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08 junho 2006

Fantasmas do «666» regressam a 6 de Junho

Caríssimo Rui, a Tua referência ao “nacionalismo” trouxe-me à ideia o dia de ontem !
É que, acaso dos acasos (ou coincidência das coincidências), ontem conforme estava anunciado pelo calendário há tantos anos quantos ele mesmo (calendário) tem, foi a coincidência dos “6”.

A conotação esotérica deste número 666 é velha e tem sido explorada, estudada, desenvolvida por matemáticos, teólogos, adivinhos e supersticiosos avulsos a partir do Apocalipse, apóstolo João no Novo Testamento, que diz que «é o momento de ter discernimento: aquele que tem a inteligência, que interpreta o número do Animal, porque é o número do homem: o seu número é o 666».
É o número da “besta, do Anti-Cristo, do animal...” e esse número apareceu no nosso calendário ontem.

Ora bem, esta anotação vem do facto de as coincidências não se ficarem por aqui.
Para quem viu a reportagem da RTP1, após o noticiário da noite, e quem viu, leu ou ouviu as várias notícias que foram emitidas sobre os nazis portugueses (Machado, Pinto Coelho e companhias) ficou com uma certeza, ontem foi o “666”, o dia da “BESTA”.
Segundo algumas interpretações o Apocalipse representa a luta eterna entre o Bem e o Mal, e aquilo a que se assistiu ontem foi a propaganda do Mal contra o Bem, passando pelos meios de maior audiência e em hora nobilíssima.

Claro que a oportunidade foi muito bem aproveitada e considero deliciosa a ideia dos nazis portugueses se juntarem às manifestações dos polícias, devidamente enquadrados pelos excelentes “dirigentes associativos” que aceitam como chefes, e que depois dos Sindicatos disparatada e demagògicamente autorizados pelo poder político, tencionam agora exigir o direito à greve, que é òbviamente, o passo seguinte da anarquia que vem a caminho, na sombra de um nacionalismo bacôco, velho e revelho, com cheiro a bafio (ou será naftalina ?)

Como se sabe, num regime nazi, a primeira bola a sair do saco seriam os Polícias organizados em sindicatos com o respectivo direito à greve... Como diz o outro, “é já a seguir...”

Isto passa-se num país europeu, cujo Chefe de Governo e 1º Ministro anunciou ter finalmente entrado no grupo dos países desenvolvidos (já em 1994/95), vamos a ver se com a total impunidade com que sempre se têm encarado estas manifestações do “Povo Sereno...” de sãos e pacíficos princípios, desde as claques do futebol aos festivais de música “nacionalista”.

Recordam-se do “arrastão” ? Estava fora do País quando aconteceu, reagi com a maior incredulidade quando me contaram, discuti com um enorme Amigo meu sobre o assunto defendendo aquilo que era evidente, não era possível os acontecimentos terem ocorrido como me estavam a contar e como alguma comunicação social relatava.
Foi fácil perceber todo o arrastão quando me confrontei com o anúncio de uma manifestação nazi, marcada para o Sábado seguinte.
Foi preciso fabricar uma boa justificação para que a tal “manif” tivesse razão de ser... e uma boa quantidade de portugueses acreditou no teatro de Carcavelos.

Meu caro Rui, certamente que o desenrascanso dos portugueses tem servido para safar os buracos em que Portugal sempre andou metido nos seus orgulhosos 800 anos de história.
Quero também acreditar que a imaginação dos portugueses “livres e de bons costumes” ainda não se esgotou, mas que convém ter um olho na burra e outro no carroceiro, lá isso convém, não vá a “besta” tecê-las... é que, pelo menos nestes dias, podem aparecer bruxas e quem as queira caçar !

E agora até as “cautelas e os caldos de galinha” podem fazer mal... Nunca se sabe se os galináceos estão engripados !

(Embora este escrito apareça com data de dia 8, tudo foi feito como se de dia 7 se tratasse. O "diabo" do relógio é que estava feito com a data e andou muito mais depressa... portanto considerem que o "ontem" foi dia 6 e não dia 7 como parece).

J.P.Setúbal