22 julho 2010

A nota de um dólar dos Estados Unidos e as teorias da conspiração (II)

No verso da nota de um dólar dos Estados Unidos figuram duas imagens, uma com uma pirâmide inacabada e o "olho que tudo vê" e a outra com a "águia americana". Particularmente a primeira das duas imagens é apontada pelos teóricos da conspiração como a demonstração da cabala maçónica, que logrou introduzir dois dos seus símbolos na nota de dólar - sem que se perceba bem o que é que se ganharia com isso (mas isso nunca fez hesitar um teórico da conspiração que se preze...).

Pois bem: estas duas imagens foram introduzidas, em 1935, na presidência de Franklin D. Roosevelt, pela simples, evidente e clara razão de que... são o verso e o reverso do Grande Selo dos Estados Unidos!

Ah! - gritam triunfantemente os teóricos da conspiração -, então a conspiração maçónica vem de trás e é muito mais grave. Conseguiram colocar símbolos maçónicos no símbolo por excelência da República americana!

Não é minha preocupação vir agora com os factos perturbar as teorias com que se entretêm aqueles senhores mas... os factos são os que seguidamente apresento.

O Grande Selo dos Estados Unidos é usado para autenticar documentos emitidos pelo Governo Federal dos EUA. Esta designação aplica-se não só ao artefacto físico utilizado para essa autenticação, como para designar as imagens que constam do seu verso e reverso. Foi publicamente usado pela primeira vez em 1782.

No verso, está o brasão de armas americano (a águia segurando 13 flechas - figurando os 13 Estados originais da União - e um ramo de oliveira com 13 folhas e 13 azeitonas - de novo em representação dos 13 Estados originais -, a divisa E pluribus unum (com 13 letras), que significa "De Muitos, Um" - também utilizada por um popular clube desportivo português, ó teóricos da conspiração! Aproveitai para elaborar mais uma teoriazinha... -, no peito da águia um escudo com 13 - de novo - faixas verticais e sobre a sua cabeça uma glória com 13 - sempre! - estrelas).

O reverso tem a pirâmide (de 13 degraus, de novo simbolizando os 13 Estados originais) inacabada, encimada pelo "olho que tudo vê". tendo inscrita na sua base, em carateres romanos, a data 1776 (data da Independência dos EUA) e as inscrições Annuit Coeptis (13 letras...), que significa "Ele Aprova O Nosso Empreendimento" e Novus ordo seclorum, "Nova Ordem Dos Séculos".

O simbolismo do Grande Selo dos Estados Unidos é, assim, dominado, pelo número 13 (que nenhum significado particular tem em Maçonaria), em referência, repetida, às 13 colónias que declararam a Independência. A própria pirâmide inacabada tem 13 degraus e é inacabada porque os 13 Estados originais estavam abertos a que outros se lhes juntassem.

O "olho que tudo vê", também designado por "Olho da Providência" é uma evidente representação de Deus, como sem dúvida alguma resulta da legenda que o rodeia (Ele - Deus, obviamente - aprova o nosso empreendimento - de declarar a independência).

Note-se que o "olho que tudo vê" está inserido no interior de um triângulo, representação cristã do símbolo, em alusão à Santíssima Trindade. Esta representação cristã simbolizando o Criador está presente, por exemplo, na catedral de Aachen, na Alemanha, a mais antiga catedral do norte da Europa, cuja construção se iniciou por volta de 790, no reinado de Carlos Magno, que nela está sepultado - muito antes de haver Maçonaria...

O simbolismo do verso do selo foi oficialmente apresentado por Charles Thomson perante o Congresso dos Estados Unidos, aquando da apresentação do projeto final do Grande Selo para aprovação por aquele órgão do Poder Legislativo americano (no século XVIII, note-se...), da seguinte forma (tradução livre minha):

A pirâmide significa Força e Perenidade. O Olho sobre ela e a divisa aludem aos muitos sinais da Providência em favor da causa americana. A data na parte de baixo é a da Declaração da Independência e as palavras por baixo significam o princípio da Nova Era Americana, que se iniciou naquela data.

Factos são factos. Calculo que, por muito perturbadores que sejam para as teorias dos teóricos da conspiração, não será por isso que as vão abandonar e vão deixar de insistir que os símbolos da nota de um dólar e do Grande Selo dos Estados Unidos são maçónicos, porque os maçons (melhor dizendo: os maçons de um determinado rito, nem sequer presente nos Estados Unidos), dizem eles - e, se o dizem, passa, segundo eles, a ser verdade... - também usam uma pirâmide como símbolo (e a questão de a pirâmide do selo ter 13 degraus, como os Estados originais e ser inacabada, em alusão à aceitação de mais Estados que se juntassem à União - e agora são cinquenta... - é um mero detalhe que não impede a insistência na tese da cabala maçónica...) e o "olho que tudo vê " é, só pode ser, e "toda a gente" o reconhece como símbolo maçónico, apesar de ser uma secular representação do Criador (desde o tempo dos egípcios, então sob a forma do "olho de Hórus"), especificamente cristã quando inserido num triângulo (simbolizando a Santíssima Trindade) e mostrar-se presente, por exemplo, numa antiquíssima Catedral, construída quando não havia Maçonaria.

Mas factos são factos. E, para que não restem dúvidas (senão as "certezas" dos teóricos da conspiração), ainda dedicarei um terceiro texto ao processo de criação do Grande Selo dos Estados Unidos. Assim se verá se este processo foi público e transparente ou encoberto e conspirativo, como juram os ditos teóricos...

As informações do texto de hoje foram recolhidas nos seguintes artigos da Wikipedia:

Great Seal of the United States
Annuit coeptis
Olho da Providência
Catedral de Aachen

Tudo locais de muito difícil acesso e de evidente controlo maçónico, como se vê...

Rui Bandeira

16 comentários:

Diogo disse...

Caro Rui, a pirâmide com o olho que tudo vê é um símbolo maçónico. Poucos cristãos ou muçulmanos o reconheceriam como um símbolo de Deus. Mostre-o a pessoas suas conhecidas, não maçons, e verá que eles não sabem o que significa.

Quanto ao Grande Selo dos Estados Unidos, dos dezasseis signatários da Constituição norte-americana, nove deles, Benjamin Franklin, William Ellery, John Hancock, Joseph Hewes, William Hooper, Robert Treat Paine, Richard Stockton, George Walton e William Whipple eram maçons.

Como explica tantos maçons em cargos de tanto poder?


Quanto a Aachen:

«... a Capela Palatina de Aachen (Aix-la-Chapele). Uma igreja redonda, baseada no octograma, a capela apresenta um retorno de influências do Império Oriental, que naquela época ainda florescia ao redor de Constantinopla. Todavia, igrejas contemporâneas na Inglaterra apresentam um base geométrica mais simples. A análise de muitas igrejas saxónicas de Essex demonstrou que rectângulos de raiz 3, 4, 5, 6 e mesmo 7 eram gerados para as plantas baixas por meio de um método simples de construção. As igrejas de Inworth, Streethall, Checkney, Hadstock, Little Bardfield, Fobbing, Corringham e White Roding possuem razões comprimento/largura que se aproximam da raiz 3. A proporção geométrica, incomum em tempos posteriores, era o resultado do esboço dos fossos da fundação por meio de uma corda, justamente como a prática egípcia antiga.

A orientação da lenha do centro era determinada pela observação directa do nascer do sol, no dia do padroeiro. O mestre maçon demarcava a largura pré-estabelecida da igreja ao sul da linha do centro. Um assistente caminhava então para a extremidade norte da mesma linha, arreando a corda. Depois, traçava-se um quadrado e, do quadrado, fazendo-se um rectângulo de raiz 2. A diagonal desse rectângulo era então tomada com a corda e dessa maneira se obtinha um rectângulo de raiz 3. O rectângulo da planta baixa da nave podia então ser completado, usando-se a corda para medir a igualdade das diagonais.

Esse método parece particularmente saxão, pois a igrejas normandas posteriores da área foram construídas geralmente com base no quadrado duplo, o ad quatratum. Os maçons de Carlos Magno utilizaram os métodos adoptados posteriormente pelos normandos, e esses métodos “bárbaros” foram relegados à arena da arquitectura secular. A arquitectura de Carlos Magno e as suas imitações foram revitalização consciente da corrente principal dos métodos romanos, utilizados na famosa igreja redonda de San Vitale em Ravena, na Itália. Essa estrutura microcósmica, cujo objectivo foi demonstrado aos cognoscenti por um ladrilho feito na forma de um labirinto, foi construída no século VI por maçons de Constantinopla que haviam absorvido a geometria asiática e alguns dos seus métodos de construção

Abraço

Paulo M. disse...

Caro Diogo:

A maçonaria é, não o esqueçamos, uma criação humana, e "plagiou" ou "recauchutou" uma considerável parte do seu simbolismo, quer adotando símbolos existentes e mantendo-os intactos, quer tomando símbolos e atribuindo-lhes novos significados, quer - não foi tudo copiado! - criando símbolos novos. Por isso, para sermos sucintos:
1 - O "olho que tudo vê" é um símbolo maçónico? É!
2 - O "olho que tudo vê" é um símbolo exclusivamente maçónico? Não!
3 - O "olho que tudo vê" é um símbolo originariamente maçónico? Não!
4 - O "olho que tudo vê" está na nota de dólar por ser um símbolo maçónico? Não!
Agora diga lá com quais não concorda... e, já agora, porquê.

Um abraço,
Paulo M.

Nuno Raimundo disse...

Boas...

Ajudando um pouco...

Os maçons a que o Diogo se refere ( os que datam de antes de 1717) são os chamados de "operativos", laboravam a pedra, e os "mestres" são o que hoje em dia designamos por engenheiros ou arquitectos.
Os maçons ditos operativos estavam classificados em Aprendizes e Companheiros, pelo que o chefe -de-obra, passe a epressão, era designado o "mestre".

Com o surgimento da Maçonaria dita especulativa, esta sim também labora a "pedra " e tb constroi "templos", só que não da forma literal. A "pedra" é o Homem, e o "Templo" a sua Alma.

Logo ambos os "tipos" de Maçonaria ( passe a expressão) trabalham em pedra. Uma de forma literal, a outra de forma simbólica.

O facto de existirem 9 signatários maçons na Constituição Norte-Americana não será de estranhar em virtude de a mesma ter sido assinada depois de 1717( aparecimento da Maçonaria Especulativa). Mas concerteza devem existir mais signatários católicos, presbiterianos ou outra fação qualquer do catolicismo, sem que ninguém de relevância aos restantes...
E se fossem benfiquistas ou sportinguistas, tb ninguém lhes daria nenhuma relevãncia apenas por serem o que são/eram.
Mas como existem 9 maçons, (uma parcela ínfima no total de signatários!), esses é que são sempre os "suspeitos do costume".
Sendo que, numa nação que estava a nascer e se dizia republicana e democrática, seria muito estranho apenas 9 deterem o poder e os outros os satisfazerem ...
O que não é a realidade.

abr...prof...

Rui Bandeira disse...

@ Diogo:

1. O "Olho que tudo vê", ou "Olho da Providência" é um antiquíssimo símbolo da Divindade. O olho inserido no interior de um Triângulo (o símbolo que está na nota de um dólar e no Grande Selo dos Estados Unidos) é particularmente um símbolo cristão, significando a Santíssima Trindade. Estes os factos, não estabelecidos por mim, mas coligidos de fontes independentes. E contra factos não há argumentos!
Também pode perguntar a todos os cristãos e muçulmanos que quiser qual é a fórmula resolvente. Seguramente que a maioria não lhe saberá responder. Isso não faz com que a fórmula resolvente seja maçónica...
2. Que é que os signatários da Declaração de Independência dos Estados Unidos (com 9 maçons em 56 signatários, isto é, 16 % - GRANDEMENTE RELEVANTE!!!!!!) têm a ver com o Grande Selo? Não misture alhos com bugalhos!
3. Aachen: o facto de num texto sobre a construção da Catedral de Aachen no século X, quando não havia Maçonaria, aparecer a expressão mestre maçon só quer dizer que esta expressão já existia antes de haver Maçonaria, possivelmente significando Mestre Construtor ou Mestre Pedreiro. Ou então quer apenas dizer que o texto que cita é uma má tradução do francês, língua em que "pedreiro" se diz... maçon!
Diogo, atenção: Quando ouvir dizer que a maior parte dos emigrantes portugueses em França são "maçons", isso não quer dizer que pertencem à Maçonaria, mas sim que trabalham na construção!!!

Rui Bandeira disse...

@ Diogo:

Já depois de elaborada a resposta anterior, como sou um tipo picuinhas fui conferir o atalho de onde retirou a citação e verifiquei que se trata de um texto PUBLICADO NO PORTAL MAÇONARIA.NET escrito pelo maçom brasileiro António Rocha Fadista.
Portanto, o caro Diogo quer demonstrar que na construção da Catedral de Aachen intervieram maçons da Maçonaria (e não meros construtores em pedra)... citando-me o facto de um maçom utilizar preferentemente o termo... maçon!!!!
Excelsa prova!!! Queira o Diogo fazer o favor de verificar numa enciclopédia o significado de "tautologia" e verificará que cometeu esse capital erro da Lógica...Sabe, Diogo, argumentar, discutir com o propósito de esclarecimento mútuo é algo mais do que procurar a primeira referência dispersa no Google que permita dar a aparência de contrapor um argumento ao argumento que lhe foi fornecido...
Se o Diogo se esforça para "ganhar discussões", fique já com todas as taças que quiser - dou-lhas de bom grado!
Mas, por favor, só argumente comigo com seriedade, com razoabilidade.
A única coisa que provou com a sua citação foi a sua incapacidade de aceitar factos que vão contra as suas convicções (preconceitos?), sentindo a desesperada necessidade de encontrar qualquer coisa (qualquer coisa mesmo...) que lhe permita dar uma resposta outra do que reconhecer: afinal os factos que apresenta levam-me a repensar a convicção que tinha.

Lembre-se, Diogo: os únicos que mantêm sempre a mesma opinião e teimem, teimam, teimam... são os burros!

jpa disse...

Caro Rui Bandeira;

Permita-me que o corrija.
Quando diz que quem teima, teima e teima são os burros, deve dizer são "alguns burros", pois conheço-os de 4 patas que não teimam tanto.

Diogo, a sua opinião não é única nem tão pouco Universal, e em relacção á Maçonaria está muito errada.


Bom fim de semana a todos.

Diogo disse...

Paulo M:

{1 - O "olho que tudo vê" é um símbolo maçónico? É!

2 - O "olho que tudo vê" é um símbolo exclusivamente maçónico? Não!

3 - O "olho que tudo vê" é um símbolo originariamente maçónico? Não!

4 - O "olho que tudo vê" está na nota de dólar por ser um símbolo maçónico? Não!

Agora diga lá com quais não concorda... e, já agora, porquê.}



Caro Paulo, não posso concordar com o ponto 4. Porque há muito que o "olho que tudo vê" é quase exclusivamente um símbolo maçónico (sobretudo nos EUA). Constituindo a Maçonaria uma fracção tão pequena da população americana, como é possível que um dos seus símbolos esteja nas inscrito nas notas de dólar? Só vejo uma resposta possível: os maçons têm proporcionalmente mais membros em cargos de poder, do que os não maçons.

O facto de haver 9 maçons declarados (há quem diga que eram 13) num total de 39 signatários da Constituição norte-americana, prova-o.

Abraço

Diogo disse...

Nuno Raimundo: «O facto de existirem 9 signatários maçons na Constituição Norte-Americana não será de estranhar em virtude de a mesma ter sido assinada depois de 1717 ( aparecimento da Maçonaria Especulativa). Mas concerteza devem existir mais signatários católicos, Presbiterianos ou outra facção qualquer do catolicismo, sem que ninguém dê relevância aos restantes...

Mas como existem 9 maçons, (uma parcela ínfima no total de signatários!), esses é que são sempre os "suspeitos do costume". Sendo que, numa nação que estava a nascer e se dizia republicana e democrática, seria muito estranho apenas 9 deterem o poder e os outros os satisfazerem ... O que não é a realidade.»



Caro Nuno, Havendo 9 maçons declarados (há quem diga que eram 13) num total de 39 signatários da Constituição norte-americana, há que convir que estavam desmesuradamente representados, proporcionalmente, em relação a todas as outras comunidades norte-americanas (os maçons representavam 1/4 a 1/3 do total dos signatários).

Pode ver aqui os números e percentagens dos aderentes das várias igrejas existentes nos EUA:

http://www.infoplease.com/ipa/A0001481.html

Abraço

Diogo disse...

Caro Rui,

1 - Se perguntar a 100 cristãos o que significa o "Olho que tudo vê", 99 não lhe saberão dizer. Se perguntar a 100 maçons o que significa o "Olho que tudo vê", todos lhe saberão dizer.


2 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_da_Provid%C3%AAncia

Em 1782 o Olho da Providência foi adoptado como parte do simbolismo no verso do Grande selo dos Estados Unidos da América.O Olho foi introduzido pelo comitê original do projeto em 1776, e foi desenvolvido de acordo com as sugestões do consultor artístico Pierre Eugene du Simitiere. Um dos principais motivos é sua larga adoção pela Maçonaria e, sendo maçons os legisladores estadunidenses foi o seu uso difundido. O Grande Selo é usado para endossar documentos oficiais de Estados Unidos. Como tal, é reproduzido, junto com o Olho de Providência, nas costas de cada nota de um dóllar.

O Olho que Tudo Vê também aparece como parte da iconografia da Maçonaria. O Olho que Tudo Vê é então um lembrete para os Maçons de que sempre são observados pelo Grande Arquiteto do Universo. Tipicamente o Olho Maçônico da Providência tem um semi-círculo de luz sob o olho — frequentemente com os raios incidindo para baixo. Às vezes, um triângulo é incluído ao Olho, mas isto é visto como uma referência à preferência do Maçom para o número três em numerologia. Outras variações do símbolo também podem ser achadas, com o olho sendo substituído pelas letras ‘G’, representando o Grande Arquiteto.

A primeira referência Maçônica oficial ao Olho está em O Monitoramento Maçônico por Thomas Smith Webb em 1797, alguns anos depois que o Grande Selo foi projetado. O uso Maçônico do Olho em geral não incorpora uma pirâmide, embora o triângulo seja incluído freqüentemente é interpretado como sendo parte.

Dos dezesseis signatários da Constituição norteamericana, somente nove Benjamin Franklin, William Ellery,John Hancock, Joseph Hewes, William Hooper, Robert Treat Paine, Richard Stockton, George Walton e William Whipple eram maçons.[1] O jornal do website Escocês The Scottish Rite Jounarl cita Henry A. Wallace como segue, dizendo que após ter visto o quadro do Grande Selo, levou-o ao Presidente: Roosevelt, olhou a reprodução colorida do Selo, e o primeiro detalhe a lhe chamar a atenção foi a representação do Olho que Tudo Vê - uma representação Maçônica do Grande Arquiteto do Universo. A seguir, ficou impressionado com a idéia que a fundação para a nova ordem havia sido inscrita como 1776, mas seria completada somente sob o olho do Grande Arquiteto. Roosevelt, assim como eu, era maçom do 32.º grau. Sugeriu então que o Selo fosse posto na nota de dólar.


3 – Rui, é preciso ir à Catedral de Aachen para encontrar o "Olho que tudo vê"? Um símbolo que afirma ser cristão?

Abraço

Rui Bandeira disse...

Diogo:

1. A sua citação do artigo da Wikipédia não está completa. Um pouco mais acima, consta:

"Na sua forma actual, o símbolo apareceu primeiro no oeste durante os século 17 e 18, mas representações do Olho que Tudo Vê pode ser encontrado já na Mitologia Egípcia, no Olho de Hórus. Em descrições do século XVII como o Olho da Providência algumas vezes aparece rodeado de nuvens. A adição posterior de um triângulo normalmente é visto como uma referência mais explícita da Trindade de Deus, no Cristianismo."

2. A citação refere "Dos dezesseis signatários da Constituição norteamericana, somente nove Benjamin Franklin, William Ellery,John Hancock, Joseph Hewes, William Hooper, Robert Treat Paine, Richard Stockton, George Walton e William Whipple eram maçons.[1]"

Dois erros:

a) Basta conferir a nota (1) para verificar que onde se escreveu "Constituição" deveria ter-se escrito "Declaração de Independência".

b) Os signatários desta não foram 16, foram 56 (cfr. http://en.wikipedia.org/wiki/United_States_Declaration_of_Independence#List_of_signers).

3. O Olho da Providência não está na nota de 1 dólar por ser um símbolo originariamente cristão adotado pela Maçonaria. Está por integrar o Grande Selo dos Estados Unidos.

E este foi criado e aditado ANTES de, pela primeira vez, o maçom Webb ter utilizado o símbolo. E na sequência de um processo aberto e participado, perante o Poder Legislativo americano, como claramente demonstrarei no meu próximo texto.

4. Não é preciso ir à Catedral de Aachen para ver o "Plho da Providência. Esse foi só o exemplo que utilizei para demonstrar que ese símbolo já era utilizado pelos cristãos centenas de anos antes de haver Maçonaria - que foi o argumento que ilustrei com essa referência.

Diogo, não me viu escrever que o "Olho da Providência" não é um símbolo maçónico. Viu-me escrever - e repito-o que:

1) É um símbolo originariamente cristão, adotado pela Maçonaria só a partir do final do século XVIII;

b) Aquando da sua introdução no Grande Selo dos EUA, não era e nunca tinha sido ainda utilizado como símbolo pela Maçonaria;

3) Foi introduzido no Grande Selo como símbolo CRISTÃO do Criador.

4) A teoria da conspiração quanto a esta inclusão, conhecidos os factos, é uma treta!

Mas quem sou eu para decidir aquilo em que o Diogo quer acreditar? Acredite no que quiser, homem! Se se sentir feliz e confortável com isso, força!

Cá por mim... vou de férias!!!

M

Nuno Raimundo disse...

Boas Diogo...

Eu como não estava presente na assinatura da Constituição Norte-Americana, não sei o que por lá se passou.
Mas acho e considero muito estranho, porque é que os restantes signatários se submeteriam a apenas 9 ou 13 como preferir; sendo que numa nação que estava a nascere se assumia como democrática, essa atitude seria pouco democrática.

Apesar de naquela altura ( refiro-me à especificidade da data), pertencer à Maçonaria, era tido ( e ainda é nos EUA) como de algo de "bom tom", mas apenas porque era uma fraternidade de Homens que se olhavam como Iguais e que apenas desejavam o melhor para a Humanidade, apenas isso. Como é certo, desde a criação dos Estados Norte -americanos, mais tarde E.U.A., que os Direitos do Homem sempre foram tidos em grande conta ( não vou entrer em especulações sobre a escravatura nos estados sulistas, que isso são outros "quinhentos"...), e a criação de uma nação do zero, onde a República, a Democracia, os Direitos Humanos, a Tolerância entre Religiões seria preponderante,; não pudiam apenas 9 "co0mandar" os restantes. E se os "comandavam" seria, não porque eram Maçons, mas porque eram gente culta, com visão e acima de tudo, vontade de mudar...

Tão simples como isso.

O facto de alguns signatários serem Maços, são apenas pormenores, e é quase insultuoso para essas personalidades, ficarem reduzidas a simples maçons, quando na verdade eram/foram grandes personagens nas Ciencias e na Politica.
:)

abr...prof...

Christian Thomsen disse...

Caro Diogo.

A sua "perseguição" aos maçons assossiada ao "altíssimo" conhecimento do assunto que você detém me faz pensar que você quis ser maçon e, por algum motivo, foi recusado.

E aqui vai a sugestão de um reles profano: Procure direcionar suas energias e estudos no entendimento e aceitação da maçonaria que, tenho certeza, você irá "crescer" muito.

As pessoas que aqui postam textos são CLARAMENTE bem mais preparadas e bem mais "BEM INTENSIONADAS" que a média em geral. Acho que essa "briga" você vai sempre perder.

Prezado Rui, parabéns pelo texto.

Um forte abraço a todos.

Christian Thomsen
Brasília - Brasil

Canal Daniel Simões disse...

Caro Diogo,

o senhor não vê que os maçons que argumentam com o Diogo em blogues como este, são maçons de baixo grau, que ainda não estão plenamente conscientes dos planos elaborados nos graus mais acima, nem tão pouco fazem idéia ainda da eugenia para que estão contribuindo? Maior parte deles são pessoas de bom coração, cidadãos que procuram realizar mudanças positivas em nossa sociedade: é preciso ter isto em conta!!!

Os maçons de grau mais elevado, os verdadeiramente esclarecidos quanto às verdadeiras intenções da maçonaria moderna, esses não vêm aqui defender nada, nem contra-argumentar coisa alguma. Quanto muito, podem enviar algum menssageiro mais bem informado para criar confusão com contra-informações.
É discussão inútil, então.
Quem quiser saber a verdade, é só estudar.

Por outro lado, é preciso lembrar que a maçonaria sempre foi algo de positivo desde Salomão, até à transição do século 17 para 18, quando começou a ser infiltrada pela Illuminati (tanto que os factos mencionados como conspiratórios em relação à maçonaria são posteriores a 1700).

Bem haja a todos.

Unknown disse...

"Lembre-se, Diogo: os únicos que mantêm sempre a mesma opinião e teimem, teimam, teimam... são os burros!"

"3) Foi introduzido no Grande Selo como símbolo CRISTÃO do Criador.

4) A teoria da conspiração quanto a esta inclusão, conhecidos os factos, é uma treta!

Mas quem sou eu para decidir aquilo em que o Diogo quer acreditar? Acredite no que quiser, homem! Se se sentir feliz e confortável com isso, força!

Cá por mim... vou de férias!!!"

Provavelmente ninguém irá ler este comentário, mas meu senhor comecei por ler textos sobre o que é ou dever ser um Maçon, e depois leio as suas respostas a alguém que é um leigo e que como leigo tem a ideia da maior parte das pessoas que até leram alguma coisa sobre a Maçonaria, mas que não estão no seio e não têm acesso ao "seu amplo conhecimento", que ate parece que emprestou a caneta ao Benjamin Franklin para que ele assinasse a Declaração...

Existe humildade no seio da Maçonaria ?? ou fica à porta do templo no monte onde deixam o objetivo de fácil acesso a capitais e posições de poder, como apregoam?? A mim parece me que... não.

Gostava que o ilustre me respondesse a uma pergunta.. o que e a Maçonaria? uma associação?

Rui Bandeira disse...

@ Duarte Martins:

Selecionar excertos de respostas, inseridos em diferentes comentários, descontextualizando o que se escreveu, não é uma boa forma de defebnder qualquer ponto de vista! Basta ler todo o conjunto de comentários (do Diogo, meus e de outros), para se perceber que se estabeleceu um interessante e vivo debate, em que as diverg^wencias de opiniões não beliscaram o respeito mútuo.

Aliás, a descontextualização é maior: durente mais de dois anos, o Diogo e eu mantivemos neste blogue um diálogo longo, profícuo, por vezes vivo e contundente, por vezes calmo prazenteiro. Mas sempre ambos mutuamente nos respeitando. Não exagerarei, mesmo, se lhe disser que, se porventura é possível gerarem-se "amizades virtuais", não tenho rebuço nenhum em declarar o Diogo como meu amigo virtual. É que, sabe, Duarte, o bicho-homeem tem a recomendável caraterística de respeitar e criar empatia com quem se confronta (mesmo, e principalmente, no plano das ideias), quando o confronto é leal.

O Diogo e eu inciámos o diálogop com pontos de vista muito diversos, com preconceitos a complicar. Ao lonfgo do tempo, fomos esclarecendo equívocos, percebendo os pontos de vista um do outro e mesmo apreciando os nossos "duelos" virtuais. No fim de tudo, o Diogo ficou a saber mais do que é a maçonaria e de como pensam os maçons e perdeu alguns preconceitos, sem que, por isso, deixasse de pensar diferente de mim. Por mim, eu tive no Diogo um estimulador intelectual de que muito beneficiei. Alguns dos textos de que mais gosto, dos que escrevi neste blogue, resultaram de ideias propiciadas pelo diálogo entre o Diogo e eu.

Por isso, Duarte, contextualize as expressões, leia textos anteriores e posteriores a este, comtrocas de comentários entre mimk e o Diogo, e verá que não há nenhuma soberba ou pretnsão de superioridade minha. Houve sempre diálogo franco, debate por vezes vivo, mas sempre mutuamente respeitador e, sobretudo, esclarecedor entre nós.

Aliás, não viu o Diogo ficar ou manifestar-se ofendido ou diminido... Pelo contrário, se for consultar textos posteriores no blogue, verá que o Diogo continuou a questioanr, a debater, em suma, a dialogar, sem quaisquer mágoas ou problemas. Porque a contundência de expressões e de argumentos se inseria numa saudável, normal e longa polémica que, gostosamente, vínhamos mantendo.

Sugiro que leia mais alguns textos deste blogue e, quando houver trovca de comentários entre mim e o Diogo, aprecie a polémuica e verá que as expressões que respingou não têm nada a ver com falte de humildade ou presunção.

Quanto à questão que coloca, vou procurar responder-lhe nio comentário seguinte.

Rui Bandeira disse...

@ Duarte Martins:

Pergunta o que é a Maçonaria e se é uma associação.

A Maçonaria, segundo a definição da Wikipédia, é uma uma "sociedade fraternal, que admite todo homem livre e de bons costumes, sem distinção de raça, religião, ideário político ou posição social. Suas principais exigências são que o candidato acredite em um princípio criador, tenha boa índole, respeite a família, possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição, aniquilando seus vícios e trabalhando para a constante evolução de suas virtudes".

Não existe uma "organização universal" da Maçonaria. Em cada país, os maçons agrupam-se em Grandes Lojas ou Grandes Orientes (por vezes, mais do que um em cada país, como é o caso de Portugal), independentes entre si e em relação às estruturas de outros países.

A formalização jurídica das estruturas maçónicas em cada país é efetuada segundo as leis em vigor nesse país. Em Portugal, essa formalização é feita através de uma associação de direito privado. A Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Associação constituiu-se por escritura publicada no Diário da República - III série, n.º 18, página 1378 (6), em 22/1/1997, com declaração de retificação publicada no Diário da República - III série, n.º 67, página 4989, em 20/3/19.

Espero ter respondido cabalmente à sua pergunta. No entanto, se quiser mais esclarecimentos ou desenvolvimentos, estou à sua disposição.

Entretanto, certamente obterá mais alguns esclarecimentos se tiver o trabalho de aceder, neste blogue, ao marcador "maçonaria". Dos 128 textos presentemente nele agrupados, estou certo que alguns lhe serão esclarecedores.