25 julho 2006

Energia - a factura II

Nota previa
Fico sempre satisfeito quando um tema gera respostas contraditorias ou movimentos de continuação. E fico-o porque acho que esse é um dos objectivos deste blog.
Fico muito satisfeito por ter sempre as opinioes do Rui e do JPSetubal.
Ficaria muito mais se outros se juntassem à discussão.



Não sou um fundamentalista da energia Nuclear. Chamem-me mais um copista.

Na Europa industrializada mais de metade da energia electrica ( em alguns casos cerca de 80 % ) é de origem nuclear.

Eu sei bem que o Nuclear não resolve o caso dos automoveis e de outras meiso de locomoção.
Mas a energia electrica é uma alternativa a geradores Diesel, maquinas a Gás natural, consumo domestico de aquecimento, etc.

A produção Nuclear obvia à necessidade de centrais termoelectricas a carvão, petroleo ou gás ou mesmo as mais modernas de ciclo combinado.

Por uma Central Nuclear a trabalhar demora. Demora uns anos largos e é preciso começar logo a pensar no seu fecho e na abertura de uma nova.

O que acontece neste mundo é que os hidrocarbonetos estão com os dias contados. O Desenvolvimento da India e da China aumentando o respectivo consumo de petroleo, vieram por uma pressão suplementar em cima do preço. ( Basta pensarmos que estes dois paises juntos somam mais de 2,5 bilioes de pessoas ou seja 1/3 da populaçao do mundo e só agora começam a desenvolver-se economicamente)

As alternativas ao Petroleo passaram de alternativas a interesse estratégico. Quando o Petroleo acabar .....

E quer queiramos quer não, as eolicas têm uma produção muito pouco rentavel, as ondas do mar é uma ideia que ainda nao produziu resultados que sejam sequer mensuraveis, a biomassa é um conceito interessante para produção energética local ( auto-suficiencia de exploraçoes agricolas).

Mas dizia eu que sou um copista.

Sou porque não vale a pena re-inventar a roda. Uma data de países cujas economias são bem mais fortes que a nossa produzem energia Nuclear, e nós andamos atrás de Moinhos de Vento.

Nem os espanhois, patricios do D. Quixote, andam atras dos moinhos de vento.

O Nuclear é 100 % seguro ? É claro que não.

Nada é 100% seguro.

Há acidentes nucleares ? Claro que há.

Como há acidentes com refinarias convencionais, e centrais de ciclo combinado , etc.

Mas tudo isto é irrelevante face à necessidade estratégica de ter alternativas de produção energetica dentro de 10 anos.

Se me convencerem que uma plantaçao de Moinhos de vento de Norte a Sul , De Ocidente a Oriente e do Zenite ao Nadir das Montanhas , resolve o nosso problema energetico sem criar outros de maior dimensão, garanto que pego numa pá e planto um moinho la na minha rua.

Enquanto isso, sou copista.

JoseSR

3 comentários:

Rui Bandeira disse...

Sei que não és fundamentalista, nem do nuclear, nem de coisa nenhuma.
No entanto, continuo na minha: quanto ao problema concreto - deve-se produzir energia eléctrica mediante uma central nuclear em Portugal? - continuas apenas a ter a CONVICÇÃO, a crença, que sim.
Não tens - e obviamente que dificilmente poderias ter - os dados CONCRETOS, ESTUDADOS, APLICADOS À REALIDADE ESPECÍFICA NACIONAL que te permitam dizer de ciência certa que essa á A solução.
Esta a nossa diferença: tu crês que sim (e tens o direito de o fazer e procuras fundamentar a convicção); eu espero para ver.

Jose Ruah disse...

@rui bandeira

é claro que não tenho dados, sabes bem isso. Se tivesse se calhar tava rico!!!

Não pretendo convencer ninguém, e esperar para ver é uma opção.

Eu cá parece-me que se outros que ja pensaram e que têm os dados do problema enveredaram por esse caminho, então talvez se deva ser copista.

Mas isto sou eu a pensar!!!!

Rui Bandeira disse...

Caro ZéSR, a minha opinião é que não é facil ser copista, principalmente ser um bom copista. Por isso perece-me muito bem que o sejas. Devo dizer-Te que sempre defendi a cópia do que é bom, mas também sei que há sempre uma maneira diferente e melhor de fazer as mesmas coisas. Procuremos pois uma maneira diferente e melhor de produzir energia. E viva o progresso.