que se afirme que a maior parte dos beneficiados são gente mal formada, péssimos desportistas, sem qualquer espécie de respeito pelos companheiros de profissão, que encaram calmamente e impunemente como inimigos a abater.
E não vale a pena contar a estória da “saída da escola” e mais uma centena de razões muito válidas para os defensores desse “status quo”, porque isso não pode justificar a forma como se tratam uns aos outros.
Ao menos isso.
Há uma ou duas semanas cantaram-se umas loas em homenagem a Jorge Costa que abandonou a actividade profissional de futebolista.
Reafirmo a minha opinião de há muitos anos.
Jorge Costa, como vários outros (João Pinto, Petit, Sá Pinto,...) são personagens que nunca deveriam ter pisado um campo desportivo (qualquer que fosse) porque nunca souberam merecer a condição de desportistas.

Outras notícias que nos chegam dão-nos conta do agravamento generalizado das condições de vida para os mais desprotegidos da sociedade.
Sob a capa do aperto financeiro em que o país se encontra estamos a assistir a um verdadeiro assalto aos mais fracos.
As últimas notícias falam dos aumentos dos lucros dos bancos (38%, 46% ...), enquanto o ministro das finanças anuncia que até ao fim do ano os bancos continuarão, legalmente, a não ter de pagar uns tantos milhões de imposto que seriam devidos se a Administração Fiscal tivesse actuado em tempo util.
Por outro lado deixa uma vaga promessa (esta classificação de “vaga” é muito subjectiva, mas é a minha interpretação !) de que a partir do próximo ano começará a aproximação da forma de tributação das “empresas bancos”, ao tipo de tributação das outras empresas (aquelas que não desviam lucros para as Ilhas Cayman ou outras parecidas).
Continua a ser interpretação pessoal mas a minha expectativa é a de que essa aproximação, se alguma vez existir, será feita muito lentamente, muito lentamente, tão lentamente que ao fim de um ano ou dois já ninguém se lembrará nem falará do assunto que de tão lento que evolui ficará definitivamente parado sem ninguém dar por nada, a não ser claro os beneficiados directos.
Dentro do mesmo princípio irão aumentar os descontos sobre os recibos verdes, tal como já aumentaram os descontos para os funcionários do Estado e para os reformados.
Na saúde os utentes passam a comparticipar mais nas despesas em que já comparticipavam e passam a comparticipar em outras onde isso ainda não acontecia.

Usando a pena de Mia Couto, “o que me dói doutor, é não poder haver uma ilha Cayman para cada português receber aí o seu salário, a sua pensão, e assim deixar, legalmente, de pagar impostos cuja utilização tem sido feita em favor dos que não pagam, dos que se consideram merecedores de todas as benesses, legalmente e sempre, sempre com boa-fé já se vê”.

O mendigo Sexta-Feira assinala os penalties contra o destino.
Mas o responsável pela batota do jogo não é o destino.
São homens, e são homens com nome, com identidade, com residência, com localização possível e fácil.
Então porque se não marcam esses penalties ?
Na vida, como no futebol, a maior parte dos árbitros está comprada.
JPSetúbal

24 outubro 2006

Força


A obra humana, para ter valia, deve estar dotada de Força. A acção do maçon deve beneficiar da Força.

Não é de força física que aqui se trata. Ao mencionar esta característica de que devem estar dotados os maçons e o comportamento e as obras destes, quer-se, em primeiro lugar, fazer referência à Força de Carácter que deve ser apanágio do maçon. Força de carácter para seguir o, por vezes estreito e acidentado, caminho da virtude.

Em segundo lugar, Força de Vontade. Força de vontade para combater o vício, isto é, para combater e anular, se possível, os defeitos que, infelizmente, todos nós temos.

Mas a Força não respeita apenas às características intrínsecas do Homem, refere-se igualmente às das suas obras.

E, neste plano, a Força de que aqui se fala respeita à Eficácia das acções humanas. Pode agir-se com muita boa vontade, mas se a nossa actuação for estéril, se a nada conduzir, se do nosso acto nada nascer, nada frutificar, nada mudar, nenhum efeito se obtiver, então mais valia ter estado quieto e poupado o esforço absolutamente inútil... Quando nada de útil se pode fazer, então manda o bom senso (a Sabedoria de que ontem falava...) que nada se faça. O Homem deve agir, deve actuar, mas deve fazê-lo com eficácia, de forma a que dos seus actos resultem efeitos, especialmente os efeitos pretendidos, que devem melhorar o que existia antes de se actuar.

Também no plano das características de que devem estar dotadas as obras humanas, a Força é sinónimo de Durabilidade. Pouca utilidade tem a construção que se desmorona ao mais leve sopro de vento ou que, ao jeito de construção na areia, é destruída logo que a maré sobe... Neste sentido, o Homem prudente procura que aquilo que constrói seja durável, que seja utilizável com proveito enquanto seja útil. E com isto, tanto nos podemos estar a referir à construção de um edifício ou de uma ponte, como à edificação da relação que partilhamos com a nossa companheira de vida ou àquela que temos com os nossos filhos, ou ainda aos laços de amizade que tecemos ao longo de nossas vidas.

A obra humana, seja física, seja relacional, deve, à imagem do seu autor, estar dotada de Força, isto é, deve corresponder ao que se pretende dela (eficácia) por todo o tempo que se destinar a durar (durabilidade), no limite para toda a nossa vida e, se possível, para além dela.

Para os maçons, é importante, mas não basta, que os seus actos estejam dotados de Sabedoria; é imperioso que tenham também a Força que os faça valer a pena.

É assim que a Força é outra coluna de suporte do Templo que interiormente cada um de nós deve edificar.

Rui Bandeira

23 outubro 2006

Sabedoria


Não é Conhecimento. Há, por esse mundo fora, muito analfabeto mais sabedor que muito doutor.

Não é também Cultura. Há por aí muito intelectual superculto que, apesar da pose, destila muita erudição, mas demonstra muito pouca sabedoria.

Não é ainda Inteligência. Há à nossa volta muito bem dotado de células cinzentas que esbanja as suas capacidades com uma ingenuidade arrepiante.

Sabedoria é um pouco de tudo isso, com um nada de aquilo e um pó de aqueloutro, para ser muito mais do que tudo isso.

Sabedoria é a capacidade de fazer o que se deve, quando se deve. A virtude de tomar a decisão certa, na hora adequada, para a situação asada.

Sabedoria é intuir quando é hora de aguardar e quando é o momento de agir.

Sabedoria é sentir quando se deve elogiar e quando se impõe criticar.

Sabedoria é concordar com naturalidade e discordar com elegância.

Sabedoria é prudência corajosa temperada com arrojo medido, misturada com acerto racional envolvido em intuição educada.

O objectivo do maçon é pautar todos os seus actos, dotar todas as suas obras, da virtude da Sabedoria. É um equilíbrio difícil de atingir, para o timorato e para o arrojado, para o novo e para o velho, para o intelectual e para o prático.

Para conseguirmos dotar as nossas decisões de Sabedoria, temos de estar constantemente alerta e no uso de todas as nossas capacidades. Em cada momento é mister temperarmos o nosso impulso com a razão, mas não abafando a nossa intuição, antes completando-a com o resultado de nossa análise.

Agir com Sabedoria não é ganhar sempre; é, por vezes, saber perder, porque a nossa derrota é menos prejudicial do que a vitória sobre outrem; é entender que é preciso conceder a vitória a outrem hoje para vencer amanhã.

Actuar de modo sabedor é lograr atingir, em cada situação, o maior Bem possível, causando o menor Mal que se puder.

Procurar praticar a Sabedoria é uma tarefa de hoje, sempre e durante toda a vida.

Não se é sabedor. Procura-se conseguir agir sabiamente em cada instante.

É uma tarefa de vida. Mas quando se consegue executá-la com êxito, vislumbra-se uma poalha do brilho da Divina Perfeição.

Só procurando utilizar todas as nossas capacidades e todo o nosso esforço no sentido de agir com Sabedoria somos dignos da nossa Humanidade.

Eis porque a Sabedoria é uma das colunas de suporte do nosso Templo Interior!

Rui Bandeira

20 outubro 2006

Do Zénite ao Nadir


O local onde os maçons se reúnem é por estes designado de Templo.

Embora tal não seja absolutamente necessário, por regra esse local está profusamente recheado (decorado, dizem os maçons) de objectos e referências que constituem símbolos. A observação desses símbolos, a atribuição do seu significado e a elaboração sobre o mesmo é uma permanente tarefa do maçon.
O Templo físico, o local de reunião é, no entanto, muito mais do que apenas isso.
Como em quase tudo em Maçonaria, o que é aparente esconde um outro significado, que por sua vez pode revelar um terceiro.
Assim, o Templo físico é simultaneamente o local de reunião, apenas entre maçons, mas também simboliza todo o Universo. Por isso dizem os maçons que as suas dimensões vão do Ocidente ao Oriente e do Zénite (o ponto mais alto das alturas) ao Nadir (o ponto mais profundo das profundezas). Simboliza assim todo o Espaço, afinal o local onde existe e vive e trabalha e produz e evolui toda a Humanidade em geral e o maçon em particular. Tal como o maçon deve ter uma impoluta conduta dentro do Templo / local de reunião , deve mantê-la em qualquer local onde se encontre, pois, onde quer que esteja, está em local que é produto da Criação, ou seja, onde quer que o maçon se encontre, está dentro do Templo Universal criado pelo Grande Arquitecto do Universo.
Mas ainda um terceiro significado simbólico existe no Templo: este é o local físico de reunião dos maçons, simboliza todo o Universo, mas também - e principalmente - simboliza o que o maçon permanentemente deve construir: o seu próprio Templo Interior, local apto a condignamente albergar a partícula de Divindade que, se lograr descobrir a Luz, verá brilhar dentro de si.
Esse templo interior deve ser construido com base nas três colunas da maçonaria: a Sabedoria, a Força e a Beleza, pilares de sustentação do mesmo.
Por isso, nos Templos maçónicos estão, além do mais, presentes três colunas, a cada uma se atribuindo um desses significados (ver imagem).
Rui Bandeira

19 outubro 2006

Regresso à Malaposta

Volto à Malaposta para Vos re-desafiar a ir até lá ver a exposição dos belos trabalhos dos Funcionários-Artistas, que com grande entusiasmo pela oportunidade, apresentam os seus trabalhos.
E na maioria das obras é evidente a sensibilidade e a capacidade criadora dos seus autores.


"Magic Flute" de Zycu e Tapeçaria da colecção particular da autora, Helena Leitão

"My Sun" - Acrílico sobre tela de Deedee

Trago-vos 3 belos exemplos dos trabalhos expostos.

A não perder.

Além de tudo o mais é de borla, grátis, gratuito... daqueles que mesmo que queiram pagar, não conseguem !

JPSetúbal

E que tal uma "suecada maçónica"?


Pois é, meus caros, já podem jogar ás cartas com cartas de jogar decoradas com a representação daquele lugar que vai do Ocidente ao Oriente e do Zénite ao Nadir.
Cada baralho de cartas custa seis euros, mais portes de envio.
Descobri esta oferta no sítio da loja na Rede Masonic Art que, apesar da sua designação em inglês, é uma empresa alemã.
O sítio pode ser consultado em alemão, inglês e francês e é exclusivamente dedicado à venda de mercadorias relacionadas com a Maçonaria e organizações para macónicas (Rosa-Cruzes, Cavaleiros Templários), incluindo uma organização para-maçónica alemã que esteve em voga aquando da febre do Código da Vinci: os Illuminati.
O sítio apresenta uma vasta panóplia de objectos de alguma forma decorados com motivos relacionados com a Maçonaria e a para-maçonaria.
Mas eu cá gostei foi dos baralhos de cartas: pelo menos, aumenta-se as hipóteses de não haver discussões por causa do jogo... Afinal, quem vai ousar perder a calma à sombra do templo?
Rui Bandeira

18 outubro 2006

Vídeo de promoção da Maçonaria

A Maçonaria americana é realmente outra coisa!

O vídeo que podem ver abaixo é um eficaz aproveitamento das virtualidades da tecnologia do som e imagem.

Numa sociedade em que tudo se anuncia, tudo se divulga, porque não divulgar a Maçonaria?

É um vídeo longo e em inglês, mas vale a pena vê-lo!

Rui Bandeira

17 outubro 2006

Portal maçónico


Já com mais de um milhão de visitas, o Portal Maçónico é um local de divulgação e porta de entrada para um significativo número de páginas na Rede que se reclamam do ideário ou de temática maçónica.
Criado por iniciativa particular, este Portal não efectua qualquer discriminação entre organizações, seja em termos de regularidade ou irregularidade, seja em termos de antiguidade ou de origem. Creio ser esta uma postura correcta de independência e equidistância.
O Portal referencia, assim, quer o GOL, quer a GLLP/GLRP, quer as suas dissidências GLRP ou GLNP. Referencia organizações que se reclamam de mçaónicas, masculinas, femininas e mistas. Referencia organizações que se reclamam de maçónicas situadas um pouco por todo o Mundo.
Tem o que me parece ser o mais completo directório em língua portuguesa de organizações ligadas ou que se reclamam da maçonaria, organizado por estricta ordem alfabética. Só para se ter a noção, estão referenciadas 172 Grandes Lojas de todo o Mundo, entre as quais, naturalmente, a GLLP/GLRP. Na categoria Lojas, estão referenciados sítios de 81 Lojas, entre as quais o da RL Mestre Affonso Domingues.
Também o A Partir Pedra está referenciado neste portal, nas categorias Esoterismo e Boletins on line, à míngua da existência de uma categoria específica para blogues. Uma melhoria a fazer...
Aspecto negativo é a permeabilidade a inscrições abusivas de menções de cariz publicitário, situação merecedora de correcção num aperfeiçoamento técnico a fazer ao Portal.
Para além do directório, o Portal tem uma secção de Artigos e Pranchas, um Forum Maçónico, uma secção de postais virtuais, um Livro de Visitas e capítulos em que procura informar o que é a Maçonaria, as suas origens, a sua organização, símbolos, landmarks, graus do Rito Escocês Antigo e Aceite, etc.. Realmente muita informação, acessível a qualquer visitante.
O Portal Maçónico é, sem dúvida, um local valioso para consultar elementos relativos à maçonaria.
Rui Bandeira

13 outubro 2006

O "Bancário Padeiro" ou o "Padeiro Bancário" ?

Queridos visitantes-leitores interessados nas nossas notícias.
Hoje recebi por "mail" uma carta curiosa, bem escrita e com um conteúdo que sendo óbvio para a maioria, passa ao lado das preocupações de quase todos nós.
O texto foi dirigido, segundo consta, ao BES, mas podem fazer cópias e enviar a todos os bancos porque acertam sem dúvida. Se não fôr no padeiro será no merceeiro. Vale o mesmo !
Farei a transcrição tal qual e depois, se tiverem encontrado alguma surpresa, não arrepelem os cabelos (se forem carecas é uma preocupação a menos ...), nem tratem mal o cão que, coitado, não é banqueiro.

CARTA ABERTA AO BES
Exmos Senhores Administradores do BES
Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia. > Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.
Que tal?
Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco. Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.
Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.> Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar. > Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta".
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos.
Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro". Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1 EUR .
Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".
A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".
Mas, os senhores são insaciáveis.> A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.> Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma? Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais.
Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.

E agora... não fiquem com o fim de semana estragado !

JPSetúbal

Livraria Maçónica na Rede


A Télélivre é uma livraria belga que utiliza a Rede para efectuar vendas dos seus produtos - livros. Até aqui nada de novo, para quem se habituou a digitar www.amazon.com e aceder ao maior supermercado virtual de livros.
A novidade é que a Télélivre criou uma Livraria Virtual Maçónica, que autonomizou em sítio próprio, a La Cale Sèche (nome curioso; traduzido, quer dizer "A Doca Seca"), cujo logotipo aqui se reproduz.
Para quem utilizar confortavelmente a língua francesa (mas não só; encontrei referência a um livro em castelhano, por exemplo), este sítio é um local cómodo para pesquisar e encomendar livros sobre a temática maçónica, exclusiva aqui.
Presentemente, estão referenciados 1.350 títulos, com a vantagem adicional de o sítio os ter agrupado em vários sub-temas, facilitando a pesquisa do que nos interesse. Clicando, na parte superior esquerda do sítio, em "Livres (1350)", abre-se uma página que apresenta diversas categorias. Por exemplo, Esoterismo (17 livros), Ensaisos (54), Religiões (25) ou, simplesmente, Maçonaria (1212 livros; aqui a ajuda não é muito grande...).
Um sítio para ter referenciado, para quando se quiser procurar um livro de temática maçónica.
Rui Bandeira

12 outubro 2006

César Romero na Escudero - Galeria de Artes e Letras


César Romero nasceu em Feira de Santana, Baía, no ano de 1950. Autodidacta, iniciou-se em artes plásticas no ano de 1967. Vive em Salvador desde 1966.

Participou em várias exposições internacionais a convite ou através de Salões: Washington, Hannover, Colónia, Berlim, Barcelona, Madrid, Bilbao, Lisboa, Caynne, Fort-de-France, Santiago, Buenos Aires, Paris, Granada e Marsailhes.

Possui trabalhos em vinte e oito museus brasileiros.

Realizou cartazes e marcas para empresas e eventos nacionais e internacionais, projectos visuais para capas de discos e livros, estampas para tecidos de várias etiquetas, ilustrações para contos, livros, novelas, poemas e jornais.

Teve trabalhos seus integrados em projectos de decorações e cenários para vinte novelas e alguns programas especiais da Rede Globo de Televisão.


Desde ontem, e até 31 de Outubro, entre as 15 e as 20 horas, todos os dias excepto Domingo, uma exposição comemorativa dos seus 40 anos de actividade artística (mais ou menos, já que só em 2007 perfará esse tempo...), intitulada "BRamante" está aberta ao público na nossa galeria de arte preferida, a Escudero - Galeria de Artes e Letras, na Avenida Maria Helena Vieira da Silva, n.º 37 - B, Quinta do Lambert, em Lisboa.

A imagem acima reproduz uma das obras expostas e espero que sirva de motivação para uma visita à exposição.

Rui Bandeira

11 outubro 2006

Primavera no Outono

Como muitos dos urbanos dos tempos actuais, o meu primeiro contacto diário com as notícias do dia ocorre através do rádio do automóvel, durante o percurso matinal casa-escola da criança-trabalho. Muitas vezes, é um hábito que me deixa um sabor amargo, pois vou ouvindo má notícia atrás de má notícia, num deprimente encadeado das feridas que a Humanidade se vai inflingindo pelo globo fora.
Mas hoje foi a excepção que confirma a regra! De uma assentada, uma sucessão de boas notícias carregou-me as baterias do moral para o dia todo, espero.
I - Assinatura do protocolo MIT - Universidades e Politécnicos portugueses
Para além da boa notícia em si, a estação de rádio passou declarações do Ministro da Ciência e do Ensino Superior, centradas exclusivamente na exposição das possibilidades de evolução, melhoria e qualificação das instituições de Ensino Superior portuguesas, e de dois responsáveis de Escolas Superiores, expondo os projectos que iam desenvolver nas suas escolas, os objectivos fixados e a melhoria qualitativa procurada. Ou seja, nem um, nem outros, se puseram em bicos de pés, ninguém se pôs com lamúrias, todos mostraram a sua confiança na capacidade para evoluir, a saudável e realista humildade de reconhecer o benefício da cooperação com um dos expoentes do avanço científico e tecnológico no planeta. Discursos optimistas, mas realçando que o Futuro se ganha com Dedicação, Trabalho e Competência.
1 a 0!
II - Empresa de consultoria divulga estudo de reestruturação da PSP, em que propõe a redução do número de Comandos para metade.
Um jornalista da estação de rádio anuncia que vai passar o comentário de um responsável da Associação Sindical dos Oficiais da Polícia. Encolho-me todo no carro! Lá vem a cassette sindicalista do costume... Receio infundado: sim senhor, todos reconhecem que é necessária uma reorganização da PSP, no quadro da reorganização das Forças de Segurança, ainda não conhecem o projecto em concreto, mas, logo que a ele tenham acesso vão estudá-lo e colaborar com os responsáveis políticos, no sentido de ser encontrada e fixada a melhor organização estrutural da PSP, que possa corresponder às necessidades das populações que a PSP serve, aos interesses da PSP e expectativas dos seus elementos. Mais uma vez sem lamúrias e com uma postura de realismo, interesse e cooperação. Olho para o painel do rádio: a estação emissora é portuguesa, as palavras foram ditas em português.
2 a 0!
III - Escola António Sérgio no Cacém integra alunos de 18 nacionalidades
Diz o jornalista que a escola é exemplar na integração de estudantes de todas as proveniências. Presentemente, tem alunos de 18 nacionalidades. Todos falam portugês. Entrevistam alguns, vários africanos dos PALOP, um chinês, um romeno, uma ucraniana. Reconhecem-se diferenças nos sotaques, mas... todos falam português escorreito. A jornalista pergunta à estudante ucraniana como aprendeu a falar tão bem português. Resposta: "com a ajuda dos professores e dos colegas". Simples... A jornalista entrevista uma professora, que refere ser a integração de alunos de todas as proveniências uma das prioridades da escola, que se faz essa integração evitando encapsulamentos de grupos da mesma origem, distribuindo os alunos das diferentes origens pelas turmas, que o sucesso da integração permite que todos se enriqueçam, através do contacto com as diversas experiências, usos e tradições, e realça os bons resultados escolares conseguidos. Outra vez sem lamúrias, todos orgulhosos do trabalho que vão fazendo.
3 a 0!
Há dias assim! Nem parecia que estava em Portugal. Ou melhor, afinal, a pouco e pouco, talvez Portugal se vá, finalmente, convencendo que não é a lamúria, a estreiteza de espírito, a mesquinhez, o medo e a inércia que resolvem os nossos problemas: são o Trabalho, a Visão, a Cooperação, a Disciplina e a Grandeza de Espírito que nos levarão aonde queremos!
Talvez três andorinhas não cheguem para fazer uma Primavera. Mas estas três notícias positivas, todas seguidas num noticiário radiofónico, deram-me um libertador e perfumado ar de Primavera neste Outono.
E, afinal, 3 a0 já dá para ir à fase final e discutir o título. Viu-se ontem...
Um bem disposto e optimista abraço do
Rui Bandeira

10 outubro 2006

A MALAPOSTA

À entrada de Odivelas, quem entra pelo lado do Carriche ou da Póvoa Sto. Adrião, díficilmente deixa de reparar na Malaposta, agora Teatro (ou melhor, Casa de Cultura de todas as artes), antes local de recolha das Mala-Postas, das mudas de cavalos, rápidas porque a carga da carruagem não podia esperar ou mais sossegadas porque os ocupantes, cansados de jornada longa, resolviam ali descansar, comendo e muitas vezes pernoitando, aproveitando alguma companhia garrida que por ali estivesse disponivel.

É um belo espaço, orgulho dos "Odivelenses", no qual muita história (e muitas estórias) se mostra, e se conta, e se dança, e se canta...
Em exposição que estará disponível a partir do próximo dia 17, serão os próprios funcionários e colaboradores da casa a mostrarem as Suas habilidades, eles também artistas de corpo inteiro, e pelo que se verá, artistas de grande mérito, aos quais só falta mesmo o reconhecimento do público ou talvez melhor, o conhecimento do público.
Em boa verdade não se pode reconhecer (avaliar) o que não é conhecido !
Pois a partir de 17 p.f. (15 horas) venham até Odivelas, à Malaposta, ver uma exposição diferente, porque constituida pelos trabalhos dos que, habitualmente, só trabalham nos bastidores.

MALAPOSTA

A voz dos artistas toma o lugar na viagem que o destino lhe comete.

Viaja, essa voz, através da voz das actrizes e dos actores,
ou das telas pintadas
ou através das melodias cantadas
e dos palcos pisados ao sabor da palavra e da literatura
ou ao sabor do voo dos corpos
dançantes.

Num edifício feito de três casas unidas por um delta
morou desde sempre a alma
de quem entrega a mensagem. De quem sabe fazer
chegar a carta onde mora o sonho e a vertigem da vida.

Esqueceremos o tempo em que foi de morte o cheiro destas pedras
que pisamos. Destes palcos que admiramos e pisamos. E
destas cadeiras onde nos sentamos. A alma do holocausto dos
animais perdoará a fraqueza do homem não artista.

Lembraremos para todo o sempre o longínquo passado das
Mala-Postas correndo pelas estradas dos campos,
entre as árvores, levando de terra em terra, de cidade
em cidade, a mensagem que tem de ser lavada e entregue.

E lembraremos o presente erigido pelos amantes da arte.
Pelos artistas que servem a arte apenas porque por ela
apaixonados desde o berço.

O futuro da Malaposta (sem hífen, agora) é o sorriso das estrelas e a
harmonia de cada coração. É D. Dinis a entrar pelos portões
e a perguntar onde fica o auditório onde irá fazer o seu recital
de cantigas de amor e de amigo.

O futuro deste edifício de três casas unidas por um delta
assenta nos poetas
e nos músicos. Nos bailarinos e nos pintores. Naqueles que
esculpem a pedra e em todas as actrizes e actores
que pisam os palcos
para levarem a mensagem ao público
como antigamente o correio-mor levava as cartas dos amantes e
dos sonhadores.

A voz de um artista é a voz do coração da sua arte.
E a junção de todas as artes dá forma e substância
ao grande coração da vida: onde cantam as vozes sublimes
de cada modo de ser artista e arte.

As Mala-Postas de outros tempos são a herança antiga
que queremos receber,
a memória que gostamos de contar.

A Malaposta dos nossos dias,
dias de todas as artes dentro de uma casa com arte,
é a memória, como herança, que queremos deixar ao futuro.

MÁRIO MÁXIMO

Por antecipação aqui Vos deixo um "cheirinho" do que encontrarão os que forem até à Malaposta a partir de dia 17.

JPSetúbal

Um olhar para a "concorrência"


Aqui no A Partir Pedra procuramos estar atentos a tudo o que se relacione com a Maçonaria.
E obviamente que vamos estando atentos à "concorrência".
Também com assento no blogspot.com, mas oriundo do Brasil, é interessante ir dando uma olhada no Blog do Maçom.
Não tem tanta frequência de actualização como o nosso A Partir Pedra ( na altura em que escrevo, o seu último texto é de 28 de Setembro, o anterior de 17 de Setembro e o anterior a este de 8 do mesmo mês), mas trata-se de um blogue de evidente interesse, tanto mais que permite fazer o contraponto sobre como se vê esta coisa de um blogue sobre temas maçónicos em ambos os lados do Atlântico.
Tem textos deliciosos de humor (o do churrasco do ponto de vista feminino eu já conhecia; a "carta de um profano a outro" é de gargalhadas) e textos que procuram tratar com seriedade temas que são caros aos maçons.
Para aguçar a curiosidade, eis os títulos dos últimos textos:

"O que é um Churrasco ?"
"Um Poema de Chaplin"
"Carta de um Profano a Outro"
"O Palácio e o Templo"
"A Marca que Deixamos nas Pessoas"
"Carta de um Maçom a seu Filho"
"Prece de um Maçom"
"E Afinal o que é Ser Maçom"
"A Sabedoria do Fogo"
"As Sete Lágrimas de um Maçom"
Este blogue merece indubitavelmenyte a nossa atenção e, atento o ritmo de actualização, uma espreitadela uma ou duas vezes por mês.
Rui Bandeira

09 outubro 2006

Maçonaria e Religião - 2

Reforçando o Post do Rui Bandeira aqui fica a transcrição do que está escrito na Pagina da Grande Loja Unida de Inglaterra, tida como o referencial máximo da Maçonaria Regular Mundial.


Freemasonry: Your Questions Answered
Q
Aren't you a religion or a rival to religion?
A
Emphatically not. Freemasonry requires a belief in God and its principles are common to many of the world's great religions. Freemasonry does not try to replace religion or substitute for it. Every candidate is exhorted to practise his religion and to regard its holy book as the unerring standard of truth. Freemasonry does not instruct its members in what their religious beliefs should be, nor does it offer sacrements. Freemasonry deals in relations between men; religion deals in a man's relationship with his God.

Q
Why do you call it the VSL and not the Bible?
A
To the majority of Freemasons the Volume of the sacred Law is the Bible. There are many in Freemasonry, however, who are not Christian and to them the Bible is not their sacred book and they will make their promises on the book which is regarded as sacred to their religion. The Bible will always be present in an English lodge but as the organisation welcomes men of many different faiths, it is called the Volume of the Sacred Law. Thus, when the Volume of the Sacred Law is referred to in ceremonies, to a non-Christian it will be the holy book of his religion and to a Christian it will be the Bible.

Q
Why do you call God the Great Architect?
A
Freemasonry embraces all men who believe in God. Its membership includes Christians, Jews, Hindus, Sikhs, Muslims, Parsees and others. The use of descriptions such as the Great Architect prevents disharmony. The Great Architect is not a specific Masonic god or an attempt to combine all gods into one. Thus, men of differing religions pray together without offense being given to any of them.

Q
Why don't some churches like Freemasonry?
A
There are elements within certain churches who misunderstand Freemasonry and confuse secular rituals with religious liturgy. Although the Methodist Conference and the General Synod of the Anglican Church have occasionally criticised Freemasonry, in both Churches there are many Masons and indeed others who are dismayed that the Churches should attack Freemasonry, an organisation which has always encouraged its members to be active in their own religion.

Q
Why will Freemasonry not accept Roman Catholics as members?
A
It does. The prime qualification for admission into Freemasonry has always been a belief in God. How that belief is expressed is entirely up to the individual. Four Grand Masters of English Freemasonry have been Roman Catholics. There are many Roman Catholic Freemasons.



Queiram desculpar por ser em Inglês, mas o nosso Governo tem como plano por todos a falar inglês e por isso aqui fica a minha modesta contribuição.
JoseSR